sábado, 28 de março de 2015

O piso dos educadores de Minas e a realidade do Brasil


Inimigos dos trabalhadores...


Vejam bem o rosto e o nome dos deputados federais acima. Eles são da bancada de Minas Gerais e votaram SIM para pedir a tramitação em regime de urgência do PL 4330, da terceirização generalizada, que terá como consequência a volta da escravidão assalariada e o fim da legislação trabalhista. Os terceirizados no Brasil recebem salários menores, trabalham mais e têm menos direitos. A terceirização vai gerar desemprego, salários mais baixos, desorganização das categorias, queda na arrecadação previdenciária, e piores condições de trabalho. Votar pela terceirização é fazer o jogo dos patrões, dos empresários que querem massacrar os trabalhadores. Dentre os partidos políticos, apenas os deputados do PT, do PCdoB e do PSOL votaram CONTRA este criminoso projeto de Lei, bancado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, um político fundamentalista e de direita, operador e despachante de banqueiros, empreiteiros e outros tipos. Os deputados do PSDB, DEM, PP, PSB e do PMDB, entre outros, votaram SIM pelo projeto da terceirização, portanto, foram contra os trabalhadores. Vamos ver se nas eleições eles vão ter a coragem de se dirigirem aos trabalhadores para pedir voto.

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Um vídeo interessante, que vi através do blog Viomundo (links no final do post). A entrevistada, Iná Camargo Costa, faz fortes críticas ao PT e à aliança de classes promovida desde o primeiro mandato do presidente Lula. Ela traz questões relevantes para a nossa reflexão. Mesmo não concordando com todos os seus enfoques, considero o vídeo uma boa oportunidade para provocar discussões sobre a nossa realidade atual. Sempre com a preocupação de não cairmos no simplismo e de procurar analisar um mesmo problema com diferentes visões, coisa que não tem acontecido, principalmente com o pensamento único imposto pela mídia golpista brasileira. Estão criando monstros. E nós, os de baixo, somos as maiores vítimas. Uma coisa, pelo menos, Iná Camargo aponta o dedo bem na ferida: o descaso do PT com as comunicações. Um partido que não conseguiu ou não teve interesse em produzir um jornal sequer é algo realmente preocupante. Um outro dado importante: se os de baixo não se organizam e ocupam posições, é a direita que avança. O que é mais preocupante ainda.

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Quero falar hoje (28/3), sábado, sobre dois temas: as negociações do piso com o novo governo de Minas e a política nacional, notadamente a necessidade de quebrarmos o monopólio da mídia golpista, para salvar a democracia brasileira. Além disso, vou reproduzir dois ou três vídeos que encontrei pela rede para enriquecer os debates.

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Pimentel prometeu o piso dos educadores em campanha eleitoral. E precisa cumprir a promessa.

Nos primeiros dias de governo, Pimentel tomou atitudes corretas, a meu ver: criou uma comissão de negociação para discutir a carreira, o piso e outras demandas dos educadores. Pediu 90 dias de prazo e deu a entender que faria um governo diferente dos 12 anos de gestões tucanas.

Contudo, as notícias que chegam até os educadores não são animadoras. O governo de Minas, ao que parece, sofre da mesma limitação do governo Dilma, ou seja: enorme dificuldade de se comunicar diretamente com as partes envolvidas nas demandas sociais. Que preguiça que dá ver esses governos assumindo com grande expectativa e depois desaparecendo da vista das pessoas. Não sei porquê se candidatam a cargos eletivos se têm tanto pavor assim em se comunicarem diretamente com as pessoas que os elegeram.

O sindicato da categoria dos educadores - a qual não pertenço mais, mas tenho o compromisso de me manter informado e solidário com suas lutas -, o sindicato, dizia, é outro que não sabe se comunicar. Um dos motivos deste blog ter recebido visitas diárias de mais 20 mil acessos durante a nossa greve de 2011 foi justamente a falta de diálogo do sindicato com a categoria. Talvez porque dialogar tenha o significado de saber falar e de saber ouvir, principalmente. 

Então, as notícias que chegam via mídia golpista - o governo detém a Rede Minas, a Rádio Inconfidência, além dos blogs mais abertos a ouvir o governo, mas não sabe utilizá-los -, nos dão conta de que o governo pretende dar um abono de R$ 160 de quatro vezes (4 x R$ 40), assim mesmo excluindo os aposentados.

Ora, é muito ruim essa proposta. Se quer organizar a Casa no primeiro ano, o governo de Minas tinha a obrigação de explicar didaticamente a situação do governo de Minas e apresentar uma proposta de recuperação da situação financeira, na qual estaria incluído o pagamento do piso dos educadores. Mas, não até 2018, pois isso soa trágico para uma categoria que sobreviveu nos últimos 12 anos com dois salários mínimos mensais, se tanto.

Há que se destacar aqui uma qualidade, pelo menos, nas informações do governo: o reconhecimento de que o governo não paga o piso dos educadores. Na gestão tucana, ridícula, diziam que já pagavam até 80% acima do piso, isso depois de ter burlado a lei federal descaradamente, e de ter tratorado a carreira com a redução dos índices de promoção e progressão.

O atual governo, ao que parece, quer por fim ao subsídio e voltar com o vencimento básico. A categoria agradece tal medida, desde que ela venha acompanhada de outras. Por exemplo: a volta dos mesmos índices de progressão (3%) e promoção (22%) que já são pagos para todas as outras carreiras do estado, menos para as da Educação.

Uma outra medida que seria importante é o pagamento das gratificações por título, nos mesmos índices anteriores à implantação do subsídio: 10% para especialização, 30% para mestrado e 50% para doutorado. Os índices apresentados pelo governo de 5% e 10%, respectivamente para mestrado e doutorado soam ridículos. Ninguém vai se esforçar para cursar um mestrado ou doutorado para receber 5% a mais. E isso acaba estimulando os professores a uma das duas atitudes: acomodação ou abandono da carreira.

Portanto, governador Pimentel, ninguém espera que o governo cumpra tudo o que prometeu no primeiro ano de governo. Mas, que tenha pelo menos o bom senso de abrir um diálogo real com a categoria e de fazer um esforço para melhorar as propostas apresentadas.

O governo se dispôs a voltar com o vencimento básico, mas não quer voltar com a tabela antiga, que colocava o professor com curso superior com o nível III. Sendo assim, não há mais que se falar em piso proporcional, pois ele ficaria muito baixo começando do nível I (R$ 1.150). Se tivesse adotado a tabela antiga, aí sim, o professor com curso superior (a quase totalidade da categoria hoje), mesmo com o piso proporcional por 24 horas receberia R$ 1.712 logo de cara, sem contar as gratificações e vantagens.

Portanto, como o governo quer manter o curso superior como nível I, o aceitável é o piso cheio de R$ 1.917 para início de carreira, e com as vantagens por tempo de serviço - promoções e progressões - para os mais antigos. Se está difícil pagar este valor de imediato, primeiro o governo precisa explicar detalhadamente porquê. Segundo, precisa assumir o compromisso de pagar o piso no máximo em 2016, e não em 2018; terceiro, precisa dar um abono maior de uma vez só para todos os educadores, incluindo os aposentados. "Isso dá pra fazer", Pimentel. Aperta daqui, aperta dali, pede empréstimo a fundo perdido ao BNDES, enfim, é preciso melhorar a situação salarial dos educadores de Minas.

Por último, achei boa a decisão de liberar a merenda escolar para os professores. Não se trata de esmola, ou coisa parecida. Nos 10 anos que trabalhei em escolas públicas eu sempre merendei e elogiei o trabalho dos auxiliares de serviço. Há até um aspecto pedagógico nisso aí - além do fato em si, importante, de matar a fome de profissionais do ensino: quando o aluno vê o seu professor se alimentando com a mesma comida que lhe é servida ele valoriza aquele momento. Muitas vezes eu encorajei meus alunos a deixarem de besteira, porque não queriam comer a sopa que era servida, com o exemplo, me alimentando ali, ao lado deles e comendo com a boca boa e tecendo largos elogios aos profissionais que preparam a alimentação. Dava resultado. 

