domingo, 27 de abril de 2014

Os temas da semana que antecipam ao feriadão de 1º de Maio




Para os saudosistas da Era FHC, que desejam a volta do tucanato. A mídia golpista, aliada a traíras, oportunistas e incautos tenta vender uma imagem de "mudança" aos candidatos da oposição ao governo Dilma. Nada mais falso! No governo federal, eles praticamente quebraram o Brasil, arrocharam salários dos trabalhadores, doaram as estatais para grupos de rapina, e esconderam (blindaram) as muitas práticas de corrupção e desvios de dinheiro público, cujos autores continuam impunes. A mudança que eles representam é para o atraso, para o fim de políticas sociais em favor dos de baixo, para a entrega do Brasil ao império norte-americano. Vejam o vídeo, bem cômico em algumas partes, mas que traduz bem a essência da era do tucanato no governo federal do Brasil.





Na Venezuela, o presidente Maduro, chavista, anuncia reajuste de 30% nos salários para comemorar o 1º de Maio; no Brasil, a presidenta Dilma anuncia medidas em favor dos de baixo e diz que não haverá políticas de arrocho salarial, como defende a oposição. É contra estes governos que a oposição e a mídia golpistas agem. Eles não toleram as melhorias nas condições de vida dos de baixo.


Quando eu for o presidente da República, o que não demorará muito a acontecer, instituirei um feriadão nacional a cada quinze dias. Nada melhor do que um bom descanso remunerado a cada quinze dias, ou mesmo semanalmente. Ao contrário do que muitos pensam, trabalhar demais não é bom para a saúde. Nem individualmente, para cada cidadão, menos ainda para a economia do país. Menos horas de trabalho por pessoa significa mais contratações, mais vagas para um número maior de pessoas; mais gente consumindo e girando essa economia doida do mercado capitalista. 

Por isso, ao contrário da CUT e outras centrais, que defendem uma jornada de 40 horas semanais, contra a de 44 horas atuais, defendo uma jornada máxima de 30 horas semanais. E mais tempo livre para as pessoas poderem organizar melhor as suas vidas, com poesia, passeios, cinema, jantares entre amigos, enfim, usufruírem bem os momentos da vida.

Infelizmente, nossa realidade está muito marcada por uma mistura de medo e ódio, que começa pela propaganda voluntária nas rádios e TVs e jornais e revistas impressos. Praticamente todos eles a serviço dos piores interesses dos de cima. Semeiam o ódio, o medo, a desconfiança. Preveem catástrofes o tempo todo. Se dependesse dos comentaristas das Itatiaias, Globos, Bands e afins, o Brasil já teria acabado há muito tempo. Só veem sinais de coisa ruim, de pessimismo, como se vivêssemos o pior dos mundos. Aves de mau agouro, é o que são.

Claro que não são os culpados únicos por tudo. Antes de tudo, é preciso contextualizar a realidade brasileira e mundial. Vivemos submetidos a um sistema social chamado capitalismo, cuja dinâmica reproduz opulência de um lado, e miséria de outro; somos herdeiros de todo tipo de pirataria estatal e privada contra os interesses da maioria; fomos e somos explorados ao longo de muitos séculos para o bem de minorias internas e externas. Mas, apesar disso, a humanidade caminhou e caminha conquistando direitos, avançando na luta.

O Brasil de hoje é cheio de contrastes, tanto quanto antes. Mas já melhorou em muitos pontos, isso é inegável. E a ação de governos, sobretudo do governo federal - embora não somente - nos últimos 12 anos, contribuiu para isso. Os programas sociais do PT e do Governo Federal, como: Bolsa Família, Luz para todos, Mais Médicos, Programas de cotas sociais, Minha casa, minha vida; Pronatec, Prouni, entre outros - como a possibilidade de formalização de empresas familiares informais -, sem dúvida alguma trouxeram melhorias para milhões de pessoas.

Muito mais gente hoje tem emprego, come todo dia, tem condições de sobrevivência razoavelmente digna, tem condições de comprar geladeira, TV, máquina de lavar roupa e até um carrinho, coisa que antes era sonho quase que de uma vida. O Brasil se tornou um mercado de consumo interno respeitável, e não apenas um mercado interno das elites, que viviam com todas os privilégios, em parceria com o grande capital internacional, notadamente dos EUA e países ricos da Europa. O Brasil se abriu mais para os países pobres, para os chamados emergentes e diversificou o intercâmbio com outros povos.

Tudo isso é visto com preconceito por uma parte da elite e da classe média recalcada e ressentida, que não aceita se misturar com os de baixo, ou que perdeu a mão de obra escrava que contratava para fazer a limpeza dos banheiros e da cozinha de suas casas. Esta elite ressentida e mal humorada não gosta de pagar impostos - gosta de ganhar dinheiro, mas não gosta de devolver para o bem do país o tributo que lhe é devido. A desculpa esfarrapada é que o dinheiro é mal utilizado. Ora, neste caso é preciso lutar para que seja bem utilizado - na Educação, na Saúde, etc. -, ao invés de sonegar. Além disso, o pior e mais injusto imposto é o indireto, embutido nos preços dos alimentos, que tributa de forma igual a pessoas com poder de compra diferente.

