sábado, 24 de janeiro de 2015

Porque hoje é sábado e ontem choveu em Vespó, vai aí um novo post




Semente de Adão - Viramundo, do álbum Cantoria 1, com quatro grandes cantores e compositores brasileiros: Elomar, Geraldo Azevedo, Vital Farias e Xangai. Com o adendo do Blog do Euler: "... Ainda viro este mundo. Em festa trabalho e pão..." - Mais festa e pão e menos trabalho, claro.

***


Porque hoje é sábado e ontem choveu em Vespó, vai aí um novo post

Meus novos textos são escritos agora assim, quando eu analiso o tempo. Se está muito quente, não há qualquer disposição para escrever, a não ser pequenas frases. Deve ser o contágio dos tempos atuais, com os twitteres que eu nem manuseio, entre outros. Mas ontem à noite, após um tenebroso verão, choveu em Vespó.

Tempos estranhos, os que vivemos nesse instante. De muito calor e algumas nuvens. Uma encruzilhada, talvez, entre caminhos que podem nos levar a novos sonhos, ou a novas derrotas. Um compasso entre o que está e o que será. Por que será?

No Brasil, e em Minas, houve uma vitória dos de baixo com a derrota dos tucanos. Mas os esquemas que dominam o poder real no Brasil são muito poderosos. A começar pela mídia golpista, dominada por meia dúzia de famílias que se locupletaram durante a ditadura e agora, na democracia meio que de fachada, posam de paladinos da liberdade de expressão. Me poupem! Não passam de patifes e artífices de grandes negociatas contra o Brasil e contra os de baixo.

Reconheço, estou enferrujado. O tempo roubou parte dos meus sonhos, da minha energia, da minha sede de poder, até, de poder expulsar os inimigos e abrir as veredas de que falava o presidente chileno Salvador Alende, morto por um tirano serviçal dos de cima.

Não vou negar: não gostei de algumas medidas que a nossa presidenta tomou recentemente, dentro de um jogo de pressão e de uma visão exportada, segundo a qual o país precisa passar por uma certa forma de choque neoliberal para poder avançar em seguida. Não foi essa a cartilha que empolgou milhões de brasileiros contra as tramas urdidas pela direita golpista durante as últimas eleições.

Não sou hipócrita para dizer que está tudo perdido e que o governo adotou de vez uma linha neoliberal. Não é o caso. Votaria mil vezes novamente em Dilma e Pimentel para derrotar os tucanos. Mas, isso não me torna um imbecil que aprova tudo o que o governo faz ou deixa de fazer. Nem mesmo quando era militante radical de esquerda, pronto para segurar um fuzil e enfrentar um exército inteiro, jamais compactuei com aquilo que minha consciência dizia que não estava certo. Agora então, que estou mais leve e solto, um pouco mais gordo talvez, além de calvo, aí é que não vou aceitar sem crítica qualquer forma de governo que quebre os compromissos com os de baixo.

Na minha generosa cota de bondade e paciência, ainda espero que Dilma aponte algumas diretrizes que demonstrem que o governo não está inteiramente refém da direita fisiológica e neoliberal. E que manterá as linhas gerais das políticas sociais em favor dos de baixo, com novos avanços. É fato que a nossa presidenta enfrenta uma crise em várias dimensões e esferas. No mundo externo, a crise continua, e isso tem impacto interno imediato. No mundo interno, a crise fica por conta principalmente das forças atrasadas e golpistas que passam os dias e noites a conspirar contra o Brasil dos de baixo.

O primeiro inimigo do povo brasileiro hoje se chama mídia golpista. E o governo federal e o PT e as forças de esquerda têm uma parcela grande de culpa nisso. Por terem permitido a continuação desse sistema de comunicações antidemocrático, golpista, e canalha até. Derrotamos uma ditadura civil militar que derrubou o presidente constitucional João Goulart, de saudosa memória, mas não fomos capazes de derrotar os barões da mídia que intoxicam a cabeça de milhões de brasileiros diariamente. Pior até do que qualquer droga que se vende nas esquinas do país é essa lavagem cerebral que a mídia faz.

A mídia brasileira, tal como funciona, é um atentado permanente à democracia, ao contraditório, à liberdade de imprensa e de expressão. É a mídia brasileira que pauta os temas que são ou deixam de ser relevantes. Converse com qualquer cidadão comum nas ruas e ele vai te falar sobre o escândalo na Petrobras e sobre o chamado mensalão do PT, mas não vai se lembrar de mais de uma dezena de grandes outros escândalos que a mídia abafou, pois envolvia os caciques tucanos.

