domingo, 10 de janeiro de 2027

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Por iniciativa do Comitê Mineiro de Solidariedade aos Palestinos aconteceu, no último dia 25 de março, na sede da Casa dos Jornalistas de Minas Gerais, em BH, o lançamento do livro "Contra o sionismo", de autoria do jornalista Breno Altman. Com a casa lotada, Breno discorreu sobre o tema e convidou a todos para apoiarem a causa palestina, "com a mesma valentia dos palestinos". (foto extraída do jornal Brasil de Fato).


Caso Marielle: falta uma peça... / Palestina: continua o massacre, apesar do cessar-fogo na ONU... / 60 anos do Golpe de 1964: um rastro de sangue, de tortura, de perseguição, e de resistência, também... / Desafios da esquerda brasileira e mundial: encontrar os caminhos para a sobrevivência e para a emancipação humana...
Vamos aos temas, alguns deles indigestos, mas, com um caneco de café quente dá pra descer. O caso Marielle, finalmente, após seis anos de procrastinação e de pistas falsas durante os governos Temer e Bolsonaro, está chegando ao fim. Mas, ainda falta uma peça que começa com B e termina com o. Quem adivinhar ganha um doce. Todas as evidências apontam para um condomínio que tem o sugestivo nome de Vivendas da Barra. Aqui também faltou algo, não uma peça, mas um complemento, talvez. Vivendas da Barra Pesadíssima. Pronto. Batizei. Ali habitam dois clãs que se entrelaçam desde a década de 90, quando o assassino confesso de Marielle Franco e Anderson Gomes, Ronnie Lessa, prestou um serviço especial ao então deputado Bolsonaro. Em passeio de moto pela cidade, o inelegível foi vítima de assalto. Para a sorte dele, o assaltante não era um bolsonarista do tipo "bandido bom é bandido morto". Ele apenas levou a moto e a arma que estava com o indivíduo. Não bateu nem matou o elemento - veja que assaltante mais humanista! A moto, uma coisa material, se recupera; a vida não. Poucos dias depois, o então cabo da PM Ronnie Lessa devolve ao deputado a moto e a arma. O assaltante aparece morto. E com esse traço de sangue os dois selam uma longa amizade, agora negada pelo covardão. Anos depois, Ronnie perde parte da perna esquerda com a explosão de uma bomba - parece que num atentado provocado por vingança entre milicianos e traficantes. Bolsonaro se incumbiu de recomendar ao atendimento médico hospitalar que ele recebesse o melhor tratamento possível - fato este que Ronnie, agradecido, lembrou em reportagem publicada na imprensa. Mas, os laços entre o clã do inelegível e membros da milícia são extensos e intensos, passando por elogios em plenário dos parlamentos, oferecimento de medalhas e contratação de familiares dos milicianos nos gabinetes parlamentares das rachadinhas do clã. Após o assassinato da então vereadora Marielle e do seu motorista Anderson, o piloto do carro do atirador foi direto para o condomínio, aquele, da barra pesada. Lá chegando, o porteiro indagou: por ordem de quem você quer entrar aqui? A resposta veio logo: "do Seu Jair"! Não se sabe se direta ou indiretamente, fato é que a decisão de tirar a vida de uma vereadora do Psol, ligada ao deputado Freixo, ambos com grande visibilidade nacional, certamente dependeria do aval dos principais caciques da política e do crime organizado no estado do Rio. Mesmo que não consigam provas concretas, uma vez que vários elos foram já eliminados ou apagados, as evidências e a lógica da máquina de guerra que impera no Rio e em vários estados brasileiros nos indicam que falta uma peça nesse quebra-cabeça...
Sobre a causa palestina, que tão ardentemente abraçamos, como uma causa da humanidade, ou do que resta de humanidade nas relações petrificadas entre países e governos e sociedades. O estado sionista - portanto racista e colonialista - de israel está cada vez mais isolado no cenário mundial. Nem mesmo seus aliados mais incondicionais como os EUA e países ricos da Europa aguentam mais essa parceria pública com um estado genocida e covarde, que massacra de forma vil e desumana a milhares de crianças e mulheres e idosos que ainda sobrevivem na Faixa de Gaza. Além da matança através de mísseis e bombas e fuzis, o governo assassino e criminoso de israel impõe também a matança coletiva de milhares de palestinos pela fome e pela sede: centenas de caminhões com remédios, água potável e comida estão há meses parados no Sul de Gaza, na divisa entre a Palestina ocupada e o Egito. Recentemente, o Conselho de Segurança da ONU aprovou o cessar-fogo para que cessasse o genocídio em Gaza. Foram 14 votos a favor e uma abstenção, dos EUA, que dessa vez não vetou a proposta que fora apresentada pela Argélia em nome dos países árabes. Mas, israel jamais acatou uma única resolução dos órgãos internacionais. É um estado bandido, que só se mantém pelo financiamento e pela proteção que recebe dos países imperialistas do Ocidente, principalmente os Estados Unidos. Urge que haja o rompimento das relações diplomáticas, acadêmicas e comerciais entre o Brasil e esse estado assassino conhecido como israel - que, é preciso sempre que se esclareça, nada tem a ver com a história bíblica do judaísmo. O sionismo, que instrumentalizou o legado judaico para fins de ocupação colonialista e racista da Palestina, é hoje o maior foco de antissemitismo no mundo. E por isso mesmo é criticado por crescente número de pessoas incluindo os judeus que não concordam com essa manipulação do legado cultural e humanista judaico pelo sionismo. No Brasil, infelizmente, a mídia empresarial - Globo, SBT, Record e afins -, além de golpista e pró-imperialista, é mais sionista do que a própria imprensa de israel. Esperamos que se fortaleçam os protestos e movimentos de solidariedade ao povo palestino, que merece conquistar sua autonomia e viver com dignidade na sua terra, a Palestina, num estado laico, soberano e democrático, onde diferentes povos, incluindo judeus e árabes palestinos possam conviver em paz e com respeito mútuo, o que é impossível enquanto prevalecer o estado sionista de israel, que por essência é racista e colonialista. Todo apoio à causa palestina!
60 anos do Golpe de 1964: um rastro de sangue, de tortura, de perseguição, e de resistência, também... Essa data precisa ser lembrada todos os dias. Na minha modesta opinião estão sobrevalorizando a decisão do presidente Lula para seu governo - não para a sociedade, óbvio - de não dar ênfase a essa data e seu significado histórico. Certamente Lula fez um acordo com os militares da ativa: vocês não comemoram com a versão de vocês e nós, do governo, também não comemoramos com a nossa versão. Pode-se criticar essa decisão do presidente Lula. Mas, querer concentrar todo o foco nessa decisão é algo que diz muito sobre a esquerda brasileira, ou o que restou dela, infelizmente. A denúncia pública do que aconteceu a partir do golpe de 1964 não depende de governo. Os sindicatos, os grêmios estudantis, as associações de moradores, as centrais sindicais, os movimentos sociais sem-terra e sem-teto, a mídia alternativa e progressista, e quaisquer cidadãos têm total autonomia, e dever até, de denunciar e relembrar o que aconteceu naqueles sombrios anos da ditadura civil-militar. Ninguém precisa de autorização de governos para fazê-lo. Durante a vigência da própria ditadura a esquerda jamais pediu licença para protestar e enfrentar com coragem os agentes da repressão. Pode-se alegar que havia uma expectativa de que o governo Lula abraçasse essa causa mais do que justa de passar tudo a limpo e de apontar o dedo para os torturadores e financiadores da ditadura. Mas, nem sempre as coisas acontecem como imaginamos. Os contextos às vezes forçam pessoas e governos a atitudes estranhas. O Brasil escapou por muito pouco de retornar ao período da ditadura com o desgoverno Bolsonaro, que planejou o tempo todo assaltar o poder e entregá-lo para os militares, milicianos e pastores fanáticos, nessa nada santa aliança, que incluía grandes empresários, agronegócio e outros tipos. A presidenta Dilma, por exemplo, patrocinada por Lula, teve a coragem de criar a Comissão da Verdade que conseguiu esclarecer e revelar muitos pontos que estavam ainda cobertos pela névoa do pacto firmado após o fim formal da ditadura em 1985. Desde a criação da república brasileira (1889) os militares sempre se constituíram enquanto força paralela a serviço das classes dominantes. O golpe de 1964, financiado pelos E$tados Unidos, e pelos banqueiros locais e pelo latifúndio, com as bênçãos da maioria da igreja, e de boa parte da população (os bolsonaristas já existiam muito antes dele nascer) interrompeu o processo de avanços sociais e trabalhistas iniciado no governo getulista e abraçado de forma mais radical pelo governo de João Goulart, o Jango. As reformas de base defendidas por Jango incluíam reforma agrária, reforma bancária, reforma na educação pública - imagina, já naquela época liderada, entre outros, pelo saudoso Darcy Ribeiro!!! O Brasil teria se destacado como grande potência mundial, claro que ainda dentro do capitalismo, mas alterando a correlação de forças no cenário local e mundial. O golpe veio para interromper essas conquistas de todo o povo e para garantir um desenvolvimento com as riquezas concentradas em poucas mãos. É o capitalismo, estúpido! O lema do mais notório ministro da Economia ou da Fazenda da ditadura, Delfim Neto, era: crescer o bolo primeiro para depois repartir. O bolo cresceu em poucas mãos e o conjunto da população ficou a ver navios. Enquanto isso, nos porões da ditadura, centenas de lutadores sociais que enfrentaram corajosamente os agentes desse regime ditatorial eram torturados, executados, seus corpos desaparecidos; milhares foram perseguidos e presos. A imprensa, censurada. Manifestações públicas, proibidas e massacradas. Até que, no chão das fábricas, nos corredores das escolas, e nos recantos das ruas e das praças de todo o país brota a resistência contra a ditadura. Pipocam manifestações de protestos, campanhas locais e internacionais pela volta da democracia e pela anistia dos presos políticos; as greves do ABC paulista, que levaram para as ruas centenas de milhares de operários, de onde desponta sua maior liderança, Lula, que chegou a ser preso, embora já num período em que a tortura aos presos políticos desaparecera, salvo raras exceções - o que não incluía, obviamente, os pobres e pretos da periferia, até hoje vítimas de assassinatos e violência por parte de um sistema que os cerca e os massacra. A luta contra a ditadura e pela reconquista das liberdades democráticas custou muitas vidas, muito sangue, muitas lágrimas, e por isso mesmo não pode ser esquecida, jamais. E não será, porque essa luta não pertence a governos, sejam eles de esquerda ou de direita, mas ao povo brasileiro, que lutou, que resistiu e enfrentou com coragem os podres poderes dos de cima. Assim como na Argentina as valentes Madres de la Plaza de Mayo (as mães da Praça de Maio) jamais pediram autorização a quaisquer governos para ocupar a praça e exigirem a punição dos agentes da repressão, assim também deve ser no Brasil. A nossa esquerda precisa sair dessa fase infantil de botar a culpa de todos os problemas da humanidade em Lula e no PT, que, gostem ou não, são parte inseparável das lutas, das resistências e das conquistas do nosso povo nos últimos 40 anos. Com erros e com acertos. Se querem algo maior, mais profundo, mais intenso, formem seu exército, construam sua base social e abram caminhos com força real, e não com discursos raivosos antipetistas, que acabam levando água para o campo da direita. Criticar o PT e o governo Lula, tudo bem, é necessário sim, até para que se corrijam erros; mas, há uma diferença na forma e no conteúdo dessa crítica. Que pode ser construtiva, de alguém que está no mesmo campo; ou aquela crítica rebaixada, eivada de ódio, que se encontra com a crítica da extrema direita. Aliás, eu digo sempre que se a esquerda dita revolucionária e que chama voto nulo nas eleições tivesse um por cento de base social, ela teria ajudado Bolsonaro a se reeleger. E o Brasil reviveria a ditadura que essas mesmas pessoas adoram criticar. Mas, quem sou eu para ficar aqui dando conselhos para velhos e jovens militantes de esquerda, muitos dos quais são meus amigos. Felizmente o povo brasileiro, pela sua intuição de classe - e não pela leitura dogmática de clássicos do marxismo - soube escolher, nas urnas, um caminho diferente daquele urdido pelas forças do atraso, e que custou a vida de milhares de pessoas durante a pandemia da Covid. Entre outros estragos sociais. Numa luta que está longe de terminar...
Desafios da esquerda brasileira e mundial: encontrar os caminhos para a sobrevivência e para a emancipação humana... Bom, esse apaixonante tema ficará para o próximo capítulo. Já está todo rabiscado, mas ficou por demais extenso e precisa de uma revisão mais cuidadosa. Fato é que não há muito mistério. Apenas um esforço de leitura, ou releitura da história recente, do Brasil e do mundo. Sem pormenores acadêmicos. Mas, como o nosso povo, uma intuição de classe, que aponte o caminho da unidade dos de baixo para resistir e conquistar no interior do capital, enquanto preparamos terreno, no plano mundial, para a emancipação humana das relações capitalistas. Um longo processo. Marcado, como fora até agora, a despeito de haver ou não pretensas vanguardas: o caminho da resistência individual e coletiva, das lutas, da construção de organizações e da unidade para obter conquistas sociais, políticas e econômicas imediatas. E para além dos limites impostos pela lógica intrínseca ao capital, o grande desafio: a unidade mundial dos de baixo para a conquista da emancipação humana. De um mundo sem amos, sem fronteiras, sem explorados e sem exploradores. Já cansaram? É cedo. Nós ainda nem começamos...
Um abraço a todas e todos e força na luta, sempre!

(Euler, em 28 de março de 2024)

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Mulheres do MST ocupam fazenda improdutiva em Lagoa Santa. Esquerda brasileira realiza manifestações e debates para lembrar - e protestar contra - o golpe civil-militar de 1964, de triste memória, que este ano completa 60 anos. O estado sionista de israel continua o genocídio contra os palestinos, mesmo durante o Ramadã, período sagrado para os muçulmanos.

Esses são os temas para os próximos dias. De imediato vou reproduzir o texto do jornal Brasil de Fato que noticia a chegada das mulheres do MST na madrugada do dia 08 - Dia Internacional das mulheres que lutam - à Fazenda Aroeiras, em Lagoa Santa, região da Grande BH. Reproduzo também um vídeo do Frei Gilvander que esteve no local da ocupação e gravou entrevistas. Um forte abraço e força na luta! Palestina livre, do Rio ao Mar!

(Euler, em 13 de março de 2024, dia do histórico comício promovido, há 60 anos, pelo governo do presidente João Goulart na Central do Brasil.)



Mulheres do MST ocupam fazenda improdutiva em Lagoa Santa (MG) no 8 de março

Famílias reivindicam a destinação da área para a reforma agrária

Brasil de Fato | Lagoa Santa (MG) |
 

Cerca de 500 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam a fazenda “Aroeiras,” no município de Lagoa Santa, Região Metropolitana de Belo Horizonte, na madrugada desta sexta-feira (8). A ação integra a Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra, que tem como lema “Lutaremos por nossos corpos e territórios. Nenhuma a menos”.

A ocupação é motivada pelo não cumprimento da função social da terra, já que a propriedade estava abandonada pelos proprietários e improdutiva. O MST pede que a lei seja cumprida e que a área seja destinada à reforma agrária. Além disso, a ocupação tem um caráter reivindicativo, já que atualmente, existem mais de 5 mil famílias acampadas no estado à espera do assentamento definitivo, como explica Maria Eni, da direção estadual do MST em MG.

“Estamos aqui hoje nessa ocupação protagonizada pelas nossas mulheres em função do 8 de Março, mas também em função dos travamento da nossa pauta da reforma agrária. São mais de 5 mil famílias acampadas aqui no estado de Minas Gerais, entre elas, está as famílias do acampamento Terra Prometida, em Felisburgo, onde que aconteceu o massacre em 2004, das famílias da Fazenda Ariadnópolis, em Campo do Meio, e as famílias no Vale do Rio Doce, na área da Suzano. São vários acampamentos com mais de dez, 20 anos sem respostas do governo”, afirma.