E agora a oposição e sua mídia golpistas atacam a Petrobras, como se esta empresa tivesse cometido todo tipo de falcatruas, o que não é verdade. A desculpa inicial é a de que a Petrobras teria tido um prejuízo de $ 1 bilhão na compra da refinaria Pasadena, nos EUA. Fato inverídico, falso, já comprovado pela direção da Petrobras e pelos blogs "sujos", que sem receber nada das verbas publicitárias do governo e da própria Petrobras fizeram o trabalho investigativo que a mídia de mau agouro, sustentada financeiramente inclusive pelo governo federal, não fez. Só faz denúncias e cria escândalos artificiais contra o PT e contra o governo federal, poupando o tucanato e seus governos.

Quando Lula assumiu o governo federal, a Petrobras estava quase privatizada - queriam até mudar o nome dela para Petrobrax - e seu valor de mercado girava em torno de R$ 8 bilhões. Cerca de 10 anos depois, o governo federal recomprou ações, impediu a privatização em curso, investiu na Petrobras, e hoje esta empresa custa, por baixo, cerca de R$ 100 bilhões. Sem falar no potencial financeiro aberto com o pre-sal, que já produz e dá lucro para o país, inclusive com parte garantida para a Educação e para a saúde.

Coisa bem diferente do que aconteceu com a Vale do Rio Doce, hoje com o nome Vale. Foi vendida ou doada por FHC por apenas R$ 3 bilhões de reais, quando já valia, à época, pelo menos 50 vezes mais. E nunca se falou em abrir uma CPI para investigar este enorme prejuízo que foi dado ao país com a entrega das estatais brasileiras para grupos nacionais e internacionais. Sem qualquer contrapartida para programas sociais. É esta a eficiência de gestão neoliberal.

Claro que não somos ingênuos de achar que o simples fato de uma empresa ser estatal significa que trará benefícios para a maioria pobre da população. No capitalismo quase tudo gira em favor dos de cima. Mas uma coisa é você ter uma grande empresa privada num setor estratégico - como energia - nas mãos de grupos privados, que praticam políticas e preços sempre para favorecer acionistas privados; outra coisa é você ter esta mesma empresa controlada pelo estado, sobretudo quando parte deste estado - caso do governo federal - está nas mãos de partidos ou lideranças comprometidos com projetos sociais. É outra história. Você pode fazer política social em favor dos de baixo, como fez Hugo Chávez com o petróleo da Venezuela, e como continua fazendo seu sucessor Maduro. Daí o ódio da nossa mídia amestrada, acostumada com o chicote do  império norte-americano e seus serviçais locais. Estes grupos de rapina não aceitam a autonomia dos povos, não aceitam que estes povos possam escolher governos que defendam políticas para a maioria da população, e não apenas para as elites que sempre foram beneficiadas.

Por isso, a população precisa se vacinar contra este clima de caos e ódio que a mídia a serviço dos piores interesses reproduz diariamente. Há muito o que conquistar ainda, não há dúdidas, e estas conquistas virão com a luta e com a auto-organização dos de baixo. Mas, este avanço não virá com o retrocesso do país aos governos e partidos que privatizaram tudo, que defendem o estado mínimo (para o povo pobre) e máximo para os de cima; não será voltando à era FHC que o Brasil melhorará.

Concordo que os de baixo precisam construir alternativas mais a esquerda, já que o PT tem seus limites e está muito envolvido - boa parte dele - com os mesmos esquemas que combateu durante muitos anos. Mas, na atual conjuntura, não há outra alternativa que não seja reeleger Dilma e continuar avançando nas políticas sociais, e cobrando para que haja algumas reformas essenciais: na política, no judiciário e na democratização da mídia. Estes três itens são peças-chave para outras grandes mudanças que precisam ser construídas: na Educação, na Saúde, na questão fundiária, na mobilidade urbana, entre outras. Mas enquanto houver este peso de chumbo destes três poderes - monopólio da mídia nas mãos de golpistas, representação política viciada e serviçal dos de cima e judiciário corrompido e ligado igualmente aos interesses dos de cima, claro que todos com as devidas e honrosas exceções - não haverá como mudar profundamente a nossa realidade.

Tem muita coisa que precisa mudar neste país. Mas tem coisa que não é hora de mexer. Uma delas é o governo federal. Não dá para mudar de rumo com estes outros candidatos que já conhecemos e sabemos para onde eles vão levar o país dos de baixo: para o abismo. Por isso, reeleger Dilma, e cobrar para que ela assuma de fato os poderes conferidos ao Executivo, e promova mais mudanças em favor dos de baixo, é o  que está colocado no momento. Além, é claro, de participar das movimentações por grandes e necessárias mudanças em favor dos de baixo.