No dia 31, portanto, é dia dos educadores se mobilizarem para cobrar do governo mais diálogo e propostas melhores. Todos sabem que não dá para resolver todos os problemas acumulados nos 12 anos de gestão tucana logo no primeiro ano do novo governo. Mas, é preciso sinalizar claramente que o governo quer melhorar de fato a realidade da Educação em Minas e especialmente dos educadores, sem os quais não há como falar em Educação pública de qualidade.

Vamos acompanhar e continuar cobrando.


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O segundo tema virá mais tarde um pouco, porque agora preciso dar uma pausa para o café da tarde, porque ninguém é de ferro, né? De toda forma, quero adiantar as primeiras linhas: é preciso acabar com este criminoso monopólio da mídia. A democracia brasileira já está ameaçada, não apenas pelo risco de golpe contra o governo Dilma, mas pelo caldo de cultura neofascista que essa mídia de barões ricaços, colonialistas e serviçais dos piores interesses criou no Brasil.

Preocupa-nos, e muito, esse senso comum simplista que a mídia reproduz de forma irresponsável, dando a impressão de que os problemas da humanidade são culpa do PT, da Dilma e do Lula. Quem se limitou nos últimos anos a se informar apenas pela Globo, Band e Itatiaia certamente sofreu uma verdadeira lavagem cerebral. É essa gente que está saindo às ruas hoje pedindo a intervenção militar, ou desejando mudar para Miami, ou achando que a corrupção no Brasil começou nos governos do PT.

Hoje em dia se a pessoa tiver uma dor de barriga na rua, ela começa a analisar os sintomas e acaba concluindo que a culpa é da Dilma. Além disso tem muita gente defendendo tortura, grupos extermínio, pena de morte (que será aplicada sempre contra os pobres e negros, e nunca contra os ricos), enfim, tudo de ruim e que representa uma volta de séculos em relação aos avanços humanistas que foram conquistados com muita luta, suor e sangue.

O discurso monopólico e único dessa mídia é irresponsável porque está formando uma mentalidade coletiva que banaliza o crime, a repressão e a punição, como se isso pudesse resolver os problemas que são gerados pelo próprio sistema capitalista. Ao invés de discutirmos soluções que impliquem em incluir as pessoas, em reduzir desigualdades, em criar boas oportunidades para todos, ficamos prisioneiros desse discurso negativo e de terror da mídia golpista, que só apresenta um quadro tenebroso para a população.

Quem ouve os programas policiais, ou as análises econômicas, ou políticas, tem a impressão de que o Brasil nem existe mais. Acabou, virou um cenário de guerra de todos contra todos, o que é absolutamente falso. No fundo eles tentam enganar a maioria pobre do Brasil, criando preconceitos contra a própria população pobre; tentando passar a ideia de que leis duras vão coibir o crime e não oferecendo a porta de saída para as realidades que as pessoas vivem.

Ninguém pratica crimes, ou roubalheiras enfim, porque nasceu com vontade de praticar crimes. O meio é que forma as pessoas. Se as pessoas são formadas num ambiente sadio, de respeito ao outro, de solidariedade, etc., é claro que elas vão buscar objetivos e sonhos que se coadunam com essa realidade. E a mídia ajuda a formar esse consciente coletivo. Formar ou deformar.

Talvez um dos maiores erros do PT tenha sido o de não travar a luta política e ideológica contra a direita e sua visão neoliberal, egoísta, fascista até. Não basta apenas criar melhores condições de vida para a população - claro que isso é importante. Mas, é preciso debater as ideias e propostas que são apresentadas pelos grupos dominantes através da sua mídia. E o Brasil não tem democracia em matéria de mídia. Existe uma verdadeira ditadura, já que a mídia é controlada por meia dúzia de famílias, os Marinhos, os Civitas, os Frias, que são bilionários, que apoiaram a ditadura e se enriqueceram durante aquele período.

Essa gente não pode nunca ter a exclusividade da palavra, da opinião, das ideias, porque eles não representam a maioria do nosso povo. Social e politicamente eles representam as elites dominantes. E a voz do povo, como fica nessa história? Até quando vamos tolerar essa ditadura que cala a nossa voz e tenta fazer a nossa cabeça contra os nossos próprios interesses? Pausa para o café.

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Retomando. Nos últimos dias houve aumentos abusivos nos preços de produtos em supermercados, postos de gasolina, etc. Qual a razão desses aumentos? Nenhuma, pura especulação. O que houve de reajuste oficial nas tarifas controladas por estatais não daria margem para os aumentos que foram feitos na ponta. Essa especulação pega carona na propaganda midiática de que o Brasil está no abismo, a inflação vai disparar, e que ninguém mais quer investir no país. Pura mentira. O Brasil foi um dos países que mais recebeu investimentos externos nos últimos anos. E é lógico que esses investimentos vão continuar, a menos que vingue o clima de terror defendido pela mídia golpista. Aí, sim, haverá um caos total para todos, especialmente para os de baixo, porque os ricos, que têm contas no HSBC da Suíça e não pagam impostos, acabam se safando.

Um dos maiores problemas do país nem é a corrupção que essa mídia falso moralista adora propagandear contra o governo Dilma. Um dos maiores problemas, dizia, é a sonegação de impostos. Recentemente, o blog O Cafezinho descobriu que a Globo sonegou quase R$ 1 bilhão de reais com o direito de transmissão da Copa do Mundo de 2002. O blog DCM (ver ao final do post os blogs indicados) produziu um documentário muito interessante sobre o tema. A sonegação no Brasil, segundo estudos, alcança algo próximo de R$ 500 bilhões. Ou seja, 250 vezes mais do que os R$ 2 bilhões apurados na corrupção da Petrobras. E por que a mídia não toca nesse assunto? Porque isso mexe com os interesses dos de cima, que são os maiores sonegadores de impostos - o que é  crime.

Muitos daqueles que foram para as ruas protestar contra a corrupção são sonegadores de impostos. Que moral eles têm para protestar contra a corrupção, quando eles contribuem para que o país deixe de arrecadar mais e com isso tenha menos recursos para aplicar na Educação, na saúde, na moradia popular, etc.? Os trabalhadores de baixa renda já pagam um altíssimo imposto embutido nos produtos de primeira necessidade. Já os ricos, para os quais os produtos de primeira necessidade pesam muito pouco na sua renda, escapam do seu dever de recolher impostos através de muitos artifícios, entre os quais, essa conta do HSBC na Suiça. E aí, Globo, Itatiaia, Band, por quê esse silêncio em torno desse importante tema?

Por que o silêncio da Itatiaia, da Globo e da Band em torno do Trensalão em SP, que envolveu três ou quatro governos tucanos e proporcionalmente custou aos cofres públicos mais do que as propinas da Petrobras? Por que o silêncio em relação ao mensalão tucano mineiro, à Lista de Furnas, e a tantos outros escândalos que foram escondidos pela mídia golpista?

Não queremos de forma nenhuma justificar qualquer tipo de corrupção, feita por qualquer partido, seja ele qual for. Se o PT errou, ou se alguns membros do PT erraram, eles têm que pagar. Agora, e os outros? A lei não se aplica para todos? Qual artigo da constituição federal garante a inimputabilidade aos tucanos?

Finalmente, quero reforçar aqui que sou contra as medidas tomadas pelo governo federal, o chamado ajuste fiscal, pois algumas dessas medidas atingiram diretamente os trabalhadores. Foi o caso do seguro desemprego, que foi piorado, e as pensões, também dificultadas. Por que não taxar as fortunas dos ricos, presidenta Dilma, ao invés de atacar o bolso dos trabalhadores? Por que não combater com mais rigor a sonegação de impostos pelos ricos, ao invés de ajustar as contas pra cima dos de baixo? Isso eu não aceito. Não mesmo. Não vou defender o Impeachment desse governo que eu ajudei a eleger corretamente para impedir a vitória da direita. Mas, não me venham tomar medidas impopulares que eu não defenderei. Meu compromisso é antes de tudo com os de baixo, sempre.