De acordo com Luana Oliveira, da direção estadual do MST, os principais conflitos de terra no estado não foram resolvidos, como o relacionado à fazenda Nova Alegria, em Felisburgo, e a antiga usina Ariadinópolis, em Campo do Meio, no sul do estado.

“Esse importante gesto de coragem das famílias e do MST em Minas Gerais é, sem dúvida, a alternativa mais legítima de lutar pelo direito à terra. Ocupamos para plantar árvores e alimentos, cuidar das águas nessa região metropolitana tão carente desse recurso, que já foi tão abundante nessa região. Ocupamos porque as terras e os bens da natureza de MG são do povo mineiro, e não para Zema seguir entregando às suas aliadas, as mineradoras”, destacou.

“Aqui, vamos produzir alimentos saudáveis para nós e para o povo mineiro”, completou.

Jornada de Luta das mulheres

A Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra 2024 ocorre do dia 6 a 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres. As mobilizações denunciam “as desigualdades sociais, a fome e a pobreza, criadas a partir da mercantilização da vida, dos bens comuns e da natureza”, afirma o movimento.

As mulheres do movimento também sairão em defesa da Reforma Agrária Popular como uma solução para a violência no campo e a fome, visando proporcionar trabalho, renda e dignidade, e destaca a importância do reconhecimento e demarcação de terras indígenas e o acesso às políticas públicas.

Fonte: BdF Minas Gerais

Edição: Elis Almeida


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Uma leitura da realidade atual a partir do Brasil: a direita fortalecida, apesar da derrota temporária do golpe; a esquerda perdida e acuada, apesar da vitória em 2022. Perspectivas das lutas emancipatórias no Brasil e no mundo.
Nessas mal traçadas linhas que desenho nesse tablado digital, procuro analisar o cenário atual no Brasil. Observo os movimentos das forças em choque na política. De um lado, a extrema direita bolsonarista, que sofreu um golpe muito forte com a derrota eleitoral e a ação ousada do STF, especialmente de Alexandre de Moraes, implacável na apuração e no julgamento em curso contra os golpistas que tentaram detonar o estado democrático de direito no Brasil. Como sempre, esse pessoal apresenta o oposto daquilo que eles pretendem fazer: em nome da liberdade, eles querem acabar com a democracia e instalar no país o retorno da ditadura civil-militar de triste memória. Para os mais jovens e também para os mais velhos que não conhecem a história recente do Brasil, é sempre bom refrescar a memória histórica sobre o que se passou nas últimas décadas; sobretudo com a infeliz experiência do regime militar (1964-1985), que proibiu greves e manifestações, censurou a imprensa e a produção artística em geral; perseguiu, prendeu, torturou, sequestrou, executou e desapareceu com os corpos dos opositores ao regime militar. Milhares de pessoas foram presas sem quaisquer direitos de defesa; centenas de pessoas foram brutalmente torturadas, muitas delas de forma sádica, durante meses a fio, por puro prazer e deleite de grupos de tortura formados por policiais militares, civis, estaduais e federais, sob a coordenação geral das forças armadas brasileiras - essas mesmas que os chamados "patriotas" bolsonaristas imploraram nas portas dos quarteis para que voltassem ao poder. A prática de tortura e sequestro de opositores foi financiada pelo estado e por empresários nacionais e estrangeiros que se beneficiaram da ditadura. E contou com as bênçãos de parte da igreja. Bolsonaro, que sempre foi ligado aos porões da ditadura, passou os quatro anos de desgoverno arquitetando um novo golpe militar, para esmagar qualquer forma de oposição à política neoliberal, entreguista e fascista que essa gente defende.
Felizmente, essa tentativa de golpe foi derrotada em vários campos. As recentes descobertas do que se passou nos corredores e salas do poder executivo federal, revelam a trama golpista que estava em andamento, envolvendo parcela do alto escalão das forças armadas e do núcleo duro em torno do ex-presidente golpista. Mas, mesmo entre os militares, não havia consenso. Pelo menos os chefes do Exército e da Aeronáutica não mostraram disposição para aderir ao golpe, ao contrário do ministro-chefe da Marinha que prontamente aderiu à minuta de golpe que a turma de Bolsonaro havia elaborado. Bastaria simular um pequeno caos no país - coisa que essa gente já faz normalmente - e em seguida convocariam "legalmente", aspas, as forças armadas para intervir, prender algumas figuras do STF, cancelar as eleições e "colocar ordem" na casa. Ou seja, diante da evidência de que Lula venceria as eleições - como de fato aconteceu - os bolsonaristas desejavam melar o processo, mantendo-se no poder por tempo indeterminado. Golpe, é o que eles sabem fazer. Ou tentam fazer o tempo todo.
Além de não haver consenso na cúpula das forças armadas, o governo de extrema direita recebera também um aviso do governo dos Estados Unidos, de que desta vez, ao contrário do que ocorrera no golpe de 1964, os golpistas não teriam o apoio da potência imperialista. Não que o atual presidente Joe Biden morra de amor pelo presidente eleito Lula, mas, ele havia enfrentado nas últimas eleições o ex-presidente Trump, cujo grupo é ligado à extrema direita mundial, incluindo o bolsonarismo no Brasil. Logo, para Biden, era preferível um governo democrático de centro-esquerda do que um governo golpista de extrema direita ligado ao principal adversário do presidente dos EUA. Sem o apoio dos EUA, com a divisão na cúpula das forças armadas e com a ação firme de resistência por parte do STF, os bolsonaristas, derrotados nas urnas pelo presidente Lula - o único capaz de derrotar Bolsonaro naquele contexto -, tentaram, ainda, um último suspiro após as eleições de 2022. Convocaram o rebanho bolsonarista para ocupar as portas dos quartéis, o que aconteceu apenas parcialmente, sobretudo em Brasília. Ao mesmo tempo, desesperados com a aproximação da posse de Lula, ensaiaram vários atos tresloucados e irresponsáveis: tentaram explodir bombas em aeroporto de Brasília na noite de Natal; invadiram a sede da polícia federal no dia da diplomação de Lula em Brasília; realizaram o fechamento de várias vias em todo o Brasil; até que no dia 08 de janeiro de 2023 ocuparam as sedes dos poderes constituídos na capital do país onde realizaram grande quebradeira, em atos considerados pela mídia e pela justiça como sendo de terrorismo. No que resultou na prisão de centenas de pessoas, sobretudo do andar de baixo do bolsonarismo, já que os financiadores do golpe geralmente usam laranjas para se safarem. Na mira do STF, vários militares de alta patente, alguns empresários e principalmente o ex-presidente Bolsonaro respondem na justiça pela tentativa de golpe de estado, cujo crime é gravíssimo e não pode receber qualquer forma de anistia. Como dizem alguns, se o golpe tivesse dado certo, todos nós, do campo da esquerda, estaríamos agora presos ou mortos. E a maioria do STF, que não é de esquerda, também estaria nessa lista.
Mas, apesar dessas derrotas táticas, a extrema direita manteve azeitado o seu sistema de organização e de comunicação com suas bases. Eles contam com um sofisticado sistema de comunicação paralela via WhatsApp e demais instrumentos das redes sociais, que mobilizam diária e instantaneamente centenas de grupos com milhares de adeptos dessa seita fascista. Além disso, eles contam com apoio das forças de segurança de todo o país e também com as igrejas, sobretudo as pentecostais, mas também grande parte da igreja católica. São estruturas orgânicas que comunicam diariamente com milhares de fieis em torno de temas moralistas, como o combate ao aborto, ao casamento gay, ao comunismo; a defesa da escola sem ideologia, do ensino domiciliar, e, por incrível que possa parecer - em se tratando de pseudos cristãos - a defesa de Israel contra os palestinos. Ou seja, uma pauta de direita, que é orquestrada em escala mundial juntamente com outras diretrizes políticas, como a crítica ao sistema eleitoral e o combate aos partidos de esquerda, especialmente, no Brasil, ao PT. Fazem de tudo para desviar a atenção dos verdadeiros problemas sociais que afligem a maioria da população. Na realidade paralela que construíram, todos que não pensam da mesma forma que eles são comunistas, ou petistas, ou terroristas. Enquanto eles, ou seus chefes e mitos, são a salvação. Deus, pátria e família! Amém!
Com o avanço das investigações que podem levar pra cadeia o líder da extrema direita no Brasil - que já está inelegível -, os grupos mais radicais desse setor ensaiaram uma ofensiva para tentar chantagear os poderes constituídos e arrancar uma - mais uma, aliás - anistia para os golpistas. Para isso, organizaram a manifestação do dia 25 de fevereiro na Avenida Paulista, que, além da multidão bolsonarista já esperada - uma vez que o estado de São Paulo sempre teve uma forte presença da direita -, contou também com a adesão de alguns governadores, incluindo o de Minas, parlamentares e pastores da extrema direita. Nesse ato, Bolsonaro, reconhecendo sua tentativa de golpe, clamou pela anistia. Além de golpista e covarde, pois ele fugiu para os Estados Unidos enquanto seus adeptos invadiam os palácios em Brasília, ele tem a cara de pau de pedir anistia, logo ele que sempre defendeu a tortura e a morte dos militantes de esquerda. Claro que não dá para comparar com o presidente Lula, que, mesmo quando perseguido e condenado injustamente pela gang de Curitiba, jamais pensou em deixar o Brasil. Enfrentou mais de 500 dias de cadeia, não aceitou fazer acordo para sair da prisão com tornozeleira eletrônica, e quando foi depor perante o juiz ladrão Moro não ficou em silêncio e respondeu todas as perguntas, ao contrário de Bolsonaro que ficou em silêncio diante dos policiais federais.
No campo da esquerda, o que se observa é uma total confusão, misturada com medo e acomodação. Claro que com as devidas exceções. Na questão da Palestina, por exemplo, é impressionante como a maioria da militância da esquerda se escondeu. O mesmo acontecendo com os famosos artistas do campo da esquerda. Ao invés de travarem o debate político sobre o tema, desfazendo as narrativas mentirosas da mídia pró-israel - Globo, Record, SBT, CNN e etc. -, essas pessoas preferiram se esconder debaixo da cama. Incluindo acadêmicos, parlamentares, chefes de partidos, de sindicatos entre outros. Até mesmo quando o presidente, num gesto de extrema coragem resolveu denunciar para o mundo o massacre dos palestinos que acontece em Gaza, comparando o estado genocida de israel com o nazismo, a militância de esquerda, na sua maioria, se manteve em silêncio cúmplice. Lula passou vários dias sendo atacado covardemente por essa mídia canalha, imperialista, sionista e golpista, que não se cansa de tentar inviabilizar qualquer projeto popular de governo no Brasil. Nas igrejas pentecostais, dirigidas, com algumas exceções, por pastores picaretas que só pensam em 30 dinheiros multiplicados sucessivamente por mais 30, também fizeram campanha contra Lula e em favor do estado genocida, colonialista e racista de israel, que nada tem a ver com a Israel bíblica - que, aliás, nada tem a ver com o cristianismo e com o evangelho de Cristo, mas essas igrejas se tornaram praticamente um apêndice dos projetos de dominação da extrema direita no Brasil e no mundo, com sua "teologia do domínio". Se Cristo aqui retornasse, seguramente ele passaria longe dessas igrejas e mais longe ainda do estado de israel. Seguramente estaria no nosso campo, ao lado do povo humilde, explorado, oprimido. Ao lado dos palestinos, dos negros nas favelas, das mulheres, dos moradores em situação de rua, enfim, de tudo aquilo que a extrema direita odeia.
A esquerda não consegue sequer organizar uma agenda mínima para pautar os debates e as movimentações no cotidiano das pessoas. Ao invés de cobrar do governo propostas programáticas de fortalecimento das políticas públicas em favor dos mais pobres, acaba se deixando iludir pela agenda da direita. Por exemplo, a recente indicação do deputado Nikolas Ferreira para a presidência da comissão de educação da câmara de deputados. Considerando que a maioria dessa comissão é da base do governo federal, que importância tem esse fato para a vida do país? Nenhuma!!! O importante mesmo é o governo federal ter uma política correta para a educação pública de qualidade. O que não está acontecendo. Alguém viu algum projeto nacional interessante apresentado por parte do ministério da educação? Eu, que não sou ministro nem tenho influência direta junto ao governo federal, já cansei de apresentar aqui a proposta de federalização da educação básica, com plano de carreira nacional para os profissionais da Educação, piso salarial nacional decente e jornada única para os professores do ensino básico. Mas, nada, nem próximo disso, é discutido hoje. Os trabalhadores da educação continuam organizados de forma dispersa; na maioria das vezes são derrotados nas greves regionais; os salários continuam baixíssimos e a carreira dos professores desvalorizada. As próprias direções sindicais, salvo algumas exceções, não demostram qualquer interesse em construir uma real unidade nacional pela base para reivindicar algo parecido com o que eu venho propondo, mesmo não fazendo parte mais dessa importante categoria. São mais de 3 milhões de profissionais da Educação que lidam diariamente com mais de 30 milhões de crianças, adolescentes e adultos. Uma força social que poderia mudar o cenário político do país, caso todos fossem envolvidos por um processo de mobilização em prol da construção de uma educação pública de qualidade para todas e todos.
Alguns segmentos da esquerda que se autoproclama "revolucionária", aspas, passam dia e noite atacando o governo Lula, jamais reconhecendo qualquer mérito no governo que está, sim, no nosso campo, apesar de ter que fazer alianças com setores conservadores. Não tendo a maioria no congresso nacional, o governo Lula precisa necessariamente fazer acordos para aprovar pelo menos alguns projetos de interesse da maioria da população, como o Bolsa Família turbinado, o aumento real no salário mínimo e as obras do PAC, entre outras. Para os segmentos dessa autoproclamada esquerda "revolucionária", aspas, o governo de Lula é semelhante ao governo Bolsonaro em praticamente tudo. Dizem que o PT não teria feito as reformas estruturais que eles defendem. Quais seriam essas reformas? O que eu pessoalmente e mais alguns milhões de brasileiros constatamos é que os governos do PT realizaram um conjunto de políticas sociais importantes, apesar das limitações em cada uma delas. Vou enumerar algumas: a) Bolsa Família - programa fantástico, que retirou da miséria e da fome cerca de 30 milhões de pessoas. Além da renda mensal, o programa garante também a inclusão de alunos nas escolas, com o melhoramento da merenda escolar e a obrigatoriedade de presença nessas escolas; há também a exigência de manter em dia a carteira de vacinação das crianças, medida essa fundamental para erradicar e combater várias doenças. O programa foi turbinado recentemente. Na minha opinião, ele deveria ser vinculado ao salário mínimo, por exemplo: cerca de 60% desse piso salarial. Fica aí a dica para o governo Lula; b) programa Luz para todos, que levou redes de energia elétrica para milhões de pessoas, sobretudo no interior do país, nos mais distantes locais. Se dependesse da iniciativa privada, tão adorada pela extrema direita e políticos neoliberais, essas pessoas jamais receberiam esse benefício da energia elétrica em suas casas, fazendas ou estabelecimentos; c) programa minha casa minha vida: milhões de pessoas receberam a chave da sua própria moradia, boa parte delas, sobretudo as de baixa renda, pagando baixíssimo valor mensal. Sem essa política pública elas jamais teriam condições de ter acesso à casa própria. Pode-se questionar vários pontos dessa política, com o objetivo de aprimorá-lo, mas, não se pode deixar de reconhecer também nessa política uma mudança estrutural importante na vida das pessoas; d) na área da saúde tem várias políticas: o SAMU, o Mais Médicos, a política de vacinação, médicos da família, o piso dos enfermeiros e auxiliares, e fortalecimento do SUS; e) na educação pública, foi criado o piso salarial nacional para os professores do ensino básico, que infelizmente jamais foi aplicado corretamente pela maioria dos governos municipais e estaduais; as políticas de cotas - essenciais para combater as desigualdades e heranças escravocratas -; o ProUni, o Enem e a valorização das universidades federais, sobretudo nos primeiros governos do PT - coisa que atualmente não se vê! Atenção, Lula, é preciso chamar o ministro da educação às falas!!!; f) reajuste real do salário mínimo - durante os governos Temer e Bolsonaro não houve um centavo de aumento real no salário mínimo, ao passo que os governos do PT reajustaram em até 70% acima da inflação. Outros programas regionais como a construção de milhares de cisternas no Nordeste para combater a seca fizeram a diferença na vida cotidiana de milhões de pessoas.
Esse conjunto de políticas públicas, que jamais foi corretamente trabalhado pela esquerda como forma de organizar e politizar a população, contribuindo para se cobrar mais em cada um desses programas, constitui um avanço significativo e marca a forma de governar da esquerda. Qualquer governo popular, tenha sido ele constituído via revolução social ou via eleitoral tem a obrigação de incluir os mais pobres no orçamento público. E isso se dá através de políticas públicas em todas as áreas. Muitas vezes parcela da esquerda fica presa à forma de chegada ao poder - revolução, tomada revolucionária do poder e etc, desprezando o conteúdo, que é o mais importante. Seja qual for a forma de tomada do poder, ela estará sempre subordinada aos limites ditados pelo sistema mundial do capitalismo e pela correlação de forças local.
A esquerda brasileira, ao invés de organizar a população da periferia em torno de demandas concretas, formando comitês populares, por exemplo, para que discutam e arranquem na luta do estado melhorias para as suas vidas, bem como junto aos trabalhadores, por melhorias nas condições de trabalho, incluindo melhores salários e menor jornada, prefere apostar ou na crítica ao governo federal como fim em si mesmo, ou nos acordos pelo alto com os representantes da burguesia nos parlamentos, de forma dissociada das lutas sociais. É preciso travar o enfrentamento político e ideológico em cada conquista!
Com o argumento de que é preciso fazer reformas radicais e estruturais como única forma de resolver os problemas da humanidade circunscrita a um território nacional, parte da esquerda acaba falando apenas para a própria bolha. Não consegue arregimentar grande número de militantes, nem tampouco criar base social expressiva, sem o quê não se pode nem pensar em qualquer forma de mudança estrutural. Se é fato que muitas críticas dirigidas ao governo federal são corretas e bem fundamentadas, e até necessárias, também não é menos verdade que essa esquerda autoproclamada "revolucionária", aspas, precisaria fazer uma - talvez mais do que uma - autocrítica de sua própria atuação. Eles precisam responder: a) por que não conseguem romper a própria bolha? b) por que não conseguem se aproximar da gigantesca base social que vota em Lula - mais de 50% da população! -; c) por que não conseguiram, quase 40 anos após a derruba da ditadura militar, construir uma forte base social revolucionária - sem aspas? E aí me parece que não adianta colocar a culpa toda somente no PT. A extrema direita, por exemplo, mesmo tendo sido quase massacrada - politicamente falando - após o fim do regime militar, conseguiu reunir força, se organizar e criar uma fortíssima base social. Claro que eles têm financiadores, contam com as igrejas, com a mídia burguesa e a própria reprodução do capital os beneficia. Mas, a esquerda tem, pelos mesmos fatores objetivos da reprodução do capital que centraliza riquezas em poucas mãos, e miséria para a maioria, as condições dadas para organizar e construir a unidade dos de baixo na resistência, nas lutas e nas conquistas imediatas. A realidade fática demonstrou que a crítica ao PT como fim em si mesmo não resolve. Só ajuda a engrossar o caldo de cultura anticomunista e antipetista tão alardeado pela extrema direita. Para a maioria do povo brasileiro o PT continua sendo o principal instrumento de atuação e de conquista política dos de baixo. Penso que a esquerda autoproclamada "revolucionária" - aspas, pelo menos por enquanto kakaka -, deveria levar isso em conta. Não necessariamente ingressando em bloco no PT, mas atuando de forma a não hostilizar o PT; ajudando as bases sociais que votam no PT a superarem algumas limitações ou preconceitos teóricos e práticos; contribuindo para fortalecer o campo mais progressista nas disputas de propostas de políticas públicas; e contribuindo para construir um forte movimento social autônomo e progressista.
Quanto às tais reformas estruturais, vou deixar para outro texto, pois esse já está muito extenso. Quero adiantar apenas que a esquerda em geral precisa, a meu ver, fazer uma releitura das revoluções socialistas e suas ricas experiências. Para mim, nenhum país jamais conseguiu sair dos marcos do capitalismo. Ouso dizer até que não existe socialismo, que é visto pela esquerda como uma forma nacional e intermediária entre o capitalismo e o comunismo. Na minha modesta leitura atual do mundo, a realidade fática demonstrou que o capitalismo só será superado em escala mundial, e nunca, a conta gotas de forma nacional. O que se pode fazer, no âmbito nacional, por parte da esquerda, é a tomada do poder - não importa a forma - para gerir o capitalismo, procurando incluir os mais pobres no orçamento, através de políticas públicas, e os ricos nos impostos, como, em teoria, Lula tem defendido. Além de aprofundar as conquistas democráticas. Nada mais do que isso. É o que o PT faz, ainda que de forma tímida. Paralelamente a essa ação política no âmbito do capital, é preciso criar um forte movimento mundial anticapitalista. Isso seguramente o PT não faz e não se propõe a fazê-lo. E nem tampouco a esquerda autoproclamada "revolucionária", aspas. Somente quando a maioria dos de baixo de todo o mundo, do proletariado, enfim, com ou sem salário, tiver clareza da necessidade de superar o capitalismo, substituindo-o por uma outra relação social, horizontal, sem patrões e sem assalariados, sem estado e sem mercado, uma associação mundial livre e auto organizada do proletariado, só então será possível derrotar definitivamente o capitalismo. No âmbito das lutas nacionais, tratar-se-á, sempre, da disputa entre as classes, seja por melhores condições de trabalho, de salário e de sobrevivência por parte do proletariado; seja por mais lucros e privilégios por parte da burguesia e dos estamentos superiores das máquinas estatais. Não se trata, portanto, de tomada de poder para construir um suposto sistema socialista nacional - uma invenção ideológica da esquerda -, mas de contribuir para conscientizar, organizar e unir o proletariado para a resistência interna ao capitalismo, para arrancar conquistas imediatas, políticas e sociais, e lutar contra os ataques da burguesia e seus aparatos de poder. Ao mesmo tempo, todo esforço deve ser feito para a unidade mundial do proletariado, seja num primeiro momento em torno de questões imediatas - por exemplo, a luta em favor da causa palestina. Um outro exemplo: a construção de uma jornada de trabalho de 25 ou 30 horas semanais; um outro exemplo: a formação de um fundo mundial de combate à fome e à miséria, que garanta renda mensal a todas as pessoas em situação de miséria e fome do planeta - programa esse a ser financiado pelos governos e pelos grandes capitalistas, como forma de devolverem parte do que eles exploram dos trabalhadores para garantir a sobrevivência digna de milhões de famílias. São bandeiras que precisam ser assumidas pela esquerda mundial, como parte do esforço de unidade internacionalista. E finalmente, a construção, como consequência dessa ação de resistência e de luta imediatas, de uma consciência e de uma cultura anticapitalista, organizando e preparando a humanidade, especialmente os de baixo, para a superação definitiva do capital. É este, e não outro, o real sonho dos comunistas que bebem na fonte do marxismo.
P.S. Como já mencionei em outros textos, a esquerda precisa construir um sistema de comunicação mais ágil e eficiente, que não dependa da Globo e afins. E que possa falar para milhões de pessoas diariamente, respondendo, em tempo real, cada ataque realizado pela extrema direita. Vamos pensar nisso, Lula, quem sabe criando um fundo pela democratização da mídia voltado para um milhão de comunicadores sociais. Estamos em guerra contra o capital e a extrema direita. É preciso formar o nosso exército de combatentes em todos os níveis: no parlamento, nas redes sociais, nas escolas, no campo, nas ruas e nas favelas. - Forte abraço a todas e todos e força na luta, sempre! - Palestina livre, do Rio ao Mar! - Viva a luta e a resistência e as conquistas do proletariado no Brasil e no mundo! - Pela unidade mundial dos de baixo, para a derrota definitiva do capitalismo!
(Euler, 10/03/2024)