No mais, estamos nos aproximando de mais um 1º de Maio e também da Copa do Mundo no Brasil. Vai ter copa sim, assim como também haverá protestos de rua, o que é muito bom e salutar para o país, que está maduro para conviver com circo, pão e protestos. Pelo menos já não somos mais um povo tão alienado assim pela Rede Globo, que antes manipulava as massas para onde bem entendia. Hoje as pessoas saem às ruas exigindo o fim da Rede Globo, embora só apareça na TV os protestos contra o Governo Federal. Dilma pelo menos é democrática e não "desapareceu" com os manifestantes, como fez a ditadura, ou como fazem as Globos e afins quando os manifestantes protestam contra estas emissoras. Falam em "democracia" e "transparência" para os outros, mas alguém já viu algum dia estas emissoras abrirem o seu livro caixa? Revelarem quem paga suas contas, e quanto elas pagam para os comentaristas passarem o dia todo metendo o pau no Governo Federal e blindando os governos tucanos? Lembro-me do pós-junho de 2013, depois das manifestações gigantes que abalaram o país. Qual foi a atitude da presidenta Dilma? Foi para a TV dizer que reconhece a importância daquelas manifestações, chegou inclusive a fazer proposta de uma constituinte exclusiva para reformas na política, coisa que a direita golpista e os conservadores inclusive da base de apoio do governo federal rechaçaram de imediato. Em outros tempos, depois de qualquer protesto, os governos apareciam na TV para intimidar e mentir, tentar meter medo nos participantes.

Pois é, uai. É por isso que aguardo a chegada do feriadão de 1º de Maio, para ter o prazer de fazer aquilo que as elites tentam nos negar. O direito a acordar mais tarde, de passar o dia sem nada fazer, lendo um bom livro, ou vendo um filme pela Internet - Internet esta que deu um passo positivo com o Marco Civil criado pelo governo federal, diferente daquele que os tucanos queriam. Quero passar os dias do feriadão podendo visitar meus parentes e amigos, ou encontrá-los nas ruas. Sonho com um Brasil onde a gente possa andar livremente como se estivéssemos numa cidadezinha de interior, como era minha Vespó de 40 anos atrás. Não tínhamos medo de viver nas ruas, a qualquer hora do dia ou da noite, nem de ficar em casa com tudo aberto. Esta cultura da violência, do medo, do ódio, das pessoas matando o próximo por qualquer motivo, e a mídia reproduzindo isto de forma novelesca e carnavalesca e sensacionalista, isto não havia. A realidade atual é uma mistura de mercantilização da vida, privatização das almas, embaladas pelo pessimismo e mau agouro das aves de rapina da mídia golpista e dos seus afins. Só a alegria, a solidariedade  e o bom astral dos de baixo podem vencer estes tipos.

Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!

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Sugestões de consulta na Internet:

- Blog Viomundo
- Jornal GGN
- Diário do Centro do Mundo
- Blog Escrevinhador
- Blog do Miro
- Blog do Mello
- Revista Forum
- Blog O Cafezinho
- Blog Cloaca News
- Blog Conversa Afiada
- Blog Tijolaço
- Socialista Morena
- Carta Capital
- Telesur ao vivo
- Portal EBC

 

Além de outros blogs e espaços que fazem o contraponto virtual à mídia golpista.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Indicações de leitura e reflexão durante o feriadão


Neste feriadão de Semana Santa - bem vindos todos os dias santos com direito a feriados! - aproveitamos para indicar alguns textos para leitura e reflexão. Nos próximos dias produziremos os nossos comentários ao final de cada texto indicado. Um abraço a todos e boas leituras e aproveitem este merecido descanso.

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Do Blog Viomundo:

Conceição Lemes, 33 anos de estrada: Resposta em público a O Globo

por Conceição Lemes

Nessa segunda-feira 13, uma repórter de O Globo enviou-nos um e-mail:

“Estou fazendo uma matéria sobre a entrevista que o ex-presidente Lula concedeu a blogueiros na semana passada. Gostaria de conversar contigo por telefone”.

Pedi que enviasse as perguntas por e-mail. Hoje, às 12h27 elas foram encaminhadas: (...)

Nada contra a repórter. Embora não a conheça, respeito-a profissionalmente como colega.

Já a empresa para a qual trabalha, não merece a nossa consideração.

Com essas perguntas aos blogueiros, O Globo parece estar com saudades da ditadura, quando apresentava como verdadeira a versão dos órgãos de repressão.  Exemplo disso foi a da prisão, tortura e assassinato de Raul Amaro Nin Ferreira, em 1971, no Rio de Janeiro.

Com essas perguntas, O Globo parece querer promover uma caça aos blogueiros progressistas. Um macartismo à brasileira.


Para ler todo o texto, clique aqui.
 

Comentário do Blog: A jornalista Conceição Lemes deu uma resposta na medida ao "jornal" O Globo. Está passando da hora de acabarmos com este monopólio das comunicações no Brasil, que é uma espécie de atentado permanente à democracia e à república. Fóssemos um povo com um pouco mais de memória - e governos com um pouco mais de coragem - e já teríamos cassado a concessão pública da Rede Globo, que participou e apoiou o golpe civil-militar de 64 além de outras tentativas de golpe contra os governos mais progressistas. Está de parabéns a jornalista do Viomundo pela atitude digna e corajosa.