Na próxima eleição, se o PT não mudar de postura, se continuar agindo como partido de frouxos - com as honrosas exceções -, e se a esquerda conseguir formar alternativa eleitoral minimamente viável, eu apoiarei. Claro que há tempo ainda para Dilma, Pimentel e todos os governos petistas e de seus aliados mudarem de postura e passarem a agir de forma mais afinada com os de baixo. E para isso precisam investir na comunicação. Precisam parar de alimentar os inimigos do povo com publicidade oficial. Precisam dialogar com os movimentos sociais e atender as demandas dos de baixo, que são (somos) aqueles que, em última instância, vão garantir a permanência do governo em caso de tentativas de golpes.

Os EUA estão rondando a América do Sul feito urubus. Apostam na divisão e no caos de países como Brasil, Argentina e Venezuela. Querem as riquezas para eles e não veem com bons olhos quando estes países agem de forma autônoma. Eles financiam ONGs de direita, grupos religiosos fundamentalistas, partidos políticos, TVs e rádios e jornais e redes sociais na Internet que formam uma verdadeira rede de ataques ao país. Disseminam ódio, preconceitos, até atingirem seus objetivos, como aconteceu no Oriente Médio, onde os países ficaram destruídos. Não podemos deixar que isso aconteça no Brasil e na América Latina.

Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!

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terça-feira, 17 de março de 2015

Os filhotes da Globo e da Itatiaia mostram a sua cara. Mas, desconhecem a cara de quem puxa os cordões.


Em depoimento à operação Lava Jato, o doleiro Youssef revelou que teria ouvido dizer que Aécio recebia propina (mensal, de mensalão) de um esquema de Furnas. Algo em torno de US$ 100 mil dólares mensais, num suposto esquema montado em torno de uma diretoria de Furnas, envolvendo o PP (o mesmo partido com o maior número de pessoas do esquema chamado Petrolão) e o PSDB. Isso entre os anos 1996 e 2000 - portanto, antes do esquema da Petrobras. Mas, o procurador Janot considerou que o depoimento do doleiro não era suficiente para abrir inquérito contra Aécio e por isso pediu o arquivamento da denúncia. Ouçam o vídeo neste link e percebam que o doleiro oferece detalhes do esquema: ele operava para o então dirigente do PP, José Janene, que teria dito para ele que o dinheiro das propinas de Furnas era dividido com o PDSB a cargo do então deputado federal Aécio Neves.
Claro que essa revelação jamais apareceu com destaque no Jornal Nacional como se faz diariamente contra o PT. Ou mesmo na Rádio Itatiaia. Os tucanos são inimputáveis. Como fazemos aqui, achamos que o senador Aécio tem todo o direito de se defender e até prova em contrário é inocente. Aliás, ele nem precisará se defender já que o procurador o inocentou sem fazer qualquer investigação. Assim como fizeram com os 500 quilos de coca base do Helicóptero dos Perrelas. Assim como fizeram com o Mensalão tucano de Minas, que já prescreveu e que deu origem ao chamado Mensalão do PT - este sim, foi julgado, televisionado em tempo real, e colocou na cadeia os principais dirigentes do PT, alguns sem prova alguma. O que se conclui é que no Brasil os tucanos são inimputáveis. Podem fazer o que quiserem e jamais serão alvos da mídia ou da justiça. Já o PT, Lula, Dilma, coitados, estão condenados a priori, antes de qualquer julgamento. Hoje em dia então, se o cara tem uma dor de barriga na rua ele vai dizer que é culpa da Dilma. É o resultado de uma década da  lavagem cerebral feita pela mídia golpista. Sem direito ao contraditório.

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Preparar a PARALISAÇÃO do dia 31 de março: não aceitamos esmolas, Pimentel! 

Gilber Martins e Lídice Pimenta - Uberlândia

A proposta de abono de R$160, parcelada em quatro vezes, é uma afronta à inteligência dos trabalhadores em educação de Minas Gerais. Da mesma forma, é uma afronta mudar apenas o nome de SUBSÍDIO para PISO, deixando a nossa CARREIRA INALTERADA ou alterada para pior, quando, por exemplo, o governo fala em acabar com os níveis de mestrado e doutorado no estado, ou seja, não quer que os trabalhadores em educação da rede pública estudem, Fernando Pimentel? Por quê? Temos uma hipótese: gente mais esclarecida dá mais trabalho!
Nós, trabalhadores em educação de Minas Gerais, ficamos 12 anos escutando o PSDB dizer que o Estado não tinha dinheiro para educação e nos concedendo migalhas ano após ano. Duras lutas foram feitas contra o governo PSDBista até que os trabalhadores em educação, finalmente, nas eleições de 2014, se viram livres do PSDB no Estado. Orgulhosamente gritamos: PSDB NUNCA MAIS!
 (inteiro teor, aqui)

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Sem-teto realizam manifestações

Parabéns ao movimento dos sem-teto que em várias regiões do Brasil, inclusive em Minas, realizou protestos em prol de moradia digna para todos. Um dos líderes do movimento na Grande BH é o nosso amigo Frei Gilvander, que tem destacado sempre que os governos precisam dar mais atenção à questão da moradia popular. Nas manifestações de ontem, 18, quando os sem-teto fecharam várias rodovias, o foco dos protestos foi contra qualquer forma de reintegração sem diálogo e sem alternativa de moradia digna; as lideranças do movimento reclamaram da ausência do governador Pimentel na reunião que tiveram com seus assessores. O MTST critica também o governo Federal exigindo que a terceira etapa do Minha Casa Minha Vida seja colocada em prática imediatamente, e de forma aprimorada, ou seja, que beneficie mais aos moradores de baixa renda e não aos empreiteiros. Nosso blog apoia e acha corretíssimas as reivindicações dos sem-teto.

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Os filhotes da Globo e da Itatiaia mostram a sua cara. Mas, desconhecem a cara de quem puxa os cordões.



No último dia 13 de março – data simbólica, do comício de João Goulart na Central do Brasil, RJ, em 1964 - houve manifestações em todo o Brasil, convocadas pelo MST e pela CUT, com apoio da UNE e outras entidades. Não houve grande divulgação. Nenhuma rede de TV ou rádio noticiou este ato, que aconteceu numa sexta-feira. Apesar disso, milhares de pessoas em todo o Brasil ocuparam as praças para defender a Petrobras, a democracia ameaçada, a reforma política pelo fim do financiamento privado das eleições, e em defesa dos direitos dos trabalhadores.



Estas manifestações do dia 13, embora tivessem sido expressivas – presença em 22 estados e mais de 40 mil pessoas em SP, debaixo de chuva e num dia normal de trabalho – não mereceram a menor atenção da mídia brasileira, claramente inimiga do governo federal, do PT e do Brasil quando governado por pessoas mais à esquerda.



Já no domingo, dia 15 de março - dia em que Joaquim Silvério dos Reis, o traidor da conspiração mineira realizou a delação premiada contra Tiradentes e seus colegas em troca do perdão da sua dívida e mais alguns favores -, justamente nesta data, milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra o governo Dilma. Com total cobertura midiática em tempo real.



Quem são essas pessoas, afinal? Pelos números, percebe-se que, apesar de toda a campanha midiática de convocação desse ato, houve grande adesão quase que somente em São Paulo, como já era de se esperar, e também em BH, embora em número bem menor. No Nordeste, os protestos foram reduzidíssimos. No Rio de Janeiro, igualmente fraco. Até no Sul do país não se percebeu tão grande mobilização, apesar de se tratar de uma região hostil ao governo Dilma.