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No dia em que o estado terrorista de israel assassina mais 112 palestinos que estavam na fila da comida, Comitê Mineiro de Solidariedade aos palestinos realiza protesto na sede da Rede Globo em BH

Ontem, 29 de fevereiro, o estado genocida e racista e terrorista de israel assassinou covardemente mais 112 palestinos que estavam na fila da comida. São quase cinco meses de cerco total a Gaza, impedindo a passagem de ajuda humanitária, incluindo alimentação, medicamentos e produtos de higiene pessoal. Os palestinos, principalmente crianças e mulheres - já são mais de 30 mil mortos e mais de 70 mil feridos - são vítimas desse covarde genocídio televisionado que israel pratica impunemente contra a população originária da Palestina que vive na Faixa de Gaza.

Esse crime lesa humanidade praticado por essa entidade de ocupação colonialista é financiado pelo imperialismo estadunidense e pelas potências da Europa Ocidental. Além disso, a mídia ocidental esconde o massacre e constrói narrativas mentirosas, colocando sempre o estado sionista de israel como eterna vítima de "ataques terroristas" do Hamas, quando, na verdade, é o estado colonialista-sionista que realiza um massacre contra os palestinos há mais de 70 anos.
No Brasil, a mídia é mais sionista do que a própria mídia de israel. A começar pela Rede Globo, que está sempre a favor de golpistas, de interesses dos grandes capitalistas e latifundiários, atuando como porta-voz de israel e dos EUA no Brasil. Por se tratar de uma concessão pública, já passa da hora de ter essa licença cancelada, uma vez que essa emissora é inimiga do povo brasileiro e não pratica jornalismo sério com o mínimo isenção, mas, atua como um comitê de comunicação do imperialismo e do sionismo. A Globo apoiou o golpe de 1964; apoiou e sustentou a ditadura militar; foi contra a campanha das Diretas-já em 1984; participou do golpe da Proconsult em 1982, que tentou, sem sucesso, roubar a vitória eleitoral de Brizola no Rio de janeiro; em 1989, manipulou o debate que deu vitória ao "caçador de marajás" Collor, condenado por corrupção; ajudou a articular e atuou como porta-voz da Operação Lava Jato, a maior farsa da história desse país; participou ativamente da prisão de Lula e do golpe que derrubou a presidenta Dilma. Agora, atua como porta-voz do sionismo e do imperialismo, escondendo o massacre contra os palestinos.

Não foi à toa que ontem, em Belo Horizonte, dezenas de valorosas e valorosos combatentes em prol da causa palestina realizaram ato de protesto em frente à sede da Rede Globo em Minas. O ato, que por algum tempo provocou o fechamento da movimentada avenida Américo Vespúcio, foi organizado pelo Comitê Mineiro de Solidariedade ao povo palestino. Várias pessoas usaram do microfone para denunciar a omissão da Globo e demais emissoras - SBT, Band, Record, Itatiaia - todas elas cúmplices do genocídio em Gaza, que atuam muito mais como porta-vozes do estado sionista do que como empresas jornalísticas. Manifestação como a que aconteceu ontem em BH tem se repetido em todo o Brasil, com o conhecido grito: "o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo"; além da palavra de ordem que já se tornou um grito de solidariedade e de luta: "Palestina livre, do Rio ao Mar", e também "Estado de israel, estado assassino, e viva a luta do povo palestino!". Nenhum jornalista da Globo apareceu para fazer a cobertura do ato que acontecia na frente da sua sede. O que não é de se estranhar, já que eles não veem o assassinato de crianças e mulheres palestinas que acontece diariamente em Gaza. Da mesma forma, não conseguem ver também as manifestações que se multiplicam em frente às sedes regionais e na sede central dessa emissora. Já passa da hora da esquerda defender como ponto central o cancelamento da concessão pública da Rede Globo e demais emissoras que usam essas licenças públicas não para fazer jornalismo, mas para ganhar muito dinheiro, manipulando, mentindo, enganando e ajudando a dar golpes de estado em governos progressistas.

- Abaixo a Rede Globo!
- Viva o povo palestino!
- Palestina Livre, do Rio ao Mar!