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Do Jornal GGN:

Arbitrariedades de Joaquim Barbosa são denunciadas à Anistia Internacional

Enviado por IV AVATAR

Segue inteiro teor do email:

DENUNCIA DE VIOLAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS DE IDOSO NO PRESÍDIO DA PAPUDA Para: contato@anistia.org.br - 15/04/2014 19:10

À Anistia Internacional

Nós, cidadãos brasileiros que lutamos pelo respeito aos direitos humanos dentro e fora dos presídios, vimos por meio desta denunciar graves violações cometidas contra os réus da Ação Penal 470, em especial contra o cidadão José Dirceu de Oliveira e Silva. Condenado a 7 anos e 7 meses de prisão a serem cumpridos em regime semiaberto, por ter 68 anos, José Dirceu é amparado pelo Estatuto do Idoso, que lhe garante prioridade na análise da solicitação de trabalhar fora do presídio e recolher-se ao mesmo apenas fora do horário de trabalho. O respeito a esse direito não lhe foi até agora assegurado e, de fato, ele já se encontra há 5 meses confinado na Papuda-DF em regime fechado e total isolamento.

Para ler todo o texto, clique aqui.

Comentário do Blog: Vergonhosa a atitude do presidente do STF, que realiza uma perseguição pessoal contra José Dirceu. Condenado a prisão semiaberta, com direito a trabalhar durante o dia, é mantido em regime de prisão fechado. Além disso, a mídia, que esconde os envolvidos tucanos nos diversos escândalos, todo dia inventa uma desculpa para atacar José Dirceu, que sequer tem direito de resposta. Com base em nota do "jornal" Folha de S. Paulo, sem qualquer prova, segundo a qual Dirceu teria conversado com alguém através de celular, foi o suficiente para impedir que o ex-presidente do PT pudesse usufruir do seu direito ao trabalho fora da prisão. Além de ter sido condenado praticamente sem prova, como chefe de uma quadrilha que depois o próprio STF reconheceu não ter existido, Dirceu amarga uma covarde perseguição por parte da mídia e do presidente do STF. E o PT, igualmente covarde, cala-se perante este abuso contra aquele que foi o maior dirigente do partido. Pessoalmente, não conheço José Dirceu, não tenho simpatia por suas ideias e muito menos pelo grupo majoritário que ele dirigiu durante anos dentro do PT, mas isto não me impede de reconhcer a injustiça praticada contra ele por parte de um STF que deveria dar o exemplo de justiça.


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Do portal do Jornal O Tempo:

Governo federal desmente propaganda da Cemig sobre reajuste de tarifas

A presidente Dilma Rousseff reagiu à propaganda do governo de Minas sobre o reajuste nas contas de luz. No vídeo há a afirmação de que "a tarifa da Cemig não é decidida pela Cemig”, mas sim pela Aneel, órgão do governo federal. Para o Partido dos Trabalhadores, isso ainda seria uma propaganda eleitoral antecipada, e negativa em relação ao governo Dilma.

Em resposta, o vídeo autorizado pela presidente diz que “é falsa a afirmação da Cemig de que o reajuste na conta de luz dos mineiros é decidido pelo governo federal".


Para ler todo o texto, clique aqui.




Comentário do Blog:
Este caso da Cemig é mais um exemplo do uso da coisa pública para fins eleitoreiros. A propaganda da Cemig claramente atacou o governo federal. E pelo menos desta vez o governo federal reagiu, botando os pingos nos is. A Cemig noticiou que o governo federal, via ANEEL, tinha determinado o aumento de 14% nas contas, mas que ela, boazinha, ia continuar isentando de ICMS um grande número de cidadãos. Coube a ANEEL, com a autorização da presindenta Dilma, explicar melhor as coisas: 1) a Cemig havia pedido um reajuste nos preços de 30%. A ANEEL - agência reguladora das empresas de energia elétrica - autorizou o teto de até 14%; 2) a agência explicou que este teto de 14% (um pouco abaixo da metade do que a Cemig pediu) não precisaria ser aplicado. Ou seja, se a Cemig quiser, ela não precisa aplicar reajuste algum; 3) a agência do governo federal fez mais: revelou que a Cemig cobra a maior taxa de ICMS do Brasil. Num outro vídeo, o Sidifisco mostrou que estão isentos do ICMS apenas aqueles que consomem até 90 kwh por mês. E que a média de consumo normal de uma família com 3 ou 4 pessoas é de pelo menos 150 kwh. Portanto, a Cemig ficou mal na fita, graças ao governo de Minas. E a imprensa mineira, nada viu, nada ouviu, como se aqui vivéssemos ainda nos tempos da ditadura.


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Do Jornal GGN:

Março registrou taxa de desemprego de 5%

Agência Brasil

A taxa de desemprego fechou março em 5%, a menor taxa para o mês desde o início da série histórica iniciada em 2002. O dado é da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) divulgado hoje (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em fevereiro a taxa foi 5,1% e 5,7% em março de 2013.

O contingente de trabalhadores desocupados ficou em 1,2 milhão de pessoas em março, mantendo-se praticamente estável em relação a fevereiro, mas recuando 11,6% na comparação com março de 2013. A população ocupada, de 22,9 milhões de pessoas, também manteve-se praticamente estável comparada a fevereiro desse ano e março do ano passado.