Em Minas, podemos atribuir a presença de cerca de 20 mil pessoas, pelo que dizem, à influência negativa da mídia, especialmente da Rádio Itatiaia, uma concessão pública que se dedica 24 horas por dia a atacar o governo federal. Nas vésperas do segundo turno, a direção da Itatiaia, de forma vergonhosa, praticamente pediu aos eleitores para votarem contra o governo Dilma. Como não existe ministério público em Minas com independência para fiscalizar as falas dessa emissora e de qualquer outra, passou batido. Mesmo assim, Pimentel foi eleito no primeiro turno e Dilma ganhou no estado, embora tenha sido derrotada em BH.



Belo Horizonte, que em outra época se tornara um bastião vermelho em meio ao conservadorismo do Interior, agora inverteu tudo. O interior de Minas se tornou libertário, enquanto BH tem um eleitorado cada vez mais conservador, influenciado talvez pela Itatiaia, a emissora que traduz o pensamento neoliberal dos tucanos e golpista da Globo – o que significa dizer, de interesses estrangeiros.



Tenho autoridade para criticar a Itatiaia publicamente, por alguns motivos. Primeiro, porque já enviei alguns e-mails para reclamar da postura parcial dos seus comentaristas, e jamais obtive resposta. Não esqueçamos que a rádio é uma concessão pública, e deve satisfação a seus ouvintes. Segundo, porque, pela lista divulgada nos últimos dias do governo tucano, a Itatiaia aparece como uma das maiores beneficiárias das verbas publicitárias nos 12 anos de governos tucanos. Isso sem contar as estatais – Copasa e Cemig – que também pagaram muita grana para a Itatiaia, em troca, talvez, da sua postura de blindar o governo tucano e atacar os governos Lula e Dilma.



Talvez seja por isso que a Itatiaia, durante vários meses, ou anos, deu total destaque ao Mensalão do PT, enquanto escondeu o Mensalão dos tucanos aqui de Minas, como escondeu também a Lista de Furnas, o Helicóptero dos Perrelas, entre outras notícias que não viraram manchete nem na Itatiaia, nem na Globo, ou nos jornais Estado de Minas, Hoje em Dia e O Tempo. Ou seja, temos uma mídia partidária e empresarial, embora ela goste se apresentar como imparcial e paladina da liberdade de expressão e da democracia e defensora da moralidade. Sei.



Agora vamos para São Paulo. Na Avenida Paulista, enquanto a PM tucana dizia que havia 1 milhão de pessoas – logo a PM que sempre faz cálculos para baixo nas manifestações de esquerda – foi desmentida pela insuspeita DataFolha, da Folha de SP, que calculou o público presente em 210 mil pessoas. Na Avenida Paulista, dizem, não cabem 1 milhão de pessoas. Mas, o jornal O Globo foi logo escrachando: tinha 2 milhões! Logo quem.



É fato que 210 mil pessoas é um número representativo e mostra que a direita brasileira, sobretudo em SP, conseguiu formar uma base social bem razoável. Como ela conseguiu isso? Ah, não tenham dúvida: a mídia, a Globo, a Band, o SBT, a Folha, a Veja, entre outras, trabalham 24 horas por dia durante 365 dias do ano contra o PT, o governo federal e contra o Brasil quando governado por alguém que não seja da direita. Um verdadeiro massacre ideológico na cabeça das pessoas, que sequer têm tempo para questionar porquê estão contra o governo Dilma.



Poderiam dizer que estão contra essa ou aquela medida do governo. Eu também estou contra vários atos ou omissões do governo, o que nem de longe me coloca na condição de alguém que queira derrubar a presidenta que acabou de receber 54 milhões de votos contra 51 milhões do adversário e representante das elites brasileiras.



A Globo, a Itatiaia, enfim, a mídia brasileira em geral conseguiu formar uma massa incapaz de pensar para além das narrativas que a mídia, a serviço da direita golpista, construiu. As pessoas querem o Impeachment porque querem, não precisam explicar. Ou querem a intervenção militar porque ouviram dizer que na época da ditadura não havia essa roubalheira que há hoje. Como são ingênuas certas pessoas. As que estão nas ruas são ingênuas. Quem está por trás, puxando os cordões, estes não têm nada ingenuidade.



Os Marinhos, donos da Rede Globo e de uma fortuna calculada pela Revista Forbes em torno de R$ 70 bilhões, estão onde sempre estiveram: do lado dos ricos. Em 1964, apoiaram o golpe civil-militar contra o presidente João Goulart, que queria realizar Reformas de Base em favor da maioria pobre do Brasil. Depois, a Globo apoiou a ditadura, se enriqueceu com ela, tinha contatos com o governo dos EUA, ao qual servia – os documentos liberados recentemente pelos EUA comprovam isso – e foi contra a campanha pelas Diretas-Já, realizada em 1984. Eu estava lá, na Afonso Pena, junto com 1 milhão de mineiros, como estava também nas ruas do Rio de Janeiro, junto com mais de 1 milhão de pessoas na Candelária, onde o grande líder Leonel Brizola conseguia arrancar aplausos eufóricos. Que falta faz o Brizola nessas horas, para enfrentar a Globo!



Essa referência à campanha das Diretas-Já não foi por acaso. É que a manifestação do dia 15, convocada pela Globo e pela mídia em geral tinha uma certa aparência de campanha pelas diretas, embora com sentido trocado. Na época, há 31 anos, lutávamos contra a ditadura, pelas liberdades de imprensa, de expressão, de opinião; pelos direitos humanos, pela democracia, enfim. Hoje, ao contrário, os filhotes da Globo na Paulista, ou da Itatiaia em BH pregam a intervenção militar, a derrubada de uma presidenta que acabou de ser sufragada pelas urnas, pela vontade majoritária do povo brasileiro. É o oposto da democracia, que cinicamente a mídia e seus filhotes apresentam como sendo uma expressão da democracia.



Onde estava a Globo nas Diretas-Já? Ah, sim, agora eu me lembro. Em São Paulo, na mesma cidade onde agora as pessoas, especialmente a classe média, pregam a ditadura, há 31 anos os paulistanos foram precursores na luta pela redemocratização do país. Numa de suas manifestações pelas eleições diretas, a Globo teve a cara de pau de apresentar tal evento como sendo em comemoração pelo aniversário de São Paulo. Não foi a primeira nem a última vez que essa emissora distorceu os fatos, com narrativas alheias aos interesses da maioria do nosso povo. Eles são bons nisso. E estão fazendo escola.



Estou aqui criticando a classe média e a burguesia paulistanas, de longa história conservadora e golpista – lembremos de 1932, contra Getúlio, ou de 1964, com a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, contra Jango, que formou a base social para o golpe. Mas, em favor de SP, quero render um importante tributo: foi em SP que despontou a maior liderança operária do país, Lula, e onde emergiu o principal movimento operário grevista, o dos metalúrgicos do ABC, que praticamente enterrou a ditadura. Depois que mais de 100 mil operários entraram em greve no final dos anos 70 desafiando a ditadura (olha aí, filhotes da Globo e defensores da intervenção militar, naquela época, fazer greve ou falar mal do governo terminava em prisão, tortura e morte), ela simplesmente perdeu a autoridade moral para continuar existindo.



Voltemos ao dia 15 de março. Lá estavam na Paulista 210 mil pessoas, segundo a Folha, para pedir a cabeça da presidenta Dilma. Por qual motivo? Ah sim, porque a Globo e a operação Lava Jato do complô de Paraná descobriram a pólvora: a corrupção. Como se nos últimos 500 anos o Brasil tivesse sido um exemplo em matéria de moralidade pública. Como são desinformados os filhotes da Globo e da Itatiaia. Nem vou citar os tempos de Brasil Colônia ou do período entre a Independência formal (1822) e a proclamação da República igualmente formal (1889), porque aí vai cansar muito os nossos leitores. Na ditadura mais recente (1964 a 1985), a corrupção não aparecia porque a mídia era cúmplice e censurada ao mesmo tempo. O próprio golpe de 1964 já foi um ato de corrupção. Alguns generais receberam malas de dólares para trair João Goulart. Ah, a Globo nunca contou essa história para vocês? Que pena! E as torturas contra quem protestava nas ruas, como vocês estão fazendo agora livremente? Os empresários, banqueiros sobretudo, faziam caixas para premiar os torturadores de plantão, como o delegado Fleury e muitos outros agentes da repressão. Enquanto isso, grandes negociatas eram feitas, proporcionalmente muito maiores do que as propinas das empreiteiras que trabalham para a Petrobras.