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Extrema direita golpista e deslumbrada desfila pela Paulista... E a esquerda preocupada em dar resposta?
- Me poupem!
Num domingo ensolarado, pelo menos aqui num recanto tranquilo de Minas onde ocupo meu tempo e meu corpo e minha mente, assisto pelo youtube o desfilar de milhares de seres fantasiados de verde e amarelo pela conhecida avenida Paulista, na capital que leva o mesmo nome do estado - pensando bem, que falta de imaginação! Pelo menos em Minas, a capital promete um horizonte mais belo. Será? Pelo menos se se considerar o governador sapatenis que os mineiros elegeram - não em meu nome, claro! -, o que há é um horizonte sem horizonte. Na Paulista, o perfil levantado em pesquisa da USP, entre os 185 mil da marcha com os demônios pela família e pela ditadura, era formada de maioria branca, homens machos, com curso superior, idade entre 45 e 65 anos e renda mensal entre 3 e mais de 20 salários mínimos. Ou seja, uma classe média média e alta, com requintes de recalques e alguma dificuldade de percepção do mundo real. Por exemplo, a maioria considera que o Brasil vive uma ditadura, que não há liberdade. Seria no mínimo uma ditadura bem meiga, pois eles puderam ocupar tranquilamente a principal avenida de São Paulo, capital, contando até mesmo com a simpatia dos aparatos repressivos. Não houve gás lacrimogêneo, como nós, trabalhadores que fazemos greves por melhores salários e condições de trabalho estamos acostumados a tomar. Nem tampouco houve bala perdida, como sempre acontece nas investidas das polícias nos bairros e favelas da periferia. Se há alguém que teria motivos para se queixar do sistema, dos governos, da vida, enfim, é esse pessoal que sobrevive com grande dificuldades nas periferias do país. Não essa estranha massa católica e evangélica que se juntou na Paulista para ouvir um monte de falsos profetas a se queixarem da ditadura do STF, de eleições que teriam sido fraudadas porque eles perderam no voto, e em nome de um Deus do ódio, de uma Israel genocida, racista, colonialista, sionista, enfim. Ah, e da família, também, claro, não pode faltar. A família deles, claro, sempre em primeiro lugar! Me lembra sempre, quando esses tipos falam em "pátria e família", daquela fatídica sessão plenária no Congresso Nacional, quando derrubaram num golpe institucional a nossa querida presidenta Dilma. Era um tal de "pela minha família!" e em seguida votavam para cassar aquela que havia sido eleita democraticamente pela maioria da população.
Essa gente não se cansa do ridículo. Pregam sempre o oposto do que querem de fato. Em nome da democracia, articulam golpes de estado para implantar uma ditadura; em nome da liberdade, lutam para acabar com o estado democrático de direito que assegura liberdades constitucionais individuais e coletivas para todos. Pelo menos em tese. Assim que perderam as eleições presidenciais democraticamente foram para a porta dos quartéis, clamando pela intervenção militar-já! Quanta ignorância em relação à nossa história recente! A última vez que os militares ocuparam formal e realmente os poderes no Brasil ficaram 21 anos. Com imprensa censurada, repressão a quaisquer movimentos sociais, prisão, tortura, assassinato, sequestro e desaparecimento de quem ousasse criticar os governos dos generais de plantão, sempre servis aos banqueiros, latifundiários e grandes empresários. Com as bênçãos de parte da igreja - e olha que ainda nem estavam em destaque, como agora, esses pastores picaretas das pentecostais, que arrancam dízimos e ofertas dos mais pobres, enquanto se aliam ao estado sionista que se diz representante da religião que historicamente sempre rejeitou Jesus enquanto Deus. Mas, nos tempos atuais, os novos cristãos estão mais para o antigo testamento carregado de ódio e de vingança, do que para o evangelho de Cristo, aquele do perdão, da tolerância e do amor ao próximo. Claro que há exceções, mas, no geral, é assim que as coisas andam.
Contudo, nossos problemas não estão nas religiões, mas nas realidades concretas de um sistema invertido, que acumula fortuna para alguns poucos e miséria e fome para a grande maioria. Nessa fração do capital mundial delimitada nesse território chamado Brasil, o presidente eleito recentemente com meu voto deu a seguinte receita: é preciso incluir os mais pobres no orçamento, e os ricos nos impostos. Essa é a fórmula, que toda esquerda deveria levar mais a sério, procurar decifrá-la no cotidiano, ao invés de ficar produzindo em papel ou em forma digital os tais programas ditos revolucionários e atacando o governo gratuitamente em cada esquina. Considero um grande privilégio do povo brasileiro ter uma liderança com a estatura mundial que tem o nosso presidente Lula. Que demonstra grande sensibilidade a problemas concretos, como o combate à miséria e à fome que atinge milhões de pessoas. Não é à toa que o legado desse combate, malgrado equívocos e omissões em várias áreas, tenha propiciado cinco vitórias eleitorais para o cargo mais cobiçado do país: o cargo de presidente da república. Um gigante eternamente adormecido em berço esplendido, como reconhece o hino pátrio, ter uma liderança como Lula e um partido como o PT, construído pelos de baixo no período final da ditadura militar de tristíssima memória, é um privilégio. Eu sei que a esquerda mais radical torce a cara quando lê tal afirmação. E olha que eu nem sou do PT. Sei disso porque eu já fui assim. E continuo comunista, graças a Deus. Pelo menos mais lúcido, menos deslumbrado, menos parecido com essa direita "patriótica", aspas, que desfilou pela Paulista no dia 25 de fevereiro último. E que tem como dogma comum o antipetismo, que para eles é sinônimo de anticomunismo.
Disse na Paulista uma senhora muito sincera, entrevistada que fora pelo jornalista Joaquim de Carvalho da TV 247, que ela defendia Israel porque aquele estado era contra o socialismo e contra o comunismo. Joaquim perguntou pelo massacre de crianças e mulheres civis indefesas em Gaza e ela respondeu que Israel estava apenas se defendendo contra os terroristas do Hamas. Estranha forma de autodefesa: eu mato TODOS os civis de um território inimigo e pronto, resolvi meu problema. Uma pena que Joaquim não tenha feito a seguinte pergunta à queima roupa: se aqui nessa manifestação em apoio a Bolsonaro estivessem infiltrados meia dúzia de "terroristas" do Hamas a senhora acharia correto assassinar TODOS coletivamente, inclusive a senhora, para atingir esses poucos militantes? O que será que ela responderia? Os bolsonaristas-raiz talvez respondessem que sim. É assim, aliás, que pensa o governo terrorista e assassino de Israel. Eles preferem assassinar seus próprios soldados a ter que negociar com os inimigos. Algo bem nazista mesmo. Fez muito bem o nosso camarada presidente Lula ao comparar o genocídio em Gaza com o holocausto que ceifou a vida de milhões de judeus e ciganos e comunistas e etc. Não é à toa que centenas de judeus não-sionistas têm realizado grandes marchas nos EUA contra o genocídio em Gaza e com a palavra de ordem: Não em nosso nome!
Agora surge aqui e ali a infantil proposta de parte da esquerda de realizar um ato público como resposta ao ato da extrema direita na Paulista. Quanta imaturidade política! A esquerda está no poder, ainda que com um amplo leque de alianças e tendo que fazer todo tipo de concessões para aprovar algumas poucas e importantes políticas públicas visando incluir os pobres no orçamento - lembram-se? O que se precisa fazer é governar bem, em favor dos de baixo. Claro que os movimentos sociais têm autonomia - ou pelo menos deveria ter - em relação aos governos. Mas, as mobilizações desses movimentos e da esquerda geralmente se dão em torno de pautas concretas: melhores condições de trabalho, moradia, casa própria, melhores salários, reforma agrária. E às vezes pautas mais amplas como a defesa da causa palestina, uma causa internacionalista e necessária. Aliás, a esquerda está devendo um grande ato em favor dos palestinos e contra o estado sionista-racista-genocida de israel.
"Ah, dizem alguns, a extrema-direita está ainda muito forte... é preciso demonstrar nossa força também nas ruas...". Ora, a direita no Brasil e no mundo sempre foi forte. Mas, a esquerda também. A última medição de força que tivemos, e que envolveu o país inteiro e não apenas a Paulista, foi nas últimas eleições presidenciais. E nós vencemos, apesar do pacotaço do Jair em véspera de eleição: R$ 6.000,00 de presente para milhares de taxistas e caminhoneiros; extensão do auxílio emergencial de 600,00 para milhões de pessoas que sequer preenchiam as condições no critério do Bolsa Família (que é para famílias de baixa renda); blitz da Polícia Rodoviária Federal nas regiões do Nordeste onde Lula havia recebido as maiores votações no primeiro turno. Além do festival de fake news. Felizmente, a maioria da população brasileira teve o discernimento de votar ou em favor de Lula, ou contra o projeto fascista encarnado no desgovernado bolsonarista. Viva o povo brasileiro!!!
Uma coisa que a esquerda, incluindo o PT e o próprio Lula, deveria se preocupar é em melhorar a comunicação, tanto no conteúdo quanto na forma de atingir milhões de pessoas. Nisso a extrema direita mundial e a brasileira também continuam surfando sem concorrência. Impressionante a dificuldade de comunicação da esquerda, mesmo com o poder nas mãos. A direita construiu um sistema e uma rede própria de comunicação, que obviamente são utilizados diariamente para fazer a lavagem cerebral de milhões de pessoas. Produzem centenas de vídeos, realimentando uma rede que funciona de forma descentralizada e com muita eficácia. Naquilo que interessa para os chefes dessa extrema direita - e que são os grandes beneficiários, que lucram bilhões e se associam aos piores tipos - a mensagem moralista é passada de tal forma a desviar a atenção do rebanho em relação aos temas sociais que realmente deveriam interessar a todas e todos. Eles realmente não precisam da Globo para dialogar diariamente, repito, com milhões de pessoas. Enquanto a esquerda fica na dependência dessa mídia empresarial-burguesa para se comunicar ou se ver representada. Claro que hoje existem esforços alternativos e meritórios de comunicação nas redes sociais. Apesar da quase total indiferença da esquerda institucional e do governo federal. Refiro-me às iniciativas como a TV 247, o DCM, a revista Fórum, o ICL Notícias, o GGN, a TVT, entre muitas outras iniciativas individuais e coletivas. A esquerda continua devendo a construção de uma grande rede de comunicação, capaz de pautar uma agenda própria, de construir coletivamente a resistência aos ataques do capital e seus agentes; de formular coletivamente um programa mínimo executável nas realidades atuais, e de refletir criticamente as contradições próprias do sistema capitalista, contribuindo assim para a construção de uma consciência crítica anticapitalista. Ufa! Reparem que estou falando de duas perspectivas distintas embora interligadas: a imediata, baseada na resistência, na luta e nas conquistas imediatas no interior desse sistema. A esquerda confunde muito esses conceitos; e uma outra, baseada na consciência crítica ao sistema, que só pode ser real e totalmente superado em escala mundial, e por isso mesmo num processo mais longo e demorado. Pessoalmente, acho que parte da esquerda está muito perdida em relação aos conceitos e à leitura que faz da história recente das lutas dos trabalhadores no Brasil e no mundo. Claro que eu posso estar totalmente errado, como já estive em outras épocas. Ao contrário dos acadêmicos e dos partidos comunistas e dos clérigos da Idade Média que nunca erram, eu, humildemente, reconheço que posso estar errado, assim como, no passado, fiz análises equivocadas em relação a muitas coisas. Claro que acertei em algumas. E não mudei em relação aos principais referenciais: continuo na mesma trincheira em favor dos de baixo! E é isso o que importa.
Mas, essa é uma longa conversa que quero ter aqui com todas e todos num outro momento. Tudo a seu tempo, diria alguém. E tempo é cada vez o que eu mais tenho. Principalmente para o meu ócio improdutivo para alguns, mas altamente produtivo para mim. Como escrever esse texto ao som de alguma música intercalada com leituras e respostas de mensagens no WhatsApp e o caminhar pelo quintal e pelas ruas. E viva esse direito de andar livremente pelas ruas, coisa que numa ditadura, como relatam os antigos opositores daquele regime de opressão, era um risco permanente. Viver, era um risco. Como continua sendo para os moradores da Faixa de Gaza, ou da Cisjordânia. Que as pressões coletivas mundiais e as falas potentes de personagens como Lula da Silva e os herdeiros de Nelson Mandela na África do Sul consigam parar a mão assassina do estado de israel e do imperialismo estadunidense entre outras máquinas de guerra e do ódio.
- Viva a força popular dos de baixo!
- Viva o povo palestino, que resiste heroicamente! - Palestina livre, do Rio ao Mar! - E viva a resistência, a luta e as conquistas dos de baixo! - E abaixo a Rede Globo, porta-voz do sionismo, do imperialismo e do que mais houver de pior! - E viva também o nosso camarada presidente Lula (toda vez que ele assume alguma bandeira que defendemos, claro, kakakaka!)! - Quanto a vocês, os 185 mil "patriotas" que desfilaram pela Paulista... vão estudar história, porra!!!
(Euler Conrado, 28.02.2024)



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Lula toca na ferida: é genocídio nazista sim!
E assanha a ira dos sionistas de plantão - Globo, Record, bolsonaristas e etc. -, sempre prontos para servir aos piores interesses do grande capital, do imperialismo e do sionismo.


Viva a heroica resistência do povo palestino e de todas e todos espalhados pelo mundo que se levantam contra esse massacre covarde que só encontra paralelo em exemplos como o holocausto nazista e tantos outros genocídios praticados pelo Ocidente capitalista ao longo de séculos de colonização na África, na Ásia, nas Américas e no Oriente Médio. São séculos de barbárie, de destruição e de morte de milhões de pessoas inocentes, como agora acontece de forma televisionada na Faixa de Gaza. A humanidade que não se vendeu e nem se rendeu não pode sucumbir diante desse genocídio com requintes de crueldades a que o exército sionista de "israel" - entidade de ocupação da Palestina - realiza contra milhares de palestinos, sobretudo crianças e mulheres. Parabéns ao presidente Lula, que, com muita coragem colocou o dedo na ferida: é um novo ou renovado holocausto o que ocorre em Gaza com os palestinos!


Em viagem pela África, o presidente Lula passou pelo Egito, onde renovou seu apoio à causa palestina e criticou a matança de mais de 30 mil crianças e mulheres e idosos pelo governo terrorista e genocida de israel (no minúsculo mesmo). Em seguida, na conferência da Liga Árabe, que reúne 22 países, Lula reafirmou a sua denúncia ao estado sionista, que pratica crimes de guerra e genocídio contra o povo palestino. Mas, foi na Etiópia, no dia 18 de fevereiro último, durante uma entrevista coletiva, que Lula soltou uma verdadeira bomba na cabeça dos sionistas-terroristas que governam a entidade de ocupação na antiga Palestina. Após se mostrar indignado com o corte da verba ao organismo da ONU - UNRWA - que presta ajuda humanitária aos refugiados palestinos - atitude essa tomada covardemente pelos governos dos países imperialistas como EUA, Alemanha, Inglaterra e etc. -, e de reafirmar que o Brasil vai ampliar sua ajuda a esse órgão, Lula disse que a matança de crianças e de mulheres inocentes em Gaza só encontra paralelo "quando Hitler resolveu matar os judeus". Ou seja: Lula trouxe à tona a memória de um genocídio que jamais pode ser esquecido pela humanidade, sobretudo nesse momento, quando as elites dos governos ocidentais fingem que nada de mais acontece em Gaza. Com essas palavras, Lula, que tem estatura de um líder reconhecido mundialmente, mexeu com o brio - se é que existe isso entre os burocratas do grande capital e dos governos imperialistas! - dessa elite cínica, que adora falar em democracia, liberdade e direitos humanos de forma abstrata, mas que é cúmplice e financiadora direta do genocídio praticado por esse arremedo de estado conhecido como israel, uma verdadeira máquina de guerra assassina, racista e colonialista.

Imediatamente as vozes das trevas, sobretudo no Brasil e obviamente que na entidade de ocupação na Palestina se levantaram e mostraram os dentes, expressando sua indignação contra o corajoso presidente Lula - já disse que se o Brasil romper relações com israel vou passar a chamar Lula como "camarada presidente"! kakaka. Fecha parêntese. Como sempre, a Globo, porta-voz do imperialismo e do sionismo, colocou seus cães para vociferarem contra o nosso presidente, acusando-o de antissemita. Nada é mais antissemita hoje no mundo do que o estado de israel e sua política assassina, que desonra a memória e o legado humanista e cultural dos judeus. Lula, ao contrário, ao trazer à baila a lembrança do terror do genocídio do holocausto contra judeus, ciganos, comunistas, entre outros, mas, sobretudo contra os judeus, o presidente do Brasil, repito, nos lembra que a humanidade não tem o direito de deixar que aquele horror se repita, como agora acontece em Gaza, justamente por obra de um governo que se diz representante dos judeus, o governo sionista de israel. Não é à toa que dezenas de judeus nos EUA saíram às ruas em protesto, desde o início do massacre, com a palavra de ordem: "Não em nosso nome!". O governo sionista de israel não representa a história e a memória do povo judeu, vítima que foi ao longo de séculos de perseguição e mortes provocadas pela elite ocidental e do Leste europeu cristã, nas suas diferentes correntes - ortodoxa, católica e protestante. Foi na antiga Palestina, de maioria árabe islâmica, onde os judeus, vivendo em minoria até o final do século XIX, teve a melhor e mais respeitosa acolhida. Ironicamente, estão agora os palestinos pagando uma conta que não é deles, mas da Europa, que financiou e apoiou a criação em 1948 de um estado racista e colonialista em terras palestinas. Com as bênçãos da ONU, que sequer consultou os palestinos que eram, há séculos, os proprietários de mais de 90 por cento do território hoje ocupado pela entidade sionista.

Mas, enquanto as sábias palavras do presidente Lula provocaram a esperada ira das forças do atraso - bolsonaristas, rede Globo, parlamentares de aluguel e etc. -, estranhamente a maioria da esquerda brasileira, sobretudo dos maiores partidos - PT, Psol e PCdoB - com honrosas exceções, continua em pusilânime silêncio. Aos invés de usarem a tribuna dos parlamentos e também as ruas e os movimentos sindicais e estudantis e as redes sociais para travar o bom combate internacionalista em favor da causa palestina, associando o que ocorre naquele território com as práticas de racismo e de perseguição aos mais pobres nas periferias do Brasil, essas pessoas preferem se esconder, com cálculos eleitoreiros mesquinhos. Ou quem sabe até aguardando o financiamento de grupos do lobby sionista, que compra artistas e políticos no Brasil e em boa parte do planeta, sobretudo nos EUA.

O presidente Lula, que anteriormente subscreveu a corajosa ação da África do Sul (grande África do Sul!!!) junto à Corte de Haia contra israel por prática de genocídio e crimes de guerra; que suspendeu os contratos militares realizados durante o governo Bolsonaro com o governo de israel; que recebeu o embaixador da Palestina no Palácio do Planalto e fez questão de plantar uma árvore de oliveira na embaixada palestina no Brasil; que se empenhou em conseguir um cessar-fogo com a ajuda humanitária no conselho de segurança da ONU logo nos primeiros dias do massacre; e que recebeu os repatriados da Palestina no aeroporto em Brasília, fazendo questão, naquele momento, de classificar os atos do governo de israel como "terrorista" e de "genocídio"; esse mesmo presidente, cercado de pessoas que provavelmente estão ligadas aos interesses sionistas e imperialistas - já que ele governa uma frente amplíssima -, não titubeou em chamar pelo nome o que acontece em Gaza: um genocídio, com paralelo na triste memória do holocausto!