Perguntem para as pessoas se elas já ouviram falar nos escândalos do Banestado, cujo prejuízo ao país foi seis vezes maior do que a chamada Operação Lava Jato. Perguntem sobre o Trensalão de SP, sobre o mensalão dos tucanos de Minas, sobre o helicóptero dos Perrela que foi preso com meia tonelada de pasta base de cocaína. Tudo isso desapareceu do noticiário, pois não interessa aos barões da mídia investigar qualquer coisa que atinja, direta ou indiretamente, os caciques tucanos. Eles são inimputáveis, intocáveis, imexíveis.

Mas, o PT e o governo federal têm sua dose de culpa nisso, também. Se tivessem apurado os prejuízos provocados ao país com a chamada privatização das estatais da era FHC, que não passou de uma doação de pai pra filho de empresas que valiam centenas de bilhões por alguns poucos bilhões, talvez a realidade seria outra. Um enorme prejuízo para o Brasil – Vale do Rio Doce, CSN, a rede ferroviária federal, tudo entregue de bandeja para grupos privados. E ainda por cima financiado com dinheiro do BNDES a juros que nenhum de nós jamais pagou de tão baixos.

Os governos do PT acertaram quando investiram em políticas sociais, que aqui citamos inúmeras vezes: Bolsa Família, Pronatec, Luz para todos, Minha casa minha vida, Mais Médicos, Prouni, além das políticas estruturantes voltadas para a geração de emprego e dos aumentos reais no salário mínimo. Tudo isso criou uma massa enorme de consumidores, fortaleceu o mercado interno que de certa forma blindou o Brasil das crises externas. Vários países mundo afora quebraram. O Brasil não, e isso tem a ver com a parte boa da política interna e externa do PT no governo federal.

Mas, infelizmente o governo federal não teve coragem de mexer com o criminoso monopólio da mídia. E ainda manteve generosas verbas publicitárias, a chamada Bolsa Mídia, que enriqueceu ainda mais os barões da mídia. A diferença em relação aos tucanos é que o PT paga a mídia para apanhar. Os tucanos não. Pagam para ser bajulados e blindados. Vejam o exemplo de Minas. Os 12 anos de governos tucanos. A mídia regional encheu os bolsos com a Bolsa Mídia. Dezenas de milhões de reais escoaram todos os anos para os principais meios de comunicação regionais. E a contrapartida foi a blindagem do governo tucano e o feroz ataque ao governo federal. Não se passou um dia sequer sem que a Itatiaia, o Estado de Minas, entre outros, deixassem de detonar sem piedade e sem direito ao contraditório ao governo federal. Enquanto blindavam e elogiavam o governo estadual.

No plano nacional, o governo federal paga para apanhar da Globo, da Band, do SBT. Esta campanha recente que a Globo fez contra a Petrobras é algo que deveria ser repudiado pelo país. A principal empresa do Brasil, que gera mais de 80 mil empregos diretos e milhares de outros indiretos, que investe bilhões no país, desenvolve tecnologia de ponta e descobriu recentemente um dos maiores estoques de petróleo do mundo, o pré-sal, é atacada diariamente pela mídia, Globo à frente. Claro que isso aí não se faz ingenuamente, como se estivessem preocupados com a moralidade e a eficiência em favor do Brasil. Nem quem acredita em duendes e Papai Noel deveria acreditar numa coisa dessa.

Querem destruir a Petrobras para depois privatizá-la a preço de banana, como fizeram com a Vale do Rio Doce e a CSN. Dois ou três ex-diretores da empresa, que se envolveram com corrupção, e que foram pegos numa operação montada no Paraná, onde juízes, policiais federais e outros mais são claramente anti-petistas e pró-tucanos. O que deveria ser uma operação policial e judiciária exemplar até, acabou se tornando palanque político contra o governo federal e contra a maior empresa do país, a Petrobras.

Dilma quase perdeu as eleições por conta desse esquema. Enquanto isso, no Congresso Nacional e mais especificamente na Câmara dos Deputados, a direita golpista, com sua mídia, aposta as fichas na eleição do deputado Eduardo Cunha, que a mídia vem blindando. Consta que este deputado esteve supostamente envolvido em negociatas desde a era Collor até os dias atuais. Mas, como é o preferido da mídia, tem todo o espaço de defesa e não há qualquer esforço da mídia em investigar o passado e o presente desse deputado. Dizem que ele captou grana para financiar a eleição de um bom número de deputados, o que lhe assegura uma forte base de apoio. Ele já declarou que não quer saber de mexer no monopólio da mídia e tem se apresentado claramente contra o governo federal, apesar de pertencer à chamada base de apoio do governo. Uma base que todo mundo sabe, é composta por uma ampla aliança, que reúne pessoas de esquerda, do centro e da direita, a maioria dos quais fisiológicos, ou seja, que defendem interesses próprios, ou de pequenos e poderosos grupos, e não os interesses da maioria da população que os elegeu.