Mas, vamos abreviar um pouco a prosa e passar da ditadura para o Príncipe da Privataria, também conhecido como FHC, o sociólogo que um dia se passou como de esquerda. Como tem ex-marxista traíra nesse país, é coisa impressionante. Nos oito anos de reinado dos tucanos, o Brasil entregou quase todas as suas estatais a preço de banana. A Vale do Rio Doce, que hoje custa R$ 300 bilhões ou mais, foi doada por dois bilhões, assim mesmo financiada pelo BNDES. Até a Petrobras começou a ser privatizada – doada -, mas, para a sorte do Brasil, o PT venceu as eleições e interrompeu esse processo. A Petrobras foi resgatada, turbinada e hoje, 12 anos depois, é a maior empresa de petróleo do mundo. O volume de recursos, empregos, investimentos que a Petrobras movimenta representa nada menos que 12 a 15% do PIB brasileiro, que já é o sétimo maior do mundo.



Talvez seja por isso que o complô do juiz Moro do Paraná e a Globo – quando falo da Globo falo de toda a mídia, porque os demais vêm na rabeira do carro-chefe, ou do estado-maior, que é a Globo – tenham atacado justamente a Petrobras, a maior empresa do país, aquela que paga mais impostos, que gera mais empregos, e a que movimenta a indústria naval, que na era FHC estava destruída e renasceu nos governos Lula e Dilma, hoje empregando 75 mil trabalhadores. De forma direta e indireta, a Petrobras movimenta 1 milhão de empregos no país. Isso apesar da corrupção, que nem de longe é capaz de afetar a força dessa empresa, ainda mais depois da pré-sal, que tem reserva de petróleo na ordem de alguns trilhões de dólares.



É de olho gordo nessas riquezas que grupos estrangeiros investem na divisão no Brasil, e detonam o governo Dilma e a Petrobras. Fizeram o mesmo em outros países, como no Oriente Médio e no Norte da África, e agora na Ucrânia. O lema deles é simples: dividir, destruir, para se apropriar das riquezas. Inconscientemente, a maioria dos 210 mil que ocuparam a Paulista, faz o jogo desses grupos de rapina de olho gordo no pré-sal, na indústria da construção civil, e nas riquezas humanas e materiais do Brasil.



Mas, há outros motivos para que boa parte da elite brasileira proteste contra o governo Dilma. Nem vou citar as infelizes medidas tomadas recentemente pelo governo federal, contra o seguro desemprego e as pensões, porque dessas, ou contra elas, nos encarregamos nós, os de baixo. Mais dia, menos dia, Dilma terá que revogar essas medidas. Não são essas medidas “levyanas” que atormentam a classe média alta brasileira. Não. O que irrita esse segmento da sociedade brasileira é a ascensão social de camadas populares. O direito que os de baixo adquiriram de comprar TVs, geladeiras, carros novos. De andar de avião, coisa que era exclusiva de ricos e classe média alta. De recusar a trabalhar para as madames por um salário de fome, já que o Bolsa Família remunera melhor do que as migalhas que as elites davam aos pobres para fazerem os serviços pesados nas suas mansões. Ninguém mais quer fazer esses serviços por mixaria. E isso irrita a classe média brasileira, que prefere, como dizem alguns, lavar as privadas dos ricos de Miami do que ficar no Brasil pintado pela Globo e pela Itatiaia.



O que os 210 mil da Paulista pediram? Os cartazes falam por si: a intervenção militar, o impeachment da Dilma, o fim da corrupção. Vejam bem quanta vaziez de proposta. Ir para as ruas pedir intervenção militar é o mesmo que pedir para ser castigado. Façamos aqui justiça ao atual momento dos militares das três forças: eles estão tranquilos, na deles, sem qualquer entusiasmo por aventuras golpistas. Eles sabem que uma intervenção agora causaria guerra civil, matança generalizada, e divisão física do país. Tudo o que o império do Norte sonharia para o Brasil.



Impeachment, no atual momento, é golpe de estado. Não há contra Dilma qualquer indício de envolvimento em qualquer denúncia de corrupção. Já se mencionou o suposto envolvimento de Aécio Neves na Lista de Furnas, nos aeroportos dos titios; já foi citado o nome de Anastasia na lista de Janot – pessoalmente duvido que ele esteja envolvido, pois ele é o típico técnico que virou político de carreira, sem o perfil de corrupto de carreira tão comum na política brasileira. Taí, Anastasia: dou-lhe toda a chance de provar que é inocente, e até prova em contrário, acredito que seja, embora vocês, tucanos, jamais deram essa chance aos petistas.



Não há, portanto, qualquer base material objetiva para pedir o impeachment da presidenta Dilma. Não basta estar descontente com o governo. Isso é normal que aconteça. As pessoas podem estar insatisfeitas com um milhão de coisas e vão colocar a culpa imediata no governo de plantão, seja ele qual for. Isso é compreensível, mas não dá direito a ninguém de querer a ruptura com a ordem democrática em nome dessas insatisfações pessoais. A pessoa não votou e não gosta da presidenta e por isso ela tem que deixar o governo? É assim que funciona? E o próximo governo, se eu não gostar, ele também vai ter que sair? Isso é democracia? É essa democracia que a Globo e a Itatiaia estão ensinando para vocês? Não disseram que consta da carta constitucional que a vontade majoritária da população tem que ser respeitada? E que essa vontade foi expressa nas urnas em 2014?



Aí aparecem os cretinos, políticos cínicos dizendo que não querem derrubar a presidenta, mas querem sangrá-la durante quatro anos. O que é isso, gente? Sangrar o governo que se inicia é o mesmo que desejar a ruína do país nos próximos anos. Isso lá é oposição séria, ou golpista?



Não estamos falando de uma oposição revolucionária, de esquerda, porque não existe hoje no Brasil nenhuma força de esquerda com força para assumir a hegemonia política contra o golpismo da direita. Na atual conjuntura, ou a pessoa está a favor do golpe – como é o caso dos filhos da Globo, ainda que desavisados – ou está a favor da manutenção do governo Dilma, ainda que faça muitas críticas a seu governo.



Já disse aqui muitas vezes: o PT é responsável por importantes conquistas sociais, que retiraram milhões de pessoas da miséria e da fome, e por outras políticas públicas que merecem o nosso aplauso, como: Mais Médicos, Minha casa minha vida (que precisa de aprimoramento), Pronatec, entre outros. Não foi por acaso que o PT, apesar de todo o bombardeio midiático nos últimos 12 anos, conseguiu eleger o (a) presidente da República quatro vezes, até o momento. Isso não acontece por acaso, pessoal. Sem mídia, sem travar um combate ideológico contra os ataques da direita, e desenvolvendo uma política externa não alinhada aos EUA, apesar disso, o PT ainda sobreviveu até 2014. Mas, está vivendo o seu pior momento. E justamente por não ter enfrentado a mídia, a Globo principalmente.