A mídia vendida das classes dominantes - Globo, SBT, Record e etc. - o tempo todo abriu os microfones para atacar o presidente Lula. Numa inversão dos fatos, ao invés de dar destaque ao massacre que acontece ao vivo em tristes cores em Gaza, preferiu, esse jornalismo empresarial sionista-imperialista dar destaque, de forma isolada, ao que seria supostamente uma comparação inaceitável entre o holocausto e quaisquer outros acontecimentos, mesmo que se trate, como é o caso em Gaza, de um massacre com requintes semelhantes ao holocausto, que inclui limpeza étnica, matança generalizada de crianças e mulheres, cerco de população civil desarmada e sem acesso a remédios, alimentos, roupas, moradias, água potável; com a total destruição de hospitais, ambulâncias, igrejas, escolas, casas; com a realização de cirurgias e partos sem anestesia e com total ausência de remédios e equipamentos médicos. Dois milhões e meio de palestinos submetidos a esse covarde massacre durante os últimos 134 dias - isso sem contar os últimos 76 anos de ocupação da entidade sionista! Nada disso mereceu a atenção dessa mídia canalha, que prefere dar destaque a um suposto sentimento de agressão à memória dos judeus pelo fato de Lula ter feito alusão ao holocausto, embora não tenha citado formalmente a palavra holocausto. Uma total inversão das coisas, com a tentativa de sensibilizar os desavisados e construir uma falsa ideia de que Lula estaria agredindo os judeus e sua memória. Nada mais falso! Foi exatamente o oposto. Foi em nome dessa memória de genocídio, do holocausto, que não pode ser esquecida, que Lula, com a maestria típica dos grandes personagens, revelou sua indignação com aqueles que renegam essa memória e repetem práticas que já deveriam ter sido abolidas do nosso meio. "Não em nosso nome!" - dizem os judeus mais conscientes e humanistas. Lula cobrou publicamente dos governos do Ocidente o cessar-fogo imediato, o fim da matança que ocorre em Gaza, sob a omissão e a cumplicidade de governos e organismos internacionais.

Da nossa parte, esperamos que o governo brasileiro, que chamou de volta o embaixador do Brasil em israel, aprofunde a sua crítica e rompa todas as relações com esse estado sionista, racista e colonial. E que todos os outros países igualmente realizem esse gesto de protesto, de boicote e de total isolamento dessa entidade que ocupa o território palestino provocando guerras em todo o Oriente Médio; a limpeza étnica e o covarde genocídio de um povo que não tem exército, não tem aeroporto, não tem sequer o direito de deixar o seu território ou de receber os irmãos palestinos que foram expulsos durante a Nakba (1948), quando mais de 700 mil palestinos foram brutalmente arrancados de suas casas e espalhados em campos de refugiados. O que ocorre agora em Gaza é a continuidade desse processo. O estado de israel coloca em prática o que chama de "solução final", uma combinação de matança de milhares de palestinos, sobretudo crianças e mulheres, com a expulsão dos que sobreviverem para outras regiões. O exército sionista fez questão de bombardear todos os equipamentos e construções, algumas delas seculares, como as mesquitas, que lembrem a passagem dos palestinos naquele território. Além do genocídio, o cometimento de crime lesa-humanidade com a destruição de rico acervo do patrimônio cultural mundial. Por esses atos, não tenho receio em afirmar que "israel" perdeu em absoluto o direito de existir. O que nada tem a ver com os judeus, ou quaisquer outras etnias ou religiões, que devem viver em harmonia com todos os povos do mundo. Sem supremacia racial, sem colonialismo, sem sionismo, sem imperialismo e obviamente, sem capitalismo. Pois, enquanto capitalismo houver, o mundo estará subordinado a essa forma invertida de relação social, onde os que produzem as riquezas vivem na miséria, enquanto a burguesia que nada produz se apropria de tudo.

Viva o povo palestino e sua heroica resistência! Palestina Livre, do Rio ao Mar! P.S. Embora o presidente Lula e o governo brasileiro tenham uma posição oficial em relação ao Hamas e às ações do dia 07 de outubro de 2023, chamadas de terroristas, e tentam com isso apresentar um suposto equilíbrio nas suas críticas aos supostos "dois lados do conflito", minha posição em relação a isso é muito clara: o Hamas é uma das organizações legítimas da resistência palestina contra a ocupação sionista. O ato do dia 07 de outubro de 2023, chamado "Dilúvio de Al-Aqsa", reabriu mundialmente a discussão sobre a causa palestina, que estava praticamente esquecida e em vias de ser sufocada pelo enorme lobby sionista. Se eu tivesse nascido em Gaza e vivesse nas condições em que vivem os palestinos naquele território, não tenho dúvida que engrossaria as fileiras do Hamas. E se vivesse no Líbano é certo que estaria nas fileiras do Hezbollah. E no Iêmen, estaria junto com os Houthis. Aqui no Brasil, obviamente, tendo em vista as conquistas democráticas arrancadas pelo nosso povo nas lutas - e que estão sempre ameaçadas por essa elite golpista, canalha e bolsonarista - posso me dar ao luxo de viver, resistir e sonhar com um mundo melhor para todos sem estar diretamente envolvido numa guerra formal - claro que estamos sempre em guerra contra os de cima, nós, os que estamos no campo da esquerda, sem adjetivação (reformista, radical, revolucionária e etc.), estejamos ou não em alguma organização partidária. Nossa luta tem o sentido imediato e local de resistência e de conquistas, e, ao mesmo tempo, de construção de uma consciência crítica mundial anticapitalista.
Forte abraço em todas e todos e força na luta, sempre!
(Euler Conrado, 21 de fevereiro de 2024).





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100 dias de massacre dos palestinos em Gaza pela entidade sionista de ocupação. A humanidade sensível chora e se manifesta em solidariedade ao povo palestino, que resiste heroicamente. São mais de 10 mil crianças mortas, covardemente. Um genocídio, que está sendo julgado na Corte Internacional de Haia, a pedido do governo da África do Sul e com o apoio do governo brasileiro. Palestina livre, do Rio ao Mar! (16.01.2024)

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O centro de BH, hoje, amanheceu palestina...

Na data de hoje, 13 de janeiro de 2024, aconteceu em todo o mundo manifestações de solidariedade ao povo palestino, à sua luta e resistência contra um estado racista, colonialista e genocida, o estado de Israel. O Comitê Mineiro de Solidariedade ao povo palestino não poderia deixar essa data passar despercebida. A Praça Sete, centro de Belo Horizonte, palco de inúmeras manifestações e lutas e batalhas nas últimas décadas, foi o local escolhido para que fosse realizado esse ato de solidariedade. E também o recolhimento de assinaturas para um abaixo-assinado pedindo ao presidente Lula o rompimento das relações diplomáticas, comerciais e acadêmicas com o estado de Israel. Algumas dezenas de pessoas mais envolvidas com essa luta fizeram questão de marcar presença. Além das pessoas que transitam diariamente naquela conhecida praça. Pelo mundo afora, milhares de pessoas ocuparam ruas e praças a demonstrar que a causa palestina, e sua heroica resistência, é uma causa internacionalista. Aqui no Brasil, apesar das manifestações em vários estados, não tem tido grande adesão de massa, embora se saiba que uma parcela muito expressiva da população brasileira, apesar do trabalho repugnante de desinformação que é feito pela mídia vendida - sempre a serviço dos piores interesses -, tem demonstrado pelas redes sociais a solidariedade e até mesmo a sua compaixão para com a sofrida realidade da população palestina, vítima de um covarde massacre.

A semana havia terminado com algumas notícias positivas para a causa palestina. A primeira delas foi o início do julgamento, na Corte Internacional de Justiça em Haia, de uma ação movida pelo governo da África do Sul, que acusa Israel de genocídio e de práticas de crimes de guerra contra o povo palestino. O texto apresentado pelo governo sul-africano, inspirado nas melhores tradições de luta contra o apartheid que existiu por muitas décadas naquele país - e que felizmente foi derrotado pela combativa população negra da África do Sul -, tem 84 páginas muito bem fundamentadas. O regime sionista, racista, colonialista e genocida de Israel consegue ser muito pior até do que o regime de apartheid que existiu naquele país - e que, aliás, é sempre importante lembrar que o regime segregacionista que existia na África do Sul recebia total apoio de Israel.

Uma segunda notícia muito importante para nós brasileiros e para a causa palestina foi a adesão do governo federal a essa iniciativa da África do Sul. Por determinação do presidente Lula, que recebeu formalmente o embaixador palestino no Brasil, o governo federal subscreveu essa importante ação movida pela África do Sul. Alguns outros países da América Latina, entre eles Cuba, Venezuela, Nicarágua, Bolívia, e até mesmo a Guiana inglesa, palco de conflito recente de disputa de território com a Venezuela, também subscreveram a petição contra o estado de Israel.

Sabe-se que os processos dessa natureza costumam levar muito tempo para o julgamento final - e sequer houve, ainda, a aceitação dessa demanda. Há todo um ritual, até chegar à decisão final. Mas, independentemente dos resultados finais, a corajosa ação, em si, movida pela África do Sul, que ganhou grande visibilidade mundial, nesse tribunal internacional ligado a ONU, representa uma importante vitória para a causa palestina. Cada vez mais Israel e EUA ficam isolados nesse massacre que realizam covardemente contra os palestinos.

Pode-se dizer com certeza que nunca, em nenhuma outra época nesses 76 anos, desde a criação do estado sionista, a causa palestina teve tanta manifestação de simpatia e solidariedade mundial. Até o dia 07 de outubro de 2023, quando a resistência armada dos palestinos realizou a operação "Dilúvio de Al-Aqsa" - que foram as ousadas ações de ingresso no território que a entidade sionista ocupa, travando grandes confrontos com a força militar inimiga, causando centenas de baixas militares e alguns civis - boa parte desses assassinados pela própria força de defesa do estado sionista - e o sequestro de duas centenas de israelenses, a maioria militares, para trocar pelos 6 mil palestinos sequestrados, que continuam presos e submetidos a todo tipo de humilhação e tortura nas masmorras do estado sionista; até essa data, eu dizia, a causa palestina jamais alcançara tal grau de popularidade internacional.

Cada vez fica mais claro, quase que num consenso mundial, obviamente que excetuando-se as forças do atraso ligadas ao imperialismo e ao sionismo, que o mundo atual não pode conviver com esse tipo realidade a que está submetido o povo palestino. O estado de Israel foi criado com a conivência da elite europeia, antissemita que sempre fora, ansiosa por se livrar de boa parte da população judaica, e que simplesmente transferiu o que considerava um problema para o território da Palestina, onde morava o povo árabe palestino há três mil anos. Uma grande sacanagem realizada pelo comitê de gangsteres internacionais, com o pomposo título de chefes das nações europeias, que sequer teve a decência de consultar o povo palestino se ele estava disposto a ceder a maioria do seu território para a instalação de um estado racista com outro povo. Lembremos que durante séculos, judeus (em minoria) e árabes palestinos, que representavam mais de 90 por cento da população, conviveram pacificamente no território da Palestina. Até que foi criada pela ONU em 1947 essa esdrúxula solução de partilha daquele território entre dois estados, dando a maior parte (55%) para a criação de um estado supremacista - já que Israel se auto intitula estado de uma etnia, ou seja, estado judeu, com supremacia sobre outros povos que vivem ali. Caberia à maioria da população que viveu na Palestina por milênios criar um segundo estado num território menor (45%), coisa que nunca aconteceu, já que grande parte da população palestina foi expulsa; outros tantos foram presos ou assassinados e os demais ficaram espremidos numa área total que não chega a 10% do território da antiga Palestina - em Jerusalém Oriental, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, um verdadeiro campo de concentração, cuja população de 2,3 milhões de habitantes é vítima do covarde genocídio que a população mundial acompanha em tempo real por canais de TV do Oriente Médio, via youtube.

Mas, apesar de todo esse massacre realizado pela entidade sionista de ocupação, conhecida como Israel, com total apoio financeiro e militar do imperialismo estadunidense, o povo palestino resiste. Sua força militar de resistência tem causado inúmeras baixas ao exército sionista. Após 100 dias de bombardeio, já havendo destruído mais da metade das casas de Gaza, além de hospitais, escolas, universidades, mesquitas e toda a infraestrutura desse território, o exército de ocupação não consegue atingir os seus principais objetivos. Não conseguiu esmagar o Hamas e demais forças aliadas da resistência; não conseguiu libertar as dezenas de pessoas sequestradas que estão sob o poder da resistência palestina armada - e que deseja trocar essas pessoas - 136 ao todo - pelos 6 mil palestinos sequestrados pela entidade sionista de ocupação; não conseguiu sequer dominar completamente o território de Gaza. O que o exército sionista se mostrou eficiente mesmo foi no covarde massacre de crianças e mulheres e idosos através de bombardeio aéreo. São mais de 30 mil civis palestinos mortos até o momento, além de mais 60 mil feridos.

Por outro lado, ainda no campo militar, Israel enfrenta também o operoso exército do Hezbollah, que atua no sul do Líbano, ao norte da Palestina ocupada. Apesar das ameaças que Israel faz contra o Líbano, de invadir e destruir esse país, o histórico de confronto com o Hezbollah não foi favorável ao exército de Israel, que já foi derrotado duas vezes no Líbano. Além disso, os combatentes do Hezbollah, que são aliados da causa palestina, saíram vitoriosos de recente conflito armado em defesa do governo sírio, contra os mercenários do chamado Estado Islâmico, que, segundo consta, não é nem estado e nem islâmico, pois só ataca os estados islâmicos anti-imperialistas e jamais atacou Israel ou as bases militares dos EUA no Oriente Médio. O Hezbollah tem uma força de 100 mil combatentes e possui cerca de 150 mil mísseis muito superiores aos usados pelo Hamas. Ou seja, se Israel tentar invadir ou atacar de forma mais pesada o Líbano, vai pagar um preço altíssimo.

Na disputa política e moral em escala mundial, Israel está derrotado. É hoje um estado isolado e as votações pelo cessar-fogo na ONU demonstram isso, apesar do poder de veto que tem seu principal aliado e financiador, os EUA. Até mesmo governos europeus ou do Oriente Médio que têm fortes relações com Israel e com os EUA têm manifestado publicamente o seu desconforto com a permanência do massacre televisionado em Gaza. E mesmo nos EUA, onde o lobby sionista controla boa parte da máquina estatal - além dos bancos e da indústria cultural e midiática, incluindo Hollywood e todos os grandes jornais e TVs -, mesmo lá, nesse país imperialista, milhares de pessoas, incluindo centenas de judeus não sionistas, saem às ruas em protesto contra o genocídio e contra a posição dos EUA de apoio incondicional a esse vergonhoso e covarde massacre.

Além do Hamas e aliados em Gaza, do Hezbollah no Sul do Líbano (fronteira com o Norte da Palestina Ocupada); e dos confrontos na Cisjordânia, a causa palestina conta também com o apoio dos Houthis no Iêmen, que praticamente fechou o Mar Vermelho para o tráfego de cargas dirigidas para Israel. Todos esses exércitos e partidos fazem parte, juntamente com a Síria e com o Irã, do chamado Eixo da resistência islâmica, claramente pró-palestino e anti-imperialista.

A existência de Israel, com essa característica de estado racista e colonialista, tornou-se uma vergonha para a humanidade mais esclarecida e sensível. Fica cada vez mais evidente que o Ocidente terá que encontrar uma solução que contemple o direito dos palestinos a viverem em seu território com autonomia, e não sob a tutela colonialista de outro estado.