Para ler todo o texto, clique aqui.
 

Comentário do Blog: As taxas de desemprego no Brasil, nos últimos 12 anos pelo menos, continuam bem baixas, comparativamente com outros países. Apesar disso, a mídia das elites e seus comentaristas todos os dias fazem previsões pessimistas, de que a inflação vai disparar, o desemprego vai aumentar, e o Brasil vai acabar. Exemplos de comentaristas assim: Rita Mundim e Alexandre Garcia, ambos com tempo reservado diariamente na Rádio Itatiaia. O mesmo acontece com a Globonews, ou com a TV aberta da Globo, entre outras emissoras. Eles não têm nem o bom senso de contratar comentaristas com opiniões diferentes. Talvez porque tenham dificuldade de medir a inteligência do povo e a capacidade deste povo de perceber as manipulações feitas por emissoras que são concessão pública - e que deveriam ter mais respeito ainda pelo público que permite estas concessões. Urge democratizarmos os meios de comunicação, para que as diferentes opiniões tenham vez e voz.

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Do blog DCM:

O macabro espetáculo das desocupações de terrenos nas grandes cidades

por : Mauro Donato

Às 2h50 da madrugada de hoje (15/04), a Guarda Municipal do Rio começou a tocar sirenes de dezenas de carros para acordar as pessoas que foram despejadas do terreno da Oi e que estavam em frente à prefeitura. Com muitas crianças envolvidas, os últimos dias foram de cenas brutais, selvagens. As pessoas precisaram sair e desde então passaram a ser perseguidas (na tentativa de se proteger da chuva, ocuparam a passarela que leva ao metrô sendo novamente cercadas e atacadas).

O que esperam que aconteça? Que essas pessoas evaporem?


Para ler todo o texto, clique aqui.
 

Comentário do Blog: Já passa da hora da legislação brasileira impedir que a polícia militar seja usada para resolver problemas sociais. Ocupações urbanas são geralmente reflexo de ausência de políticas públicas, sejam federais, estaduais ou municipais, capazes de resolver o problema da moradia. Já se provou que não se resolve tal problema de forma burocrática ou autoritária, com o uso de decisões judiciais que desconsideram os contextos sociais e em seguida, o uso da polícia para cumprir o papel mais pesado. O correto seria discutir uma solução que fosse a melhor para todos, especialmente para os moradores que ocupam os terrenos baldios e sem utilização social, nas áreas urbanas ou rurais. Ficaria mais barato para o estado e seria melhor para a sociedade como um todo. Mas, no sistema capitalista é assim: os direitos de alguns poucos privilegiados se sobrepõem aos direitos da maioria pobre. A propriedade privada de alguns é mais importante do que a vida humana de milhares de pessoas. É preciso mudar esta lógica. Ou conviver com um mundo cada vez pior, mais desigual e desumano.

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Do blog DCM:

Na louca cavalgada pela CPI da Petrobras, a maior vítima é a verdade

por : Paulo Nogueira

A CPI da Petrobras é uma das maiores palhaçadas da vida política, econômica e jornalística nacional dos últimos tempos.

O perfeito desfecho, nesta primeira etapa, tinha que ser mesmo a entrega da decisão do formato da CPI para o STF.

Mais especificamente, para a ministra Rosa Weber, que se notabilizou no julgamento do Mensalão por dizer que se julgava apta a condenar Dirceu mesmo sem provas.

 
Para ler todo o texto, clique aqui.
 

Comentário do Blog: Esta questão da Petrobras é outro problema sério, de tentativa de desgaste desta empresa que é simbólo nacional, além  de tentarem atingir a presidenta Dilma. Não há qualquer motivo para abrir uma CPI da Petrobras, já que os fatos estão sendo esclarecidos e existem mecanismos adequados para apurar tudo. A Petrobras comprou uma refinaria - Pasadena - que na época, em 2006, era bom negócio. Esta refinaria, em função de mudanças nas realidades mundiais, passou um tempo sem dar lucro, o que é normal com várias empresas do mundo. Contudo, atualmente está funcionando e dando lucro. Nos dois primeiros meses de 2014 gerou cerca de $ 50 milhões de lucro por mês. Mau negócio, na minha opinião, foi a venda (doação) da Vale do Rio Doce, hoje Vale, por apenas R$ 3 bilhões, quando valia e vale pelo menos 50 vezes mais do que isto. Isto sim, é motivo para o Brasil chorar e fazer CPIs até o resto dos seus dias.

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Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!

domingo, 13 de abril de 2014

A entrevista do ex-presidente Lula aos blogueiros "sujos"

A entrevista do ex-presidente Lula aos blogueiros "sujos"


Tive a paciência de ouvir durante mais de três horas a entrevista que o ex-presidente Lula deu aos chamados blogueiros "sujos" - tratados assim pela grande mídia ou pelo tucanato ou pela elite paulistana. Gostaria, portanto, de registrar algumas percepções deste momento, que considero relevante, já que se trata de um ex-presidente com grande popularidade e que tem poder para influenciar nas decisões políticas do país.