Em 12 anos de governo federal, o PT teve todas as condições para reduzir a influência da Globo e construir mídias alternativas, sob controle dos movimentos sociais e de indivíduos com independência de pensamento. Mas, foi omisso, covarde até. E está pagando um preço altíssimo por isso. E o pior é que não é só o PT quem paga por isso: todos nós, no campo da esquerda, pagamos por isso. Porque a mídia montou uma peça novelesca, uma narrativa segundo a qual o PT é sinônimo de corrupção, é sinônimo também de esquerda, de baderna, de terrorismo, enfim. Toda a esquerda foi queimada pela mídia. Não adianta dizer para o cidadão comum que você é de esquerda, mas não é do PT, como tentam fazer o Psol ou o PSTU ou qualquer outro grupo ou cidadão. Quanto mais a luta social, a luta de classe se acirra, mais as pessoas tendem a ver o mundo de forma maniqueísta: ou é uma coisa ou é outra, não existe o meio termo, ou um termo diferente.



A mídia trabalha este raciocínio simplista na cabeça das pessoas. Por isso as outras forças de esquerda têm dificuldade de crescer – além do radicalismo verbal, distanciado das realidades das pessoas. E quando o PT no governo não enfrentou essa luta política e ideológica, ele simplesmente entregou toda a base social, inclusive a que fora beneficiada pelas políticas públicas do governo federal, para o deleite da mídia golpista. Itatiaia e Globo e seus afins jogam sozinhas, e são muito bem pagas para isso, inclusive pelo governo federal. Os Marinhos encheram as burras de dinheiro público nos governos do PT. Marighella e Gregório Bezerra chamariam isso de ilusão de classe. O PT, apesar de sua origem operária, sempre teve ilusão de que uma parte da burguesia acabaria assumindo o seu projeto, quando na verdade era o PT quem estava se convertendo, se aburguesando.



O grande dilema do PT, ou de parcelas do PT – não vamos generalizar, pessoal, há pessoas seriamente comprometidas com as lutas dos trabalhadores no PT – é que a burguesia não quer o PT, nem aburguesado. A Globo não quer o PT, porque sua preferência é pelos tucanos, com os quais comungam em tudo no seu ideário neoliberal. Porque o PT não é somente a parte que sonha em se tornar estrela da Globo, mas também a parte comprometida com sua origem operária, com as lutas dos de baixo. E isso faz muita diferença. É isso que faz com que, por exemplo, o governo do PT não ceda em tudo para a direita. Ele faz acordos, faz concessões, mas quando é pressionado, acaba tendo que responder para uma base social proletária que lhe dá sustentação. Isso a Globo, a Itatiaia, e afins não toleram.



Eles – a mídia golpista e a elite brasileira - têm ódio do MST, dos sem-teto, das pessoas que recebem Bolsa Família, porque acham que isso é dinheiro alheio. Eles não acham que as bilionárias verbas publicitárias do governo que vão para o bolso dos donos das rádios e TVs são dinheiro alheio, não. Só a Globo recebeu R$ 6 bilhões em publicidade do governo federal nos últimos 10 anos. E mesmo assim comanda a campanha do Fora Dilma. Provavelmente eles querem muito mais, e isso só os tucanos podem dar. A Itatiaia recebeu dos tucanos de Minas alguns milhões de reais. Poucas famílias recebendo milhões de reais de dinheiro público não é apropriação de dinheiro alheio. Milhões de famílias recebendo pequenas quantias para sobreviverem com alguma dignidade, aí sim, é apropriação indébita de dinheiro alheio. São esses os ensinamentos que a Globo, a Veja, a Itatiaia, a Band repassam diariamente para seus filhos. São esses os valores invertidos que eles passam como sendo a coisa mais natural e correta do mundo.



Enfim, é essa a realidade brasileira e mundial, segundo a minha modesta forma de ver as coisas. O dado positivo nesse enredo é que os movimentos sociais de esquerda começaram a reconquistar as ruas. O primeiro chamado, sem muito barulho, colocou milhares de pessoas nas ruas do Brasil. Penso que o próximo será bem maior. Figuras como Lula, uma liderança nacional e até internacional, ainda nem entrou em campo. O setor progressista da Igreja Católica, igualmente. Quando os de baixo colocarem os blocos nas ruas, vai faltar praça para caber tanta gente.



E nem se trata mais de defender o governo Dilma como fim em si mesmo, mas de defender a democracia brasileira, contra o golpismo que vem envolvendo uma multidão desavisada, que, manipulada pela mídia empresarial das elites, acaba comprando a briga de seus futuros algozes. Os 210 mil filhotes da Globo que ocuparam a Paulista no dia 15 podem não saber quem puxa os cordões por trás dos panos. Mas, nós sabemos que se eles conseguirem dar o golpe, todos nós, os de baixo, perderemos. E antes que isso aconteça, os de baixo do Brasil inteiro vão se levantar. E neste caso, que a pequena Miami prepare o seu aeroporto internacional para a chegada dos novos inquilinos. Brizola dizia que, ao contrário do que aconteceu com Cuba, a elite brasileira não caberia em Miami. Se continuarem apertando e forçando a barra por aqui, vão ter que se apertar por lá também. A conferir.



Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!



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segunda-feira, 2 de março de 2015

O povo brasileiro precisa enfrentar e derrotar os golpistas e sua mídia

Viva o povo brasileiro!




Hoje, dia 13, sexta, o povo nas ruas em todo o Brasil deu uma demonstração clara de que não há ambiente para golpe. Na avenida Paulista (foto do Blog Viomundo), SP, debaixo de chuva, milhares de pessoas participaram da manifestação em defesa da Petrobras, da democracia, contra o Impeachment da nossa presidenta, em defesa dos direitos dos trabalhadores e pela reforma política.

Em todo o Brasil foi a mesma coisa: de Norte a Sul, dezenas de milhares de ativistas e militantes e lutadores sociais ganharam as ruas e praças em combate ao golpismo que a mídia - Globo, Itatiaia, Band, Estado de Minas, entre outros - propagandeiam diariamente. O Brasil dos de baixo não vai se curvar à tentativa da frustrada direita de ganhar o governo no tapetão. "Impitiman é MeuZovo".

Já as manifestações que estão marcadas para o dia 15, claramente ficaram enfraquecidas com a demonstração de força dada pelos movimentos sociais. É certo que os organizadores do movimento pelo impeachment - outro nome do golpe que querem dar - não representam o povo brasileiro. Pelo contrário. Cada vez se descobre a quais grupos eles estão ligados. Magnatas do petróleo dos EUA podem estar por trás dos "meninos do golpe do dia 15". Vejam matéria sobre este tema aqui.

Além disso, há ligações de grupos que no passado financiaram a tortura e o governo ditatorial - veja o texto aqui. Ou seja, esses grupos que reúnem os neoliberais do PSDB, os fundamentalistas fanáticos de Malafaia e grupos neofascistas se uniram numa "santa" aliança, com apoio da mídia golpista, para tentar destruir a nossa democracia, entregar o pré-sal de bandeja e submeter o povo brasileiro às condições de escravidão como eles sempre fizeram.

Claro que nós, os de baixo, não deixaremos barato. Somos da paz e do amor e da alegria e do pão e da festa. Mas, se eles querem briga, vão ter. Depois não reclamem. Em Miami não cabe a elite brasileira.