Quem passou pela Praça Sete hoje pela manhã, na cidade de Belo Horizonte, teve a oportunidade de assinar um abaixo-assinado dirigido ao presidente Lula, que cobra o rompimento de todas as relações do Brasil com Israel; pode contemplar também, além das falas no microfone horizontal e democrático que lá se encontrava - ao contrário dos atos burocráticos de uma certa esquerda, aspas -, a bela apresentação artística improvisada da dança típica palestina, que simboliza a sua (nossa) resistência e luta. Cada ato era sempre acompanhado do grito bem alto: "Palestina livre, do Rio ao Mar!"

(Euler, em 13 de janeiro de 2024).











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Mensagem de final de ano...
Desejo a todas e todos, na medida do possível, paz e harmonia com os amigos e familiares. Mas, estamos em guerra contra um sistema que nos explora e nos oprime. Na terra em que Jesus nasceu, um estado colonialista e racista promove genocídio e a limpeza étnica do povo palestino, que resiste heroicamente. Milhões de pessoas ainda vivem na miséria e na fome em todo o mundo, enquanto alguns poucos acumulam bilhões em fortunas apropriadas dos suores alheios. É o capitalismo. Minha expectativa mesmo é que, em algum momento, entre hoje e os próximos séculos, a maioria da humanidade queira se livrar desse sistema. Em escala mundial, nada menos que isso. Até lá, nosso caminho é a resistência, a luta e as pequenas grandes conquistas no interior desses "moinhos satânicos" do capital. A luta é o que nos forma! E a unidade dos de baixo na luta é a melhor forma de resistência.
Um forte abraço a todas e todos! E força na luta, sempre!
Palestina livre, do rio ao mar!
Euler, 31 de dezembro de 2023


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Israelenses sionistas: um estado do demônio!
Em plena véspera de Natal, na terra em que Jesus Cristo nasceu, um estado racista e genocida promove uma matança generalizada de crianças e mulheres e idosos que moram na Faixa de Gaza e também na Cisjordânia. Toda aquela falácia da mídia venal de que Israel estaria atrás apenas do Hamas não se confirma diante da atroz realidade: já são cerca de 30 mil civis mortos (incluindo os desaparecidos nos escombros) e quase 60 mil feridos, boa parte deles mutilados. Crimes de guerra são cometidos a todo momento pelo estado assassino e terrorista de Israel, que bombardeia deliberadamente hospitais, escolas, ambulâncias, mesquitas e abrigos de refugiados. Com o total apoio de outro estado igualmente terrorista e assassino que é os EUA. Esses dois estados são a síntese do que o capitalismo tem a oferecer aos povos do mundo: o genocídio de milhares de pessoas indefesas, combinado com a limpeza étnica, a exploração da força de trabalho de forma cada vez mais intensa e desumana e a apropriação de todas as riquezas por alguns poucos, enquanto a maioria é cercada e massacrada.

Infelizmente, a maioria das pessoas, já desumanizadas e insensíveis, não percebe que o que acontece na Palestina ocupada não é um caso isolado. E mesmo que fosse, nada justificaria total crueldade por parte de um estado armado com as mais avançadas técnicas de extermínio, fazer o que vem fazendo nos últimos 80 dias. É fato que essa matança combinada com a limpeza étnica do povo palestino do seu próprio território já vem ocorrendo mesmo antes de 1947, quando a ONU tomou a infeliz decisão de aprovar a partilha da Palestina e permitir que se criasse um estado sionista, que por essência é racista, colonialista e terrorista.

Os governos da maioria dos países do mundo, e isso inclui os países do Oriente Médio, além de fantoches e corruptos, são totalmente dependentes dos EUA e da Europa Ocidental, que são aqueles que protegem e fornecem dólares e armas para Israel manter o cruel e covarde assassinato dos palestinos.

O exército de Israel e sua força de destruição aérea é muito bom mesmo para assassinar pessoas indefesas, crianças, mulheres, idosos, com mísseis teleguiados ou não e fósforo branco, entre outros experimentos de extermínio humano. Contudo, na batalha campal, para enfrentar o Hamas e outros grupos da resistência armada palestina nas ruas já destruídas de Gaza, esse exército tem enfrentando grandes dificuldades. Apesar da superioridade tecnológica, de equipamentos e de grande número de militares, até o momento o exército sionista não conseguiu o seu intento de esmagar o Hamas e os demais grupos de resistência. No campo de batalha mesmo, apesar de toda a superioridade militar, as forças de defesa de Israel têm sofrido enormes baixas, incluindo oficiais de alta patente. Dificilmente conseguirão atingir o objetivo tão declarado de "destruir o Hamas".

Contudo, o objetivo central e real dos sionistas é o de esmagar não o Hamas, mas a população civil palestina, sobretudo as crianças e as mulheres, incluindo as mulheres grávidas, para que não possam procriar. É um estado do demônio esse, que coloca como alvo uma população civil indefesa, realiza um cerco covarde em uma área com grande densidade populacional, corta a água, a energia elétrica, a entrada de remédios e de alimentos e passa dezenas de dias e noites despejando bombas e mísseis na cabeça dessas pessoas. Um morticínio que já supera em muito - considerando-se proporcionalmente a população, o tempo do massacre e a área -, já supera em muito o morticínio em TODAS as guerras que conhecemos, incluindo a primeira e a segunda guerras mundiais. Já são mais de 10 mil crianças mortas! Para se ter uma ideia, na chamada guerra entre Rússia e Ucrânia (que é na verdade uma guerra entre Rússia e os 30 países da Otan), que já dura dois anos, morreram menos que 100 crianças. É fato que a Rússia já destruiu o equivalente a três exércitos - mais de 600 mil militares ucranianos teriam sido mortos -, mas, de forma alguma atacou covardemente a população civil, de forma deliberada, sobretudo mulheres e crianças, como faz o cruel e covarde exército sionista.

E não se trata apenas de culpar o criminoso de guerra conhecido como Netanyahu, como fazem alguns. Todo o estado sionista de Israel é cúmplice dessa matança generalizada, desumana e cruel contra uma população que vive em situação precária, graças à política segregacionista imposta a esse povo durante décadas pelo criminoso estado de Israel. Em algum momento todos eles - oficiais militares, executores de ordens criminosas, ministros de estado e empresários financiadores da máquina de guerra sionista - terão que responder pelos inúmeros crimes de guerra que estão cometendo. Crimes lesa humanidade, que não podem ficar impunes, sob pena de banalizar e naturalizar esses crimes contra qualquer povo.

É fato que milhares de pessoas em todo o mundo tem se manifestado em protestos contra Israel e em favor da causa e da resistência palestina. Mas, também é fato que quase todos os governos continuam omissos, cúmplices desse genocídio televisionado em tempo real pelas emissoras do Oriente Médio, sobretudo os canais no youtube Al Jazeera (do Catar) e Almayadeen (do Hezbollah, Líbano). A mídia ocidental está toda ela vendida para os objetivos de guerra e de morte dos EUA e do sionismo israelense. Chama a atenção a covarde omissão de centenas de artistas populares e líderes partidários, sindicais e estudantis do campo da esquerda, que se silenciam diante da maior matança de um povo. Estão ligados a causas eleitorais ou da chamada causa identitária, entre outras, que são legítimas e necessárias, mas, estranhamente se calam diante do maior genocídio dos tempos atuais. É como se as pessoas se dissessem neutras diante dos massacres nazistas aos judeus e ciganos, por exemplo, na Segunda Guerra mundial. E chegam até a justificar esse covarde posicionamento com o argumento de que isso não é prioridade, que já temos outros problemas no Brasil. Um absurdo ouvir isso de alguém que se considere do campo progressista!

Infelizmente, em pleno Natal, e na terra onde nasceu o menino Jesus - cuja vida e cuja família tem toda a identidade com a dos palestinos atuais, nunca com o estado opressor de plantão, seja ele o Império Romano ou estado terrorista e racista de Israel - continua, de forma indiscriminada, a matança de milhares de crianças e mulheres e idosos. A ONU, uma nulidade, sobretudo com o poder de veto que tem os EUA, que não deixa aprovar nada contra Israel. Mesmo porque as guerras são altamente lucrativas para a indústria bélica do Ocidente - dos EUA, da Europa Ocidental e de Israel. Sem as guerras, os EUA não existiriam com o poder que têm. Aliás, sem as guerras, o capitalismo não existiria. Para explorar milhões de pessoas, roubar suas terras, suas riquezas e impor sua vontade em favor de alguns poucos é preciso que haja a combinação entre convencimento ideológico - papel cumprido pela mídia, pelas igrejas e pela própria academia - de amplos setores da sociedade e a força militar bruta capaz de matar milhões e de intimidar os demais. Menos, claro, os que não se deixam curvar e resistem heroicamente, apesar de tanta tragédia, como o povo palestino.

Que possamos refletir sobre tudo isso e contribuir, na forma que pudermos, para que cesse esse covarde massacre contra as crianças e as mulheres palestinas. Que as populações do mundo se levantem em manifestações de protesto e em boicote às empresas que sustentam o estado sionista e genocida e racista de Israel! Que os países - incluindo o Brasil - rompam todas as relações com esse criminoso estado! E que a humanidade, sobretudo os de baixo, volte a construir sonhos de um mundo baseado na solidariedade humana, e não no egoísmo capitalista, que a tudo destrói.

Viva o povo palestino!
Viva a corajosa resistência do palestinos!
Pelo fim do estado sionista, racista e genocida de Israel!
(em 23/12/2023)

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Ato de protesto realizado em frente à sede do Consulado dos EUA, em Belo Horizonte, no dia 21 de dezembro de 2023, organizado pelo Comitê Mineiro de Solidariedade ao povo palestino.








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Tribunal Popular julga e condena
o estado sionista de Israel em BH
Enquanto os organismos internacionais se omitem e são cúmplices do maior genocídio contra uma população civil que vive em campo de concentração - os palestinos da Faixa de Gaza -, os integrantes do Comitê Mineiro de Solidariedade ao povo palestino realizaram um importante Tribunal Popular para julgar os criminosos atos de guerra do estado sionista.
O evento aconteceu no dia 06 de dezembro último, na sede do SindRede - sindicato dos profissionais da Educação de Belo Horizonte, que fica no centro de BH. Com a presença de dezenas de pessoas que acompanharam o julgamento, o Tribunal colheu o testemunho de vários convidados, incluindo alguns descendentes palestinos que moram no Brasil, que discorreram sobre todo o processo de colonização e limpeza étnica de que foram (são) vítimas os árabes palestinos desde 1948. Para representar o irrepresentável - o criminoso estado colonialista, genocida e sionista de Israel - duas atrizes cumpriram o difícil papel de advogadas de defesa. Como advogado de acusação falou ninguém menos do que o corajoso jornalista Breno Altman, que é judeu antissionista e tem feito uma defesa incansável dos palestinos. Quando terminou o julgamento, tive a oportunidade de cumprimentá-lo e disse pra ele que ele era uma das poucas pessoas da esquerda brasileira a resgatar o sentido mais rico do internacionalismo proletário. De fato, penso, a esquerda brasileira, com raras e honrosas exceções, tem sido um fiasco na defesa dessa causa que transcende as fronteiras de um país. A defesa dos palestinos e de sua heroica resistência contra o massacre realizado pelo estado terrorista e genocida de Israel é um dever moral, ético e humanitário. Infelizmente a nossa esquerda, por oportunismo eleitoreiro ou por capitulação ao sionismo, não entendeu isso. A história não a perdoará. Nem eu.
Os depoimentos das pessoas que foram convidadas para prestar o seu testemunho foram impressionantes, marcados por grande emoção e dor, também, nas lembranças de detalhes ocorridos durante os últimos 76 anos. A jornalista palestina Soraya Misleh, que vive no Brasil e cuja família foi expulsa da Palestina no processo de colonização forçada do sionismo israelense narrou detalhes da Nakba (catástrofe, desastre), quando milhares de pessoas foram expulsas de sua terra natal, levando apenas a roupa do corpo e a chave de suas casas, a qual guardaram até a morte. Ela descreveu aspectos históricos da perseguição aos palestinos ao longo das últimas décadas e de como o criminoso estado de Israel tudo faz, com a ajuda da não menos criminosa mídia ocidental, para invisibilizar o povo palestino, sua cultura, sua história, sua existência. E de como, apesar de toda essa tragédia que se arrasta por décadas, os palestinos resistem e jamais vão desistir de reconquistar a sua terra e sua autonomia e sua autodeterminação.
Outro depoimento ao mesmo tempo singelo e carregado de dor foi dado pela médica Raquel Bandeira, que viveu um período de tempo na Faixa de Gaza atendendo aos enfermos nos hospitais locais. Ela contou sobre o cerco imposto ao local pela ocupação sionista, dificultando em muito o tratamento de pessoas mutiladas, atingidas por snipers (atiradores de elite do exército israelense) contra palestinos que protestavam de forma pacífica, ao redor do muro construído em volta de Gaza. A médica disse que não é e nunca foi militante de organização política e que estava em Gaza prestando serviço profissional. Por isso mesmo ficava muito atenta às coisas do cotidiano. Apesar do cerco e do boicote em todas as áreas, a população de Gaza se esforçava para sobreviver e construir seus projetos de vida. Ela descobriu uma plantação de morangos, segundo ela os mais deliciosos que ela experimentou. Visitou uma igreja ortodoxa construída há séculos, que agora foi destruída pelo criminoso bombardeio de Israel. Nas ruas, a presença de crianças brincando em meio à tragédia da fome, do desemprego, da falta de água e de energia elétrica, era algo que contrastava com o cenário de prisão em Gaza. Num dos locais onde ela tomou café e se alimentou, nas ruas, disse que havia uma iguaria deliciosa. Contou também um pequeno mas para ela significativo detalhe particular: ela nunca gostou de almoçar sozinha. Como os funcionários palestinos e outros do hospital ficaram sabendo disso, eles sempre esperavam a hora dela se alimentar para acompanhá-la. Finalmente, ela mostrou as imagens dos lindos horizontes de Gaza, à beira da praia, e do outro lado, os enormes e sombrios muros construídos pelo estado colonizador de Israel. Uma imagem de um corredor cercado na saída de Gaza para o estado ocupado conhecido como Israel lembra muito um corredor do campo de concentração nazista de Auschwitz.
Outro depoimento marcante foi dado pela sra. Tânia Abdallah, palestina de origem e que mora em Belo Horizonte. Ela contou comovida que seus pais, expulsos da Palestina histórica, mantinham o sonho de um dia voltar. Disse ela que seu pai guardava consigo a chave da casa onde ele morou na Palestina, pois sonhava um dia voltar para o local onde sempre viveu. Infelizmente, ele morreu sem realizar esse sonho. Ele transferiu a chave da casa para sua filha desejando que ela nunca perdesse a esperança de retornar ao território da Palestina, onde os árabes palestinos viveram e vivem há milênios. Sonho esse partilhado por milhões de palestinos que vivem fora da Palestina histórica, e que estão proibidos de retornar pelo estado sionista e colonizador de Israel.
Um dos pontos altos do julgamento popular foi a fala do jornalista Breno Altman. Ele discorreu sobre toda a história desde o surgimento do sionismo entre grupos de judeus que defendiam a criação de um estado judaico no final do século XIX, até a criação do estado israelense em 1948; a Nakba - processo conhecido como "Catástrofe", quando milhares de palestinos foram expulsos de suas aldeias; o processo permanente de ocupação do território palestino e do martírio vivido pela população palestina originária daquele local. Abordou finalmente sobre o genocídio praticado pelo estado de Israel na Faixa de Gaza, onde milhares de crianças, mulheres e idosos são mortos pelos bombardeios do estado sionista. Escolas, hospitais, igrejas e até ambulâncias são destruídos de forma deliberada. Um depoimento forte. Breno encerrou propondo não só a condenação de Netanyahu e do seu ministro da Defesa à prisão perpétua, e também a apuração de culpa de outros membros do estado sionista no genocídio em Gaza; e o cancelamento da resolução 181 da ONU que em 1947 recomendou a partilha da Palestina, entregando aos sionistas - que eram minoria na Palestina - a maior parte daquele território.
Outros depoimentos, todos eles expressivos, com fundamentação abundante e representativos de diversas etnias e movimentos sociais também foram colhidos. No final, um júri muito representativo e diversificado - índios, negros, mulheres, jovens, sindicalistas, estudantes, pessoas da periferia - decidiu, por unanimidade, pela condenação do estado sionista de Israel. As pessoas presentes aplaudiram de pé e na sequência cantaram o hino da Internacional, uma prática que em outros tempos era comum entre os combatentes que lutavam pela emancipação humana do terror capitalista. Quem desejar assistir na íntegra o julgamento ocorrido no Tribunal Popular poderá clicar neste link https://www.youtube.com/watch?v=liM3FTse-A0
Esta foi mais uma das muitas atividades de apoio à causa palestina realizadas pelo comitê mineiro de solidariedade aos palestinos. Além desse Tribunal, o comitê já realizou atos públicos no Centro de BH, seguidos de passeatas; colação de cartazes em vários pontos da cidade; panfletagem na porta de eventos artísticos expressivos; divulgação e compartilhamento de informações sobre a resistência palestina e o genocídio em Gaza nas redes sociais; manutenção de barraca na Praça Sete, juntamente como a Associação Cultural José Martí; e participação em evento na Faculdade de Medicina da UFMG; realização de Flash Mob num shopping center de BH; além de reuniões semanais e encontros com sindicalistas e estudantes.