Primeiramente, cabe registrar a importância simbólica de Lula ter escolhido justamente os blogueiros considerados progressistas, que travam contraponto diário à mídia tradicional, para realizar esta entrevista. Lula, que ficou os últimos três anos em silêncio, resolveu agora falar. Não farei um relato completo do que ele disse. Para isto, os interessados poderão ouvir na íntegra a entrevista que publicamos aqui no blog, ao final do post. Mas, quero explorar algumas contradições, além de citar os aspectos que considero positivos, também.

Em linhas gerais, considero que Lula fez uma espécie de confissão da covardia do PT nos últimos anos. Embora ele não tenha se incluído, é claro que, como liderança maior do partido, ele é também responsável por esta atitude pusilânime do PT. Em muitos momentos nos últimos anos, o PT se calou, se acovardou perante temas de grande relavência para o país e até mesmo para as lideranças do próprio PT.

O caso do chamado mensalão, por exemplo, que resultou num grande desgaste ao PT e na prisão de algumas de suas principais lideranças, como reconhece Lula, faltou ao PT travar o debate político sobre o tema. Ao invés disso, o partido apostou na judicialização do caso, como se pudesse resolver o problema pelo aspecto jurídico. Cometeu dois erros nesta avaliação: primeiro, porque o judiciário brasileiro, com raras exceções, é dominado pelas elites, e age pela pressão da mídia, da opinião publicada pela mídia, não tendo independência para decisões autônomas e isentas. Em segundo lugar, mesmo que o jurídico fosse favorável ao PT, o desgaste político não seria resolvido sem o debate político público que o PT não travou com medo de enfrentar a mídia.

A falta de coragem para enfrentar a ditadura de uma mídia servil aos de cima foi outra característica negativa do governo federal e do PT nestes últimos 12 anos. Ao dar entrevista para blogueiros, Lula, de certa forma, faz uma autocrítica inconfessa, pois nos três mandatos de governo federal, o PT conciliou descaradamente com o monopólio da mídia. Inclusive alimentou este monopólio com recursos publicitários federais. O caso mais descarado foi em relação a rede Globo: consta que nos últimos 10 anos a Globo teria recebido nada menos que R$ 6 bilhões em publicidade "técnica" por parte do governo federal. O governo federal tinha e tem todas as possibilidades de criar regras de valorização da mídia alternativa, em favor da pluralidade da imprensa, mas acabou preferindo apostar na manutenção do status quo existente.

Em função deste acovardamento do PT para com a mídia tradicional - toda ela golpista, neoliberal, de direita -, o Brasil dos de baixo deixou de experimentar uma outra prática cotidiana, de diálogo horizontal, de valorização das culturas regionais, do direito ao contraponto aos constantes ataques da mídia aos movimentos sociais e à nascente democracia brasileira. E se agora o próprio ex-presidente Lula começa a se mexer e a falar é porque muito tardiamente começa a perceber que era preciso fazer alguma coisa nesta área das comunicações. E que não fizeram.

Não fosse a Internet e a inciativa de vários jornalistas e não jornalistas com seus blogs e a atuação  de ativistas nas redes sociais, o Brasil já teria sofrido golpes que resultariam na derrubada dos governos do PT. O golpe não precisaria ser necessariamente militar. Os golpes que mídia vem tentando através do judiciário - no caso mensalão, por exemplo - seguramente teriam levado ao impeachment do Lula ou da Dilma se não fossem os contrapontos feitos nas redes sociais da Internet.

Mesmo assim, Lula não assumiu um compromisso formal com a luta pela democratização da mídia. O PT morre de medo da mídia e só consegue agir de forma simbólica. O governo federal dispõe de amplos instrumentos para fomentar uma mídia alternativa e para liderar uma discussão nacional em favor da democratização da mídia, revelando o significado histórico do atual monopólio da imprensa, especialmente das rádios e TVs.

Nas políticas sociais, Lula dá um veradeiro show, quando compara as conquistas dos governos do PT em relação aos governos anteriores. Mais emprego no lugar das políticas recessivas neoliberais do tucanato; mais oferta de vagas nas escolas de ensino superior; mais médicos, mais políticas sociais como o Bolsa Família, Luz para todos, Pronatec, etc. Claro que em relação às questões sociais tudo o que se fizer ainda será pouco, dado ao passivo da dívida social de 500 anos desde a ocupação europeia do território brasileiro e latinoamericano. Mas, comparativamente aos governos dos tucanos e demais, os governos do PT dão um banho. Querer retroceder à era FHC seria um verdadeiro atraso para a vida nacional, especialmente para os de baixo, que serão (seremos) as maiores vítimas das políticas de choque de gestão neoliberais de um suposto governo tucano. Contudo, reconhecer esta realidade, não significa assinar embaixo tudo o que o governo federal faz ou deixa de fazer. Pelo contrário. Como a própria presidenta Dilma reconhece, sem a pressão dos movimentos sociais não será possível fazer as reformas, incluindo a reforma política, necessárias.