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O vídeo acima (sugestão que buscamos no Blog da Cidadania), nos dá uma leve ideia acerca dos interesses que estão por trás da campanha contra a presidenta Dilma. A mídia golpista faz agora o que fez no passado contra Getúlio e Jango. Os barões da mídia, serviçais das elites e do imperialismo norte-americano, despejam coisas negativas contra o Brasil e contra o governo diariamente. O teólogo Leonardo Boff, uma das cabeças pensantes do Brasil, disse hoje que a crise "é forjada, mentirosa e induzida pela mídia". E a direita, incluindo os tucanos, até hoje não aceitou a derrota eleitoral, e quer derrubar a nossa presidenta no tapetão. No dia 08 de março, quando a presidenta falou em rede de rádio e TV - aliás, Dilma usa pouco este mecanismo legal para se comunicar com o Brasil - parcelas das elites, em bairros de classes médias e da burguesia, bateram as panelas que no caso delas não estão vazias. Agora esses setores marcaram manifestações contra o governo para o dia 15 de março. Desconfiemos dessas manifestações bancadas sabe-se lá por quem. A história do Brasil e da América Latina nos autoriza a imaginar que há muitos milhões de dólares por trás dessa movimentação aparentemente espontânea. Espontânea? Sei! Ou melhor: CIA! A mídia faz coro a este chamado em favor do impeachment da presidenta Dilma. O que soa ridículo, já que a nossa presidenta foi reeleita de forma legítima há poucos meses. Impeachment, sem que haja qualquer indício de envolvimento da presidenta com as denúncias de corrupção é golpe de estado. Essa gente é saudosista da ditadura de 1964, quando as lideranças populares eram presas, torturadas e executadas covardemente. Hoje, contudo, a realidade é outra. As Forças Armadas brasileiras não demonstram disposição para participar de aventuras golpistas, porque sabem que isso resultará na destruição da nação brasileira. É nisso que o império dos EUA e dos países ricos da Europa aposta. Tal como aconteceu com o Oriente Médio e Norte da África, onde os países que tinham relativa autonomia e se desenvolviam em várias áreas, foram simplesmente destruídos. Com a desculpa de levarem a democracia, os paladinos do Ocidente levaram a morte, a destruição, a guerra civil aos povos daquelas regiões. É isso que querem para o Brasil, para a Venezuela, para a Argentina, entre outros, cujos governos desenvolvem políticas internas voltadas para o combate à miséria e à fome, e políticas externas não alinhadas ao império do Norte. Estejamos atentos para não fazermos o jogo sujo dessa elite babaca, de mentalidade colonialista, que acaba arrastando setores populares para os interesses dessa minoria privilegiada, que sempre excluiu, desprezou e maltratou a grande maioria da população brasileira. A nossa manifestação, para quem deseja participar de alguma, é a do dia 13, em defesa da Petrobras, da democracia, dos direitos dos trabalhadores e contra o golpe. A manifestação do dia 15 é da turma de Aécio Neves, da Globo, da Itatiaia, de FHC, e da direita paulistana, que odeia os pobres, os negros, os índios, as mulheres, enfim, odeia gente.

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Lista de Janot, liberada pelo ministro do STF Teori Zavascki, desmente a revista Veja:

 
A revista, aspas, Veja, se tivesse o mínimo de vergonha na cara, o que não é o caso, deveria estampar na capa algo assim: "Perdoem-nos, nossos leitores! Quem de tudo sabia, não era Lula ou Dilma, mas Aecio e Anastasia". Agora, falando seriamente, pode ser que Anastasia e Aécio não tenham nada a ver com as propinas oriundas dos esquemas da Petrobras, mas os nomes deles aparecem na lista de Janot, e não os de Lula e Dilma. Isso a mídia não diz. Nunca apareceu nos vazamentos seletivos da Globo e da Veja qualquer referência ao senador Aécio - que cinicamente acusava o PT de ter reproduzido o esquema do mensalão com a Petrobras. No final das contas, verifica-se que o grosso da lista de Janot são políticos do PP - 33 nomes ao todo. Os principais caciques do PMDB também aparecem – destaque para Renan e Cunha, os atuais donos do congresso nacional, que saem chamuscados com as revelações. Dois tucanos gordos foram citados: Anastasia e Aécio – isto sem falar no ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra, cuja acusação desapareceu. Normal, em se tratando de políticos inimputáveis. Poucos nomes do PT aparecem (8 ao todo, numa lista de mais de 50), esta é que é a verdade, e nem de longe há qualquer acusação contra Dilma ou Lula. Alô Itatiaia, Globo, Band, Estado de Minas, Folha de SP e Veja: Lula e Dilma não foram sequer citados! E os coxinhas ainda querem impeachment? "Impitiman é MeuZovo!"


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O povo brasileiro precisa enfrentar e derrotar os golpistas e sua mídia

Havia redigido um texto maior, umas quatro ou cinco laudas, mas acabei desistindo de publicá-lo. Quero resumir a nossa prosa de hoje num texto menor, mais direto. O Brasil está vivendo uma crise, ou algumas, talvez, e correndo sérios riscos. Há uma crise geral provocada, em parte, pela crise internacional, o que reduz as importações e os preços de produtos que vendemos para outros países. Há um pequena oscilação para cima nos preços provocada por aumentos de tarifas e de alguns produtos como a gasolina, que estavam congelados há mais de um ano. Claro que o chamado "mercado" aproveita estes momentos para impor aumentos abusivos, superiores àqueles aprovados pelo governo. Mas, há uma outra crise muito maior: uma crise política, que resvala para a economia e coloca todo o país em risco. Essa crise está sendo construída deliberada e calculadamente pela direita golpista e sua mídia, a serviço dos piores interesses.

São muitos os sintomas dessa crise, ou desse golpe. Vamos pontuar rapidamente alguns deles e seus desdobramentos: 

1) a mídia golpista - Globo, Itatiaia, Band, jornais e revistas, etc. - todos os dias atacam o governo federal e apresentam um cenário de abismo para o Brasil. Quem não se lembra do período anterior à Copa do Mundo? Foi a mesma coisa: o Brasil ia acabar antes de acontecer a Copa. Diariamente nas manchetes que são estampadas nas bancas de revistas e jornais, nas colunas e nos comentários de rádios e TVs a direita e seus vassalos bem pagos atacam o governo federal de forma covarde, sem direito de resposta, sem apresentar uma análise mais rica, um cenário mais amplo. Atacam o governo, a Petrobras, o PT. Ponto.

2) o pano de fundo dessa mídia golpista é a questão moral - ou falso moralista - da corrupção, como se ela tivesse surgido agora. E como se antes a corrupção fosse combatida normalmente. Nunca foi. E sempre houve muita corrupção e desvio de dinheiro público. Mas, pegaram a Petrobras para Cristo, justamente a maior empresa do país, que mobiliza quase 15% do PIB brasileiro - o  que não é pouca coisa. A Petrobras emprega 86 mil pessoas honestas, mas a mídia só foca meia dúzia de bandidos que se tornaram delatores para fazer o serviço sujo de entregar (denunciar) apenas o PT e o governo federal e com isso ganhar a liberdade. Mas, dizia: a Petrobras emprega 86 mil funcionários, desenvolve tecnologia de ponta, investe pesado na economia brasileira, ressuscitou a indústria naval, que estava morrendo na era FHC - antes, a indústria naval empregava 7 mil pessoas, hoje emprega 75 mil trabalhadores. E junto com a indústria naval, a Petrobras arrasta também grandes empreiteiras que empregam centenas de milhares de trabalhadores em obras gigantes por todo o Brasil. É este complexo econômico e social que está na mira da direita golpista, de sua mídia canalha e entreguista e dos desavisados que só escutam noticiário dessa mídia.

3) um dos objetivos inconfessos da operação Lava Jato, criada no estado do Paraná - parênteses: Viva os educadores do Paraná, o melhor exemplo para o Brasil, ao contrário desse dispositivo da PF, parte da justiça e dos promotores de lá! - retomando: esta operação tem como objetivos: desgastar o governo Dilma ou derrubá-lo, se possível; destruir a imagem da Petrobras e paralisar as obras das grandes empreiteiras, o que provocaria um enorme desemprego e prejuízos incalculáveis para a economia brasileira. Ameaçar de paralisia um complexo econômico movido pela Petrobras que produz 15% do PIB é colocar em risco R$ 750 bilhões anuais, que são traduzidos em grandes obras, produção e refino de petróleo, mais de um milhão de empregos, e investimentos na saúde, na educação, etc. Em troca de quê? Ah, sim, de R$ 2 bilhões arrancados nas propinas ao longo de 15 anos por meia dúzia de bandidos delatores, uma centena de políticos profissionais de todos os partidos e alguns empresários e executivos. Uma coisa é atacar essas pessoas envolvidas, processá-las, condená-las, se for o caso, mas não destruir a economia do país, como vêm fazendo a mídia e essa operação Lava Jato. Usam o argumento do combate à corrupção para atingir os objetivos políticos mencionados. Querem, no fundo, entregar a Petrobras e o pré-sal, que tem reservas em petróleo de 30 trilhões de dólares, para os grupos estrangeiros e seus associados locais.