Viva o povo palestino! Viva a heroica resistência dos palestinos! Abaixo o estado sionista genocida colonialista e racista de Israel!

Nas fotos abaixo, que tirei, o registro de alguns momentos durante o Tribunal Popular. Ao meu lado, o camarada Paulo Engels (seria ele bisneto de Friedrich Engels? rsrs), da velha guarda comunista, colega de militância na década de 80 do século passado (tá ficando velho, hein Paulinho?), hoje advogado.















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Tribunal Popular vai julgar o estado sionista de Israel em BH


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Dia 29 em BH - Dia de solidariedade internacional à causa Palestina!

No dia 29 de novembro de 2023, aconteceu o importante ato em solidariedade à resistência palestina no salão nobre da Faculdade de Medicina da UFMG. Ao meu lado aparece o comandante João Martinho. Em nome do Comitê Mineiro de Solidariedade aos palestinos falou o professor Fábio Bezerra - uma fala potente e esclarecedora. Na primeira foto, a dra. Raquel Bandeira, que fala sobre sua experiência como profissional da saúde que atuou na Faixa de Gaza. Um depoimento forte e ao mesmo tempo singelo de alguém que não é militante política, mas que não consegue ficar indiferente ao sofrimento e ao martírio de um povo que durante décadas vive sob a ocupação do seu território pelo estado sionista (e racista, e colonialista e genocida) de Israel. Em todo mundo ocorreram manifestações de solidariedade aos palestinos e contra o genocídio executado pelo estado sionista de Israel. Viva a resistência palestina!




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 O genocídio em Gaza é a síntese do que o Ocidente capitalista tem a oferecer















   Nas imagens aqui publicadas - apenas algumas -, observamos o tratamento "civilizatório" que Estados Unidos e países ricos da Europa, através do estado-síntese do terror capitalista - Israel, estado sionista, racista, colonizador e genocida - impõem ao povo palestino. Em poucos dias de cerco e destruição total, a população de Gaza, a maioria crianças, mulheres e idosos, conheceu o inferno. Um genocídio. Um massacre covarde contra uma população civil de 2,5 milhões de pessoas. Uma destruição desumana, contra seres humanos famintos, com sede, sem energia elétrica, cercados, adoecidos, maltratados há décadas pela política racista, de extermínio e de limpeza étnica promovida pelo criminoso estado sionista de Israel, com a conivência de organismos internacionais, de governos, de praticamente toda a imprensa ocidental - que atua como assessoria de imprensa do imperialismo estadunidense e do sionismo. Em 40 dias de massacre, inclusive de escolas, hospitais, mesquitas e prédios da ONU, com mísseis teleguiados, fósforo branco e outros experimentos de destruição em massa, já são 14 mil mortos, a maioria crianças e mulheres, além de mais de 30 mil feridos, muitos mutilados, e milhares de pessoas soterradas ou desaparecidas. 

   Nas ruas e praças de centenas de cidades do mundo, ante o silêncio covarde dos respectivos governos - com raras e honrosas exceções - milhares de pessoas realizam manifestações em solidariedade aos palestinos, contra o estado terrorista de Israel e exigindo o imediato fim do massacre. Nas redes sociais, apesar das mentiras da mídia de aluguel, a batalha da informação foi apropriada em grande parte pelas forças progressistas, que romperam o cerco sionista e imperialista, revelando ao mundo o que de fato se passa na Palestina ocupada. 

   A ONU, infelizmente, nada consegue fazer, já que suas resoluções são desrespeitadas pelo estado fora da lei de Israel há décadas, com total apoio e conivência das grandes potências. Eles adoram falar em democracia, liberdade e civilização ocidental como exemplo para o mundo. O covarde massacre da população de Gaza, e também na Cisjordânia, de uma população aprisionada, sofrida e colonizada na sua própria terra - Palestina - é o que essas autoridades ocidentais oferecem como presente e como futuro para a humanidade. 

   Gaza se tornou o espelho do terror capitalista, do colonialismo, da lucrativa indústria bélica, da ganância de alguns poucos por tudo querer dominar. Um massacre televisionado em tempo real, graças à ousadia e coragem jornalística de um canal como Al Jazeera, que, ao contrário de TODA a imprensa ocidental, fez a cobertura do massacre não em Nova York, em Londres ou em Telavive, mas, diretamente de GAZA, ou do que restou desse território. 

   A humanidade não tem o direito de esquecer e nem mesmo o de perdoar os autores e beneficiários desse genocídio calculado contra a população palestina. Esse mesmo povo que, em 76 anos de sofrimento, tem experimentado um misto de diáspora e holocausto - executado pela fúria racista de uma doutrina - o sionismo -, que se tornou estado e se apropriou e instrumentalizou o legado judaico - cujo passado humanista é renegado -,  colocando em prática o plano sionista de poder racista, de extermínio de um povo e de colonização de um território que já estava, há séculos, ocupado pelos árabes palestinos. O Ocidente deve aos palestinos o direito de viver com dignidade e autonomia em sua própria terra. (em 23/11/2023)

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A dor dos palestinos causa, além da indignação, o desejo de libertação humana do capital (15/11/2023)

Ante à inutilidade de organismos internacionais como a ONU e também à paralisia dos governos nacionais para deterem as práticas de genocídio e outros crimes de guerra cometidos pelo estado sionista colonizador e racista de Israel contra os palestinos de Gaza e Cisjordânia, os povos do mundo têm o direito - e o dever até - de assumirem o protagonismo do seu próprio destino. 

É preciso realizar todas as formas de manifestações de protesto - nas ruas, nas redes sociais, nos locais de moradia, de transporte, de estudo e de trabalho; ao mesmo tempo, é fundamental construir no plano internacional ações de boicote às empresas que financiam e que se beneficiam do genocídio contra os palestinos ou quaisquer outros povos ou grupos de pessoas oprimidas; é preciso construir a unidade das lutas e movimentos internacionais que culmine com greves e manifestações em escala mundial; é necessário também denunciar e desmascarar as mídias regionais e internacionais que atuam como assessoria de imprensa do sionismo  (sucessor do nazismo na etapa atual do capitalismo) e do imperialismo estadunidense e europeu.

Finalmente, considerando que o sionismo e o imperialismo na etapa atual da crise mundial do sistema capitalista tendem a adotar cada vez mais práticas de destruição das condições de vida humana e de genocídio contra as populações oprimidas - como se verifica agora com os palestinos de Gaza e também com comunidades e grupos da periferia e dos países mais pobres; é preciso que se construam formas de ocupação direta das fontes de produção e distribuição das riquezas produzidas pelos trabalhadores de todo o mundo. 

A realidade do massacre covarde dos palestinos pelo estado sionista de Israel com o integral apoio do imperialismo estadunidense e europeu deixou claro, para todos, que a humanidade está órfã; que não conta com o amparo de quaisquer organismos internacionais; e que só pode contar mesmo com sua própria força, para além e apesar dos poderosos  aparatos estatais - salvo poucas exceções de governos nacionais que demonstram, mesmo com suas limitações,  solidariedade aos grupos de pessoas  oprimidas.

A causa palestina, sua corajosa resistência e o genocídio praticado contra a população de Gaza escancarou a face mais cruel e dominante do capitalismo mundial. Não há quaisquer sentimentos humanos que se sobreponham aos mesquinhos interesses de dominação econômica, geopolítica, de lucros empresariais, e de domínio colonizador de tudo e de todos pela força militar e pela manipulação coletiva através de veículos de comunicação que funcionam como órgãos de propaganda e assessoria de comunicação desses esquadrões da morte em escala global.

Se a humanidade se cala perante essa forma de dominação e dessa tragédia humanitária, não há mais o que fazer senão aguardar a destruição do planeta.

Quando a destruição covarde e vil de seres humanos, sobretudo crianças, mulheres e idosos, e até mesmo das plantas e dos animais, não é - ou não for - capaz de sensibilizar as pessoas para uma efetiva ação contra esses agentes da morte, do genocídio, não há - ou não haverá - salvação para a existência humana. É sinal de que a humanidade foi derrotada. 

Felizmente, as gigantescas manifestações de rua que verificamos em várias partes do planeta, combinadas com as ações de resistência e de protesto nas redes sociais e em outros campos de batalha, incluindo as iniciativas de alguns poucos governantes, demonstram que ainda há um sopro de esperança. E que esse movimento precisa crescer e se sobrepor aos interesses de uma minoria que tem muito poder, mas que continua sendo uma ínfima minoria da população mundial. 

A humanidade que produz todas as riquezas do mundo não tem o direito de se dobrar para essa minoria que controla os aparatos de guerra estatais - incluindo a OTAN e navios atômicos - bem como os mecanismos de manipulação e controle das consciências das pessoas.

Nós, os de baixo, temos o dever de nos unir para impedir o massacre dos palestinos e de outros povos e etnias, e ao mesmo tempo construir uma outra forma de sociedade, que se liberte das atuais estruturas de dominação; e que esteja baseada na solidariedade humana, capaz de garantir condições dignas de vida a todas e todos; e capaz de salvar o planeta Terra da destruição em todos os níveis que está em curso pela cobiça dos interesses privados capitalistas de alguns poucos. 

Sejamos capazes de assumir o protagonismo das nossas vidas. A defesa dos palestinos, contra o massacre promovido pelo sionismo e pelo imperialismo estadunidense/europeu, constitui o ponto de unidade, a faísca para a construção de um outro mundo, solidário e humanista.


P.S. É fato que ainda estamos distantes do legado internacionalista que a esquerda produziu em vários momentos da história  humana. Mas é nos momentos de grandes crises que somos forçados a refletir, a sonhar e a buscar soluções que nos parecem impraticáveis. Aparência, talvez.


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Israel: a covardia de um estado racista e terrorista (07/11/2023)

O que a humanidade testemunha hoje, com o genocídio cometido pelo estado sionista (e racista, e terrorista) de Israel é algo inacreditável. Milhares de pessoas sendo bombardeadas sem qualquer condição de defesa. Mais de 4 mil crianças foram executadas com os criminosos mísseis do estado de Israel, que atingem também hospitais, ambulâncias, mesquitas, escolas e casas. O pretexto para tais crimes de guerra é o mais cretino possível: os militantes do Hamas estariam supostamente escondidos nesses espaços. Algo inacreditável! Imagine que você more num bairro onde um grupo de traficantes cometa algum crime e o estado resolva matar todos os moradores desse bairro com o argumento de que tal grupo estaria escondido numa das casas. É algo inaceitável! [Fique claro que não estou comparando o Hamas a um grupo de traficantes. Apenas mostrando o absurdo que é o argumento usado pelo estado de Israel para tentar legitimar o covarde assassinato de um povo]. Um massacre televisionado, com a cumplicidade de todos os governos do planeta - a não ser daqueles que pelo menos tiveram a coragem de romper relações com um governo fascista, nazista, que é o governo de Israel.

Mas, além da cumplicidade pusilânime da maioria dos governos, incluindo dos países árabes, há que se destacar o papel sempre negativo e a favor da guerra e do morticínio de pessoas inocentes que é assumido pelos Estados Unidos e pelos países ricos da Europa Ocidental, todos eles financiadores da morte e dos crimes de guerra cometidos pelo estado sionista de Israel.

A humanidade já testemunhou muitos massacres ao longo da história. Aqui mesmo na América Latina todas as comunidades originárias foram vítimas de grandes massacres praticados por governos europeus colonialistas. O mesmo ocorreu com os países da África, seja com o tráfico de escravos, com a ocupação colonialista e o roubo das riquezas desses países; com as guerras incentivadas entre tribos,  e com o apartheid na África do Sul, onde a minoria branca impunha um regime de segregação racial à maioria da população negra. Na guerra do Vietnã, os EUA mataram covardemente milhares de vietnamitas, inclusive com o uso de napalm (líquido inflamável), onde as famílias camponesas, incluindo crianças, tinham seus corpos queimados. Uma atrocidade cometida pelo país imperialista contra um povo que lutava - e venceu! - pela sua autonomia, pela sua libertação. Na segunda guerra mundial, os judeus foram vítimas do holocausto cometido pelo nazismo alemão, cujo governo defendia a supremacia da raça ariana. Além dos judeus, ciganos e outros grupos e etnias foram também perseguidos e mortos.

O que acontece hoje contra os palestinos se assemelha a esses massacres, talvez com a diferença de que agora as cenas de terror são acompanhadas em tempo real através da mídia do Oriente Médio e de canais alternativos, já que a mídia ocidental, incluindo a grande mídia no Brasil, é toda ela cúmplice dessa máquina de guerra e da morte que é o estado de Israel. Essas empresas de manipulação - nunca de jornalismo, nunca! - prestam serviço de assessoria de imprensa ao sionismo e ao imperialismo. E devem estar recebendo muitos 30 dinheiros para se prestarem a esse papel vergonhoso, que os deixa com as mãos sujas de sangue.

Os palestinos são as grandes vítimas dessa tragédia, que começou quando o sionismo - doutrina que prega a supremacia racial, étnica, de um povo sobre os demais - resolveu, com o apoio das potências ocidentais (e até mesmo da extinta União Soviética, que mais tarde se arrependeu), criar um "estado judeu" no território da Palestina, que já era ocupado por árabes palestinos há séculos. Em 1948, com o apoio da ONU, foi criado o estado de Israel numa área superior ao espaço reservado aos palestinos, que eram a maioria da população daquele território. Desde então, milhares de palestinos foram expulsos daquele território, outros tantos foram assassinados, enquanto outros foram empurrados e cercados em campos de refugiados, que se tornaram verdadeiros campos de concentração, como é o caso da Faixa de Gaza. Território este do tamanho da capital mineira, onde moram, ou sobrevivem nas piores condições cerca de 2,5 milhões de palestinos. Outros 3,5 milhões de palestinos vivem na Cisjordânia, que antes era um território integrado e que depois foi sendo repartido, invadido, dividido e ocupado por colônias de judeus sionistas.

As condições de vida dos árabes palestinos no território ocupado que lhes pertencia são cada vez piores. Eles não têm autonomia para nada. Não podem sequer sair dos seus territórios. Não existem aeroportos nessas áreas. Em Gaza, a energia elétrica de apenas algumas horas por dia é controlada pelo estado de Israel. A metade da população é desempregada e os poucos que têm autorização de sair de Gaza para trabalhar para empresas em Israel passam por barreiras e revistas diárias, recebendo salários mais baixos e tendo que se submeterem à humilhações por quaisquer motivos. Milhares de crianças palestinas estão presas (sequestradas) nos cárceres do estado de Israel, sem direito a qualquer defesa. Os palestinos vivem em situação degradante, comum à história de todos os povos colonizados. Um verdadeiro apartheid praticado pelo estado sionista e terrorista de Israel, que conta com a conivência dos governos do mundo inteiro, salvo raras exceções.