A democracia brasileira precisa avançar, romper com esse esquema de poder que é um entrave ao avanço de políticas públicas em favor dos de baixo. Já era para termos exigido uma auditoria na chamada dívida pública, que come a maior parte dos impostos que pagamos. E beneficia uma minoria de pessoas. E nenhum órgão da grande imprensa reclama contra essa bolsa milionária que beneficia poucas famílias. Eles falam mal da Bolsa Família que beneficia milhões de brasileiros com pouca renda. Recursos de pouca monta para um monte muito grande de pessoas. Ao contrário da Bolsa Mídia e da Bolsa Banqueiros, que repassam bilhões de reais para poucos barões.

Essa má distribuição da renda está na raiz dos principais problemas do país. Pior até do que a corrupção, convenhamos. A solução apresentada pelos neoliberais é o chamado mercado, que teoricamente daria oportunidades para todos que quisessem trabalhar ou investir. É o papo mais furado que já se ouviu. O deus mercado só beneficia aos mais poderosos. O velho e sábio Marx já ensinava que o capital, quando se reproduz, concentra riquezas, gerando opulência para alguns e miséria e fome para a maioria. A ação do estado, dos governos, que não tenham orientação neoliberal, vai justamente no sentido de tentar diminuir os estragos causados pelo mercado. Com políticas de proteção social, como as bolsas para os de baixo, o salário desemprego, as políticas sociais na área da Educação, da Saúde, do transporte coletivo, que precisaria ser bom, de boa qualidade, e preferencialmente barato ou de graça até.

Mas, enquanto tivermos o monopólio de uma mídia que serve apenas aos de cima e coloca como pauta apenas aquilo que interessa aos de cima, dificilmente o povo brasileiro conseguirá se livrar dessa carga pesada que precisa carregar diariamente. A mídia envenena e intoxica a cabeça das pessoas diariamente; cria um ambiente de naturalização da violência, sempre como coisa ligada aos pobres; faz as pessoas acreditarem que a culpa de todos os problemas da humanidade é do governo federal, ou do PT, ou de algum político da esquina, quando se sabe que a culpa é de todo um sistema, do qual a mídia se beneficia, com altos ganhos para poucos. A mídia e algumas poucas empresas e bancos, além dos burocratas do primeiro escalão dos poderes constituídos. Pouca gente, com muito poder.

A maioria do povo brasileiro passou a comer melhor nos últimos anos, a consumir mais bens, a viver melhor, até. Mas, ainda precisamos quebrar muitos anéis desse grilhão que nos prende. O Brasil tem tudo para ser um verdadeiro paraíso na Terra. Tem todas as riquezas ditas “naturais”, ainda que socialmente transformadas. Tem uma gente maravilhosa, com uma riqueza e variedade cultural que resiste, apesar da mídia que a esconde e tenta vender uma visão colonialista de mundo. Nem precisaríamos ser uma potência de primeiro mundo, que isso aí tem até implicações bélicas e imperialistas que não nos interessam. Bastaria uma forma de relação mais humana, mais justa, menos desigual, e teríamos um paraíso.

Mas,
enquanto não chega esse paraíso, mantenhamos afiadas as nossas lanças, prontos para os embates que haverão de fazer tremer o chão de Minas e do Brasil. Não para voltar ao que era antes, Deus que nos livre, mas para avançar mais e mais, nas conquistas sociais. Se for necessário, devemos ocupar as praças e ruas novamente, não com discursos falso moralistas, como se percebeu muito em junho de 2013. Não. Mas, para exigir novas conquistas para os de baixo, em forma de salários melhores, mais políticas de proteção social aos de baixo, menos pagamento de juros, mais educação pública de qualidade com valorização dos educadores, mais saúde pública de qualidade, mais transporte coletivo com tarifa zero – garantindo o direito de ir e vir a qualquer cidadão -, menos cortes nas áreas sociais, mais impostos para os mais ricos, e mais investimentos em favor dos de baixo.