Lula falou praticamente sobre todos os assuntos. Falou da Petrobras, embora não tenha aprofundado sobre o caso mais criticado pela mídia - a compra da refinaria Pasadena. Deveria dizer claramente que esta compra foi um ótimo negócio para a Petrobras. Preferiu dizer que era preciso apurar e tal, mas, pelo menos desta vez, Lula alertou ao PT para que ele não permita que transformem a CPI da Petrobras num novo mensalão. De fato, tudo o que a mídia tradicional pretende - e a oposição golpista mais ainda - é criar um novo mensalão contra o PT. Foi graças a esta invenção chamada mensalão - que não se provou em absoluto o pagamento mensal de deputados - que deixou o PT na defensiva, com medo da própria sombra.

Desta vez, pelo menos, a chamada "base aliada" do governo federal no congresso partiu para a ofensiva e respondeu na mesma moeda. Se querem fazer uma CPI da Petrobras para desgastar o governo, então façamos também uma CPI dos escândalos escondidos pela mídia, escândalos estes ligados aos tucanos e ao agora aliados dos tucanos, Eduardo Campos de Pernambuco. A mídia conseguiu abafar todos os grandes escândalos envolvendo o PSDB - e são vários, tanto os federais quanto os regionais. Até mesmo o mensalão tucano mineiro, com os mesmos personagens do mensalão do PT, teve um tratamento diferenciado por parte da mídia e do STF. Lula citou este caso na entrevista. Os tais dois pesos e duas medidas que nós já havíamos falado aqui no blog.

Nos aspectos estéticos, da apresentação e da exposição de ideias, claro que Lula dá um show. Ele fala uma linguagem popular, como poucos políticos conseguem, já que é uma liderança que veio de baixo, que surgiu com o movimento operário resistindo aos cortes salariais da ditadura civil-militar no final dos anos 70 e início dos anos 80. Lula é das poucas lideranças nacionais que conseguem estabelecer um diálogo direto com o povão, sem precisar da mediação de uma mídia, como acontece com outros personagens, como Aécio Neves, Marina Silva, Eduardo Campos, e até mesmo a presidenta Dilma. Todos estes personagens precisam da ajuda de merqueteiros para se promoverem, pois não têm o carisma e a experiência de um diálogo direto com o povão brasileiro. Lula, ao contrário, navega com enorme facilidade neste quesito. Um outro líder que também tinha esta facilidade era Leonel Brizola, embora tivesse sido brutalmente prejudicado pelos longos anos afastado das novas realidades brasileiras, após o golpe de 1964.

Contudo, apesar deste ponto forte da liderança do Lula, ele não se afasta da sua prática conciliadora, que desenvolveu enquanto liderança sindical no passado. Ele critica os de cima mas deixa uma porta aberta para o entendimento, a conciliação. Esta característica, que pode ter o lado bom em determinados momentos, em outros, contudo, é extremamente prejudicial, pois não ajuda a avançar a luta em favor dos de baixo. Por isso mesmo a gente observa que o Brasil avançou em muitas conquistas sociais, mas continua atrasado em pontos vitais como: na manutenção do monopólio da mídia; na manutenção dos privilégios das castas dos poderes constituídos - especialmente no legislativo, mas não somente; na manutenção da prioridade ao setor financeiro nas políticas públicas; na manutenção da anistia aos torturadores da ditadura civil-militar; enfim, são muitos os temas que precisam ser revistos e alterados, para o bem da maioria do povo brasileiro.

No aspecto internacional, das relações com outros países e povos, não resta dúvida que o governo federal desenvolveu uma política não atrelada ao imperialismo norte-americano. Lula, na entrevista, destacou os bons contatos e a solidariedade com os países africanos, com a Venezuela, a Bolívia, etc. Demonstrou que a diversidade das relações, neste caso, além de benéfica às culturas regionais, é boa também economicamente. O Brasil ganhou ao não ficar atrelado apenas às diretrizes impostas pelos EUA e países ricos da Europa.

Enfim, após três anos de autoexílio, Lula ressurge com fôlego e disposição para travar muitas lutas políticas, a principal delas, neste ano eleitoral, a da reeleição da presidenta Dilma. Tomara que o PT e o governo federal comecem a aprender que a omissão nestes útlimos anos custou muito caro à democracia brasileira. Não que tudo dependa somente do PT e do governo federal. Nunca, jamais! Mas, num cenário de desorganização das amplas massas, de uma certa despolitização, a liderança de um partido e de um governo que se propõem progressistas pode evitar retrocessos. E o golpismo, no Brasil ou em qualquer parte do mundo, anda à espreita e sempre pronto para assumir (e destruir) os destinos dos povos.

Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!





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sábado, 5 de abril de 2014

Temas em debate na primeira semana de abril


Temas em debate na primeira semana de abril

 Editorial da semana

Aconselho a todos os colegas a evitarem contato com a mídia mineira e nacional. Toda ela é antipovo e pró-tucana. A Itatiaia, por exemplo, espalha ódio e sentimentos negativos contra o Brasil 24 horas por dia. Praticamente todos os comentaristas e radialistas da emissora citada atacam o governo federal e nada dizem quando se trata de problemas ligados ao governo de Minas. 