Em vinte e poucos dias de ininterrupto massacre covarde do estado de Israel contra o povo palestino que mora em Gaza, mais de 10 mil civis foram mortos, enquanto milhares de outros foram mutilados como consequência dos ferimentos provocados pelos mísseis. Nos hospitais, também atingidos pelos mísseis, as cirurgias são realizadas sem uso de anestesia, já que o governo de extrema direita de Israel impede a entrada de medicamentos e de utensílios de saúde. Imaginem a dor e o sofrimento desses feridos, a maioria formada de crianças, mulheres e idosos. Israel cortou a energia elétrica, o abastecimento de comida e de combustíveis e despejou sem dó o equivalente a uma bomba e meia de Hiroshima - aliás, diga-se, as bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki são outras tristes lembranças, cometidas pelo imperialismo estadunidense, que usou a população civil dessas cidades japonesas para "testar" os efeitos da bomba atômica. Outro crime lesa humanidade que passou impune.

Israel usa covardemente o argumento de que está punindo o Hamas pelo ato de resistência que esse grupo praticou no dia 07 de outubro de 2023, quando conseguiu romper os muros que cercam Gaza e eliminar centenas de guardas e policiais do exército de Israel, país colonizador, atingindo também vários civis israelenses que participavam de uma festa nos arredores de Gaza. Há quem relate que vários civis mortos naquele dia foram atingidos pelos policiais israelenses, na troca de tiros com os militantes do Hamas. Independentemente de qual versão é a mais próxima da realidade, a mídia ocidental e os governos dos EUA e da Europa assumiram imediatamente a versão de Israel, que nunca primou pela verdade, para condenar o Hamas como "grupo terrorista". O Hamas é uma força política e religiosa que elegeu a maioria dos representantes de Gaza  na única eleição democrática ocorrida naquele território, não sendo essa vitória eleitoral, contudo,  reconhecida pelo estado de Israel e pelos EUA. Além do Hamas, existem outros partidos políticos e grupos que representam legitimamente a resistência do povo palestino contra o colonialismo do estado de Israel e sua criminosa política de limpeza étnica, extermínio e supremacia racial.

Os palestinos estão sendo massacrados, covardemente. E apesar da mídia ocidental esconder esse massacre, milhões de pessoas em todo mundo, inclusive nos EUA, saem diariamente às ruas exigindo o fim  do genocídio e a libertação dos palestinos. Mas a indústria da guerra é altamente lucrativa para essas potências militares. Nos Estados Unidos, por exemplo, a cada semana o congresso aprova uma nova verba extra de bilhões de dólares para manter a guerra na Ucrânia e o massacre na Palestina Ocupada. Boa parte da população daquele país está revoltada com o posicionamento assumido pelo governo dos EUA. O mesmo acontecendo nos países ricos da Europa, que proibiram manifestações em favor dos palestinos - proibição essa que a população simplesmente desconheceu ao ocupar as ruas e praças em gigantescas manifestações de solidariedade à causa palestina.

O mundo está testemunhando os piores crimes de guerra, crimes lesa humanidade, cometidos por um estado de extrema direita, sionista, terrorista, supremacista, que é o estado de Israel contra uma população oprimida, que vive cercada, humilhada, sem água, sem energia elétrica, sendo bombardeada e expulsa de suas casas. E que há décadas, apesar do desprezo pusilânime da maioria das nações e dos organismos internacionais, resiste heroicamente.

Não podemos permitir que isso continue assim. É preciso salvar os palestinos dessa tragédia. É preciso mobilizar cada vez mais a população em toda parte, em todos os países, exigindo o rompimento de relações diplomáticas e comerciais com o estado de Israel; exigindo o boicote às empresas que financiam essa máquina de guerra; denunciando o papel de cumplicidade dessa mídia ocidental que se vendeu por 30 moedas ao sionismo e ao imperialismo. Exigindo, finalmente, o fim do estado sionista de Israel, para que seja constituído um estado laico palestino na antiga Palestina, onde árabes, judeus e quaisquer outras etnias possam conviver democrática e pacificamente, sem a predominância de doutrinas de supremacia racial e de colonialismo.

- Viva a heroica luta e resistência do povo palestino!
- Pelo fim do estado sionista de Israel!


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Apoio incondicional dos EUA ao sionismo israelense pode parecer
um escárnio, mas, é coerente com o que eles são e fazem
O presidente Joe Biden chegou em Israel - ou ao território da Palestina invadido - justamente no dia em que o estado sionista de Israel destruiu com míssil um hospital na Faixa de Gaza, matando centenas de pessoas, sobretudo crianças e mulheres enfermas. Biden não só não condenou essa prática genocida, como reafirmou o incondicional apoio dos EUA ao estado sionista de Israel. No dia anterior, os EUA foram o único país a votar contra e vetar, no conselho de segurança da ONU, uma proposta singela do Brasil, de que houvesse uma breve pausa na chamada guerra - que na verdade é um massacre - para a criação de um corredor humanitário. Para o imperialismo norte-americano e seu estado colonizador protegido, nada de pausa. Afinal, são dois estados que se alimentam da lucrativa - e mortífera - venda de armas, da manutenção de um estado permanente de medo, de terror e de chantagem contra os povos do mundo. Na sequência, Biden pediu ao Congresso dos EUA a liberação de mais 100 bilhões de dólares para alimentar as guerras em Israel e na Ucrânia. Nesta, como se sabe, o papo é diferente, pois enfrentam uma potência militar que não se intimida. A Rússia é o único país capitalista do mundo que tem força militar - e nuclear - que se equipara à força dos EUA - e não está subordinada a seus caprichos (ou da OTAN), como acontece com os países ricos da Europa. Por isso, esse desesperado esforço permanente dos EUA e aliados para tentar desgastar e provocar a Rússia. A guerra na Ucrânia é na verdade uma guerra da Otan - braço armado dos EUA - contra a Rússia, que usa a população da Ucrânia e seu governo fantoche, serviçal e exibicionista como bucha de canhão nas batalhas contra uma potência visivelmente mais forte e preparada. Em Israel - ou Palestina sob ocupação do Estado sionista e terrorista de Israel - a situação é diferente. Há mais de 70 anos o governo sionista promove uma política de extermínio e de limpeza étnica contra os árabes palestinos que eram a maioria dos habitantes daquele território durante séculos. Israel é o principal aliado dos EUA no Oriente Médio e se sente totalmente confortável para desrespeitar as normas internacionais. Pratica prisões ilegais de crianças palestinas, tortura, execução, perseguição e chantagem contra centenas de árabes palestinos durante todo o ano, há décadas. E nunca se vê essa mídia que compõe o arsenal de guerra dos EUA e de Israel a chamar o Estado sionista de terrorista, como faz contra o Hamas por qualquer ato que este realize. Como quase toda a grande mídia do Ocidente é dominada por gangsteres a serviço dos EUA e de Israel, as narrativas que são passadas para os cidadãos do planeta é a de que Israel é vítima inocente e os palestinos são terroristas que merecem ser destruídos. Uma versão canalha dos fatos. Desumanizam os palestinos e os muçulmanos em geral, para justificar a conivência deles com a carnificina, o genocídio que Israel realiza no território de Gaza. Apesar dessa criminosa manipulação, boa parte da população mundial, sensibilizada com as imagens que vê nas TVs alternativas ou do Oriente Médio, prestam solidariedade com os palestinos, que são os oprimidos por um estado colonizador, dominado por um governo sionista que defende a supremacia racial e a destruição dos palestinos. Vergonhosamente, a humanidade assiste a tudo isso sem nada fazer - ou sem nada poder fazer. É fato que milhares de pessoas mundo afora realizam manifestações de protesto contra Israel e de solidariedade aos palestinos. E isso é muito importante, mas, não comove os governos e os grupos empresariais que lucram com as guerras e com a situação de segregação na qual vive o povo palestino. A maioria dos governos, incluindo os do Oriente Médio, se cala covardemente, ou apoia as iniciativas do imperialismo norte-americano e do seu protegido na Palestina ocupada. A humanidade, ao longo da história, testemunhou práticas odiosas como o massacre das comunidades originárias nas Américas; a escravidão dos negros do continente africano; a segregação racial na África do Sul; o holocausto nazista contra os judeus na Segunda Guerra, etre outras. A segregação imposta pelo estado sionista de Israel aos palestinos, e mais especialmente o genocídio praticado contra a população civil de Gaza, onde moram 2,4 milhões de pessoas, é, na época atual, a mais odienta prática de destruição coletiva de um povo. Com a conivência de lideranças políticas e governantes do mundo inteiro, salvo raras exceções. Uma prova de que a humanidade é ao mesmo tempo cúmplice e vítima de um sistema de terror: o terror capitalista, cuja síntese é o que se vê nas ruas de Gaza. Uma população inteira cercada, sem água, sem luz, sem comida, sem condições de atendimento médico, e recebendo toneladas de bombas na cabeça. Não se trata de uma guerra entre dois exércitos, mas de um massacre covarde e desumano. Israel e EUA cometem crimes lesa-humanidade, com requintes de crueldade, com a destruição de hospitais e escolas, além de negar a formação de um corredor humanitário. Genocídio, segregação racial e limpeza étnica. As maiores vítimas são milhares de crianças, mulheres e idosos. Houvesse de fato algum organismo internacional capaz de julgar e punir os governantes desses países, não tenho dúvida de que todos eles estariam presos. Mas, no mundo tal como ele é, dominado pela força militar e midiática do imperialismo norte-americano e seus aliados, e do poder do capital, nada acontecerá. A não ser contra os palestinos, vítimas dessa tragédia, a parte mais frágil - embora tenham a força moral, a dignidade e a humanidade que faltam em seus opressores. A humanidade consciente terá que descobrir e organizar formas mais efetivas de solidariedade a esse povo tão sofrido; formas essas que obriguem Israel e os EUA a cessarem as hostilidades contra os palestinos e a devolverem a eles o território que lhes pertence e o direito a uma vida digna e autônoma. (24/10/2023)


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Palestina, a tragédia de um povo que resiste (15/10/2023)
Tempos difíceis. Tempos sombrios. Viva a Palestina! Ninguém que tenha o mínimo de sensibilidade humana, e que não seja completamente alienado, pode deixar de se indignar com o massacre, o genocídio cometido pelo Estado terrorista de Israel contra o povo palestino. São mais de 70 anos de práticas de terror, tortura, prisões ilegais, assassinatos, cerco e segregação racial contra toda uma população, milhões de pessoas, transformadas em seres inferiores, desumanizadas, para que possam ser exterminadas; como fizeram com os negros da África do Sul, com os escravos africanos e indígenas brasileiros, com os povos originários da América Latina, com os vietnamitas durante décadas de ocupação colonial. Ironicamente, como o nazismo fez com os judeus durante a Segunda Guerra Mundial - e agora, o governo que diz representar o povo judeu reproduz práticas semelhantes. Que tragédia! Nossa crítica não é ao povo judeu, mas ao Estado sionista de Israel, cujo objetivo é a ocupação definitiva de todo o antigo território da Palestina e o extermínio completo do povo que lá vivia a e ainda vive em condições desumanas. Antes, judeus e árabes viveram muitas décadas no mesmo território como dois povos irmãos, semitas.
Os árabes palestinos, verdadeiros donos do território que hoje é ilegalmente ocupado por Israel, são invisibilizados pela mídia ocidental, sempre serviçal dos piores e mais nefastos interesses. Uma mídia colonialista, a serviço do imperialismo dos EUA e seus aliados. A mesma mídia que no Brasil prestou assessoria de imprensa - nunca jornalismo, nunca - à chamada Operação Lava Jato, a maior farsa da história do Brasil . Essa mídia Constroi narrativas para justificar o massacre que é feito pelo Estado sionista de Israel contra os palestinos. Não somente agora, nessa semana, quando ocorreram os ataques do Hamas, um dos grupos políticos e religiosos dos palestinos, contra militares e civis israelenses. Todos nós condenamos ataques a civis, seja contra judeus ou árabes ou quaisquer outros grupos étnicos.
Mas, não se pode isolar e pinçar os atos de um grupo, mesmo quando condenáveis, de todo o contexto histórico, como criminosamente faz a mídia brasileira e internacional. Quando todos os canais de diálogo estão interrompidos, um povo oprimido, como o palestino, tem o legítimo direito à resistência, inclusive armada. Atos de terror são praticados diariamente há várias décadas pelo estado de Israel contra civis palestinos. Milhares foram mortos; milhões foram expulsos do seu território; outros tantos sobrevivem segregados em condições subumanas. Este massacre já dura décadas. Israel descumpre decisões da ONU, pisoteia as boas normas internacionais de forma impune, pois conta com integral e incondicional apoio dos EUA e países ricos da Europa, todos eles cúmplices de um genocídio contra um povo que vive no maior campo de concentração a céu aberto. Os palestinos não gozam de quaisquer direitos. Não podem sair do seu território, não podem decidir seu próprio destino, são privados constantemente de água, luz, comida; são atacados, vigiados, violentados, humilhados diariamente pelos órgãos de segurança e militar do Estado terrorista de Israel. Israel se formou enquanto estado e enquanto suposta nação ocupando terras alheias, que já eram ocupadas há séculos pelos árabes palestinos; desrespeitaram a própria partilha feita pela ONU em 1947; praticam atos de terror de forma sistemática contra os líderes palestinos; sabotam todas as tentativas de negociação pacífica para resolver as legítimas demandas dos palestinos. Deixaram apenas o caminho da resignação sem luta, ou, a resistência armada como forma dos palestinos expressarem sua indignação com a situação na qual se encontram.
Enquanto o Estado de Israel conta com enorme força militar, equipamentos bélicos de última geração, exército regular, aviação e até mesmo ogivas nucleares, os palestinos em geral se defendem com pedras nas mãos, como aconteceu durante uma das intifadas (revoltas, levantes) realizadas pelos palestinos nos guetos onde vivem. Nem mesmo os governos dos mais ricos países árabes, quase todos ligados a interesses econômicos dos EUA, prestam solidariedade aos palestinos. Na região do Oriente Médio, são poucas as exceções: o Irã (população de origem persa), a Síria e o Hezbollah no Líbano. Dois outros governos que antes eram solidários à causa palestina - o da Líbia e o do Iraque - foram literalmente destruídos. Claro que a maioria da população árabe, sobretudo os muçulmanos, é solidária aos árabes palestinos. Mas, vivem igualmente sob o rigoroso controle de governos que acumulam poder e privilégios para poucas famílias e desprezam os interesses dos seus povos. A ONU não tem qualquer autoridade real e se tornou mera peça decorativa, usada pelos EUA e aliados.
Nesse ambiente hostil, a solidariedade internacional, seja em palavras, canções, textos, manifestações, é uma das poucas formas de resistência coletiva a esse massacre televisionado. Gaza está sendo destruída. Toda a população civil, massacrada. Enquanto os cretinos comentaristas da mídia ocidental se esforçam em culpar o próprio povo palestino pelo seu massacre. Aqui no Brasil, os bolsonaristas, sempre ao lado dos opressores, abraçaram a narrativa dos EUA e de Israel de forma apaixonada. Eles se merecem! Contudo, as vozes mais lúcidas e humanistas do Brasil e do planeta, e não apenas da esquerda, diga-se, prestam solidariedade e lamentam a tragédia humana vivida pelo povo palestino.
- Viva a Palestina! - Viva o valente povo palestino! - Abaixo o Estado sionista de Israel!
P.S.: No youtube, recomendo que acompanhem a cobertura feita de forma alternativa por canais como: Opera Mundi, TV 247, DCM, Revista Fórum, ICL Notícias e TVT.