Enquanto isso, vou curtindo as últimas gotas da chuva que caiu na noite passada em Vespó. Preparo, no meu espaço, uma dança, para atrair novas chuvas. O Brasil está precisando. Da chuva e da dança. Longe da minha aldeia, aguardemos os sinais. A Grécia, berço da civilização ocidental, a se confirmarem as previsões, começa a apontar outros rumos, de combate às políticas neoliberais. O mundo dos de baixo terá que refazer as relações atuais, se não quiser continuar preso aos grilhões impostos por fortes aparatos dominados por alguns grupos.

Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!

                ***



domingo, 11 de janeiro de 2015

Porque hoje é domingo, de férias, vamos postar um novo texto...




Porque hoje é domingo, e mesmo que não fosse, trago essa beleza de vídeo, com a música Guantanamera, cantada e orquestrada por 75 cubanos. Viva Cuba! Viva o povo cubano e de toda a América Latina, com seus cantores e poetas. Viva José Martí! (O vídeo eu retirei do site do jornalista Luis Nassif, o GGN).


Porque hoje é domingo, de férias, vamos postar um novo texto...


Domingo ensolarado, em Minas, sem praia, mas com as montanhas a me cercar, é mais do que motivo para postar este novo texto. Temos muitas razões para estar felizes, e algumas, infelizmente, nem tanto. O atentado em Paris, por exemplo. A quem interessa aquela estupidez? A direita, certamente, já explora o fato com sua visão míope, sempre contra os de baixo, sempre contra os imigrantes pobres, os povos africanos e do Oriente Médio, especialmente os de confissão islâmica.

Fico aqui pensando como o radicalismo de terror dos grupos jihadistas se iguala em interesses e práticas à direita fascista de todo o mundo, especialmente dos EUA e dos países ricos da Europa. França, berço de grandes inspirações humanistas e de esquerda, é também o país que colonizou, explorou e mantém em segregação um amplo contingente de imigrantes. Mas, a revoltosa Paris da década de 60, espera-se, não tenha se rendido.

Nada justifica o terror e assassinato frio e covarde contra pessoas desarmadas. As 12 vítimas da revista Charlie Hebdo tombaram como vítimas de uma estupidez que não nasceu nesses dias. Há um caldo de cultura plantado pela estupidez maior do imperialismo norte-americano e de seus aliados, que financiam e patrocinam as guerras mundo afora, e agora especialmente no Oriente Médio e Norte da África. É a geopolítica imperialista, da morte.

O que Israel faz contra os palestinos na Faixa de Gaza, executando covardemente centenas de cidadãos, inclusive crianças, é igualmente um ato estúpido, que o Ocidente assiste praticamente sem protestos. A invasão do Iraque e a destruição da Líbia, outros dois exemplos de intervenção criminosa da geopolítica do império norte-americano e dos seus aliados europeus.

No meio desse cenário internacional macabro, uma revista francesa, dita até como de extrema-esquerda – sei lá se é mesmo -, mas que se notabilizou por charges satirizando o chamado fundamentalismo islâmico. Claro, é pólvora pura. Nada justifica o terror, a execução sumária de pessoas desarmadas, volto a repetir. Embora os estados ocidentais façam isso diariamente, covardemente, contra dezenas de povos desarmados. E a mídia mundial se cala de forma pusilânime.

Pessoalmente, talvez por ser de origem de esquerda, de um marxismo que pretendia virar o mundo ao avesso em defesa dos de baixo, sou contra este tipo de jornalismo que satiriza e até humilha outras culturas, outras crenças religiosas, outros povos. Aliás, no Brasil, quem pratica política de assassinato de reputação sempre contra os pobres, os negros e o PT, claro, é exatamente a mídia golpista. Impunemente. Se os movimentos sociais brasileiros reagissem contra a Globo, contra a Veja e contra os demais meios de comunicação, todos ligados aos interesses das elites dominantes, se reagissem, dizia, da mesma forma como os fundamentalistas islâmicos, esses meios seriam todos destruídos. Sou contra isso. Acho que a resposta o povo vem dando, democraticamente. Pacificamente. Nas urnas, nas ruas, nas manifestações populares e democráticas, quando, em palavras de ordem, detonam Veja, Globo, e etc. Tem faltado, da parte do governo federal e do PT, a mesma coragem do povo brasileiro para iniciar um processo de democratização da mídia no Brasil, hoje nas mãos de meia dúzia de famílias que servem aos interesses de minorias privilegiadas. Uma mídia colonialista, de direita, golpista e neofascista. Que fomenta ódio e pode provocar desunião.