4) curiosamente, de uma hora para outra, o Brasil amanheceu com a paralisação de caminhoneiros em várias regiões. Um movimento estranho, que tem toda a aparência de ter sido coordenado por trás por empresários inimigos do governo federal, e não por trabalhadores. Não houve sequer negociação prévia com o governo para realizar este movimento. Depois descobrimos que algumas vozes começaram a sugerir que este movimento levaria à escassez de alimentos e de combustível, o que provocaria a revolta da população. Lembramos imediatamente do Chile, cujo governo (1970-1973) do presidente socialista Salvador Allende teve que enfrentar uma paralisação de caminhoneiros financiada pela CIA. Mesmo o governo socialista atendendo as reivindicações, a paralisação continuou até conseguir jogar a classe média, sempre conservadora, em favor do golpe que já se armava. Hoje o Chile se arrepende profundamente de ter permitido a derrubada de um presidente honesto, profundamente comprometido com a democracia, com as liberdades, e com a justiça social. Viva Salvador Allende!

5) agora marcaram um movimento de protesto ou de impeachment da nossa presidenta para o dia 15 de março. Publicamente, e cinicamente, os tucanos dizem que não apoiam o golpe - impeachment contra Dilma, que acabou de ser eleita democraticamente, é golpe. Mas, suas lideranças ou caciques estão trabalhando para apoiar esse movimento e torcendo para que ele mostre força. Eles não aceitaram mais uma derrota eleitoral, e partem para o golpe, ao estilo da antiga UDN. A mídia golpista - Itatiaia, Globo, Estado de Minas, entre outros - não se cansam de detonar o governo federal, de apresentar um quadro de crise e de caos total do país. O que só se aproxima da realidade em função desses órgãos, que desmotivam qualquer investidor que queira aplicar seus recursos na produção. Quando alguém lê os jornais e revistas e ouve a Itatiaia e a Globo tem vontade de mudar do Brasil. Mas, quando as pessoas saem às ruas elas percebem que não é bem assim. A economia brasileira está funcionando bem, enfrenta problemas como qualquer outra economia, o que é sintomático no capitalismo, mas existem bases sólidas no país. Uma dessas bases é justamente a Petrobras, e também a indústria da construção civil, a indústria naval, além da agricultura, do comércio e dos serviços. Nada disso deixou de funcionar, mas com os ataques de todos os lados, ampliados pela mídia, acabam produzindo grandes prejuízos para o país.

6) coincidência ou não, recentemente tentaram dar um golpe na Venezuela. Só que lá o buraco é mais embaixo. O governo tem TVs públicas e convoca a rede nacional de rádio e TV quando julga necessário, e coloca multidões nas ruas para defender as conquistas bolivarianas. Venezuela sobrevive basicamente em função do petróleo - daí a cobiça do imperialismo norte-americano e dos grupos privados do mundo inteiro. Antes, o petróleo estava a serviço de uma pequena oligarquia. Hoje, depois da conquista do poder pelo movimento bolivariano liderado por Hugo Chávez - que morreu recentemente, mas a população elegeu Maduro, um chavista fiel - as riquezas geradas pelo petróleo são usadas em favor dos de baixo, com moradias populares, médicos, comida na mesa, educação pública, etc. Mas, fato é que os grupos estrangeiros estão de olho gordo nas riquezas dos países da América Latina, especialmente Brasil e Venezuela.

7) no congresso nacional, uma outra frente conservadora, golpista, fundamentalista, se apropriou da câmara dos deputados, hoje presidida por Eduardo Cunha, conhecido operador de muitas e variadas negociatas, desde a era Collor até os dias atuais. Todas as conquistas sociais e políticas e humanas estão ameaçadas por este grupo que controla hoje a câmara dos deputados.

8) então a gente observa muitas frentes de ação inimigas do povo brasileiro agindo de forma aparentemente "espontânea", mas que na verdade demonstram articulação e comando por trás disso tudo. Não tenho dúvida de que a direita internacional e seus associados locais estão jogando muita grana nessa movimentação toda para derrubar ou anular a presidenta Dilma, e de quebra, conseguir doar a Petrobras para grupos de rapina, o pré-sal, destruir a indústria naval e da construção civil, gerar desemprego, e com isso, conseguir cortar os direitos trabalhistas. A melhor forma de cortar direitos é criar uma situação de crise total, pois as pessoas vão brigar para defender de qualquer forma a sua sobrevivência, o seu emprego, e acabarão perdendo conquistas trabalhistas históricas. Principalmente quando não temos uma classe trabalhadora politizada e organizada. Alguns movimentos sociais no Brasil ainda estão de pé: sem-terra, sem-teto, uma parte do movimento sindical. É preciso chamar os demais para a luta.

9) embora a presidenta Dilma, e o PT, e o governo federal, que são atacados diariamente por essa mídia golpista, demonstrem total incompetência na área das comunicações, a população brasileira não pode aceitar o golpe contra o governo. Já dissemos aqui inúmeras vezes que o PT se tornou um partido de frouxos, de bundões, de gente sem coragem - e alguns até sem caráter mesmo -, mas, apesar disso, ainda é o partido que detém a presidência da república e que legou ao povo brasileiro importantes conquistas sociais. Contribuir para retirar da miséria e da fome mais de 20 milhões de pessoas, de gerar milhões de novos empregos e de implantar um bom número de políticas sociais - Bolsa Família, Prouni, Luz para todos, Minha casa minha vida, Mais Médicos, Ciências sem fronteira, entre outros, não pode ser visto como pouca coisa. O PT teve essa coragem, de implantar importantes políticas sociais. Mas, não teve a mesma coragem para travar a luta política e ideológica contra a direita e sua mídia. O governo federal continua enchendo os bolsos dos barões da mídia com publicidade oficial, quando deveria cortar essa bolsa mídia e criar alternativas, financiar e investir em rádios comunitárias, jornais de interior, blogs progressistas e TVs públicas com disposição para o combate político contra a direita e sua mídia. Uma outra esquerda ainda pode surgir no Brasil, com força para fazer aquilo que o PT não teve coragem, apesar da principal liderança, Lula, estar implorando ao partido para mudar de postura.

10) portanto, é fundamental que a população esteja mobilizada para não cair no discurso furado dessa direita que fala em combater a corrupção, mas quando está no poder é  a mais corrupta de todas - e o que é pior: sempre fica impune. Quantos caciques tucanos vocês já viram na cadeia? Nenhum. E não me digam que eles não estejam envolvidos em coisas iguais ou piores do que as denúncias da Petrobras. Vamos refrescar a memória de alguns desavisados citando denúncias que a mídia abafou e que custaram ao país muitos bilhões de dólares: caso Banestado, Trensalão tucano de SP, Privataria tucana (só aí já dava 20 vezes a corrupção na Petrobras), mensalão tucano de Minas, a compra da reeleição de FHC, a Pasta Rosa, entre outros. Se quiserem, consultem no Google frases do tipo: escândalos dos tucanos e demos e verão que a defesa que eles fazem da moralidade não passa de hipocrisia e cinismo. Mas, a direita, inclusive a fundamentalista, que mistura religião e política de direita, está agindo e tentando destruir as conquistas do nosso povo.

Somente a população dos de baixo, esclarecida, bem informada, e unida em torno dos seus interesses de classe poderá resistir ao golpismo da direita e sua mídia e vencer mais essa batalha. Não passarão!

Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!

P.S.: acabei redigindo outro texto enorme. Tenho esta dificuldade de parar de escrever. Ainda bem que muitos dos nossos bravos leitores são tolerantes.


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