O mundo, a humanidade, precisa encontrar o caminho dos consensos em favor da maioria, e não o caminho das guerras, da destruição, da ambição desmedida por mais lucros, da fome, pois neste ambiente quem sempre sai ganhando são os de cima, que detêm todos os instrumentos de poder e o capital. O terror nos últimos anos só tem beneficiado a direita. Nos EUA, o 11 de Setembro de 2001 salvou o mandato de Bush e foi o pretexto para a ação de ocupação do Iraque, que hoje está destruído, e que deu origem a um grupo mais fanático ainda, o Estado Islâmico.

Agora, na França, este atentado absurdo pode beneficiar ainda mais a direita francesa, que já vinha crescendo nos votos e no discurso contra o povo islâmico. O Ocidente tem realizado este criminoso ato de criminalizar a religião muçulmana, cuja ampla maioria de seguidores é formada por pessoas de bem, da paz, da caridade, do amor. Nada tem a ver com as minorias fundamentalistas. Assim como nós, como a maioria dos povos do mundo católico e protestante nada temos a ver com as ações terroristas e igualmente fundamentalistas dos estados que dizem nos representar. No Brasil de Lula e Dilma, pelo menos, prega-se a amizade e o respeito entre os povos de todo o mundo, especialmente entre os povos latino-americanos.

Pausa rápida para o café. E no próximo tema: a Educação em Minas em pauta. E para me despedir do tema acima, lembremos: a fonte de todos os males da humanidade é a desigualdade social, os preconceitos, a xenofobia, o capitalismo, enfim. Claro que não resolveremos estes problemas seculares num estalar de dedos. Ou com tiros de fuzil. A educação, literalmente, das pessoas, em favor da paz, da justiça, da igualdade, da solidariedade, da tolerância entre os diferentes. Este é o caminho, sem abrir mão, claro, das lutas cotidianas por conquistas imediatas. E vamos que vamos.

Retomando.

Porque hoje é domingo
, e estou de férias, e não estou mais na Educação, quero falar um pouco do tema. Se na rede estadual ainda estivesse certamente teria mais tempo para falar diariamente sobre o tema. Mas, jamais abandonarei a causa e as lutas em favor da valorização dos educadores, ponto central de qualquer discussão sobre a melhoria na qualidade do ensino público.

Percebo que o novo governo de Minas abriu o diálogo com o sindicato da categoria para dar início a um processo de pagamento do piso salarial nacional, coisa que o governo dos tucanos não fez. Ao contrário, em 12 anos os tucanos só fizeram cortar direitos e achatar os salários dos educadores de Minas. Agora, Pimentel tem a oportunidade de inaugurar um novo momento na vida dos profissionais da Educação. Com diálogo franco e com conquistas para os professores e demais trabalhadores da Educação. Um ponto essencial, a meu ver, é a retomada da carreira destruída durante a era tucana. Ou se mudam os planos de carreira de todas as categorias do governo mineiro, ou se restabelece o plano dos profissionais da Educação, com os mesmos critérios e percentuais, que fora destruído na gestão tucana. O segundo ponto é a implantação do piso salarial na carreira recuperada. Há outros pontos, como a valorização dos profissionais de carreira, um tratamento adequado e decente com os designados mais antigos – que deram uma vida de trabalho em favor da Educação -, a democratização no ambiente escolar, enfim, são muitos os temas.

De toda forma, temos que aguardar e acompanhar o processo de negociação. Sem expectativas mirabolantes, do tipo: ou devolve todas as perdas agora, ou estou fora. Isso não contribui. Quem está dentro não vai sair de uma hora para outra. É preciso negociar, dialogar, e cobrar os direitos. A categoria não aceitará qualquer coisa, embora tenha ocorrido tantas perdas que qualquer ganho imediato cairá bem. Mas, a categoria dos educadores não quer qualquer ganho. Quer a carreira, quer o piso, quer um salário digno e condições boas de trabalho. Quer poder sonhar com um novo horizonte, com um hoje e um amanhã cada vez melhores para todos. Dessa pequena trincheira, continuaremos apoiando a luta dos educadores de Minas. E se algum dia eu voltar – por que não? - quero encontrar uma categoria unida, forte, com um salário que garanta uma vida digna aos profissionais, que precisam de tranquilidade para se dedicarem com exclusividade a esta primordial atividade de educar, e de se educar.

Um forte abraço a todos, um bom domingo de férias, e força na luta! Até a nossa vitória!

                        ***