Outro dia entrevistaram o deputado João Leite para falar sobre o problema da crescente violência em Minas. Ele defendeu o governo de Minas dizendo que toda a culpa era do governo Federal. A repórter, que nada disse, deveria ter perguntado: Uai, Minas não tem governo não? Que jornalismo é este, afinal? 

Os comentaristas contratados pela Itatiaia - Alexandre Garcia, Rita Mundin, entre outros - todo santo dia despejam ataques ao governo federal. Só contra o governo federal. Deve ser duro ser contratado só para falar mal de um governo e fingir que o governo regional não existe! Para a economista que citei, o Brasil já afundou no abismo há muito tempo. Deve torcer para retornar aos tempos de FHC, quando não havia emprego, nem política social adequada, o país vivia em plena recessão, com inflação alta e a privatização generalizada das estatais. Só escapou a Petrobras, assim mesmo porque não tiveram tempo para isso. Mas, bem que tentaram. 

Nos anos de  chumbo, Alexandre Garcia era repórter oficial da Globo e, de certa forma, da ditadura militar. Lembro-me dos seus comentários durante o governo do general Figueiredo, sempre tentando intimidar a oposição ao regime militar. E a Globo, claro, sempre foi uma espécie de porta-voz oficiosa do golpismo. 

Este tipo de imprensa desmoraliza o sentido da expressão "liberdade de imprensa". Não dá chance para que o outro lado responda às críticas e dá foco apenas aos escândalos que interessam a determinados grupos. O mensalão tucano de Minas, por exemplo, foi abafado, ao contrário do mensalão do PT, atacado dia e noite, sem trégua.

 A Itatiaia não é um blog pessoal. É uma concessão pública e deveria ter mais respeito pelos cidadãos dos diversos partidos políticos, inclusive aos que não têm partido algum, mas têm inteligência para discernir as coisas. O Brasil e Minas precisam urgentemente acabar com este monopólio da mídia, todo ele antipovo, neoliberal e pró-imperialismo norte-americano. Que tal começar a discutir nas redes sociais uma espécie de escracho nas portas destas emissoras?
  





Nesta primeira semana de abril alguns temas "ganharam" a atenção de muita gente. De outras pessoas, nem tanto. Mas, seguramente, a passagem dos 50 anos do golpe civil-militar de 1964 teve destaque. Não poderia ser diferente. Um país sem memória não terá presente, nem futuro. As sequelas daquele trágico acontecimento, orquestrado pelas elites internas e externas, estão presentes no nosso dia a dia. Um povo cujas identidades foram em parte sufocadas, destruídas, pela combinação da força militar (repressão, tortura, execução) com a indústria da propaganda, através de uma mídia que reforçou o egoísmo, o individualismo, o levar vantagem em tudo - mesmo pisando no pescoço alheio - como forma de vida. Para continuar caminhando, e se conhecendo, e arrancando novas conquistas, o Brasil dos de baixo precisará, sempre, não esquecer daqueles anos roubados em "tenebrosas transações". Somos uma maioria que tem o direito a sonhar com um mundo melhor, e que inclusive estaria melhor se chefes de governos como João Goulart, no Brasil, ou Salvador Allende, no Chile, não tivessem sido derrubados por esquemas quase mafiosos (ou piores) de poder e negociatas.

Um segundo tema que ganhou as páginas da mídia foi a tal CPI da Petrobrás, organizada pela oposição golpista ao governo federal, com a ajuda sempre ativa da mídia igualmente golpista. A Petrobras foi quase privatizada durante o governo FHC, de triste memória. Queriam até mudar o nome desta empresa para Petrobrax. A Petrobras é símbolo de muitas lutas num passado de resistência às práticas de apropriação das riquezas nacionais por grupos de rapina. Internos e externos. Privados, claro. O Governo Lula conseguiu comprar parte das ações que FHC vendeu (entregou?) para estes grupos. De repente, sem qualquer argumento novo para tentar derrubar o governo Dilma - o mensalão do PT não pegou, nem outras tantas tentativas -, a oposição tucana e afins criaram agora esta "descoberta" de que a Petrobras teria comprado uma refinaria instalada nos EUA por preço acima do mercado. Pura falácia. Basta ver as reportagens da Globo, Folha, Estado de Minas e outros para ver a cara da conspiração e do golpismo. Nada de jornalismo sério se encontra nesta mídia. Felizmente, vários blogs vêm esmiuçando o tema e descobriram que a opinião publicada pela mídia golpista não encontra amparo na realidade fática.

A refinaria Pasadena foi comprada por um determinado preço, o novo prorpietário investiu na modernização mais do que o dobro do preço que pagou pelas ações, e ainda pagou em separado pelos estoques de petróleo. A Petrobras fez a compra com base em avaliações técnicas de agentes credenciados na época da compra - há cerca de oito anos. A refinaria hoje pertence 100% a Petrobrás, funciona e dá lucro. Mas, para a oposição golpista que pretende derrubar o governo Dilma e privatizar a Petrobras, nada disto interessa. Por isso fazem esta campanha para tentar desmoralizar a empresa e criar uma imagem negativa em relação à capacidade da presidenta Dilma. E mesmo que se prove que a refinaria poderia ter sido comprado a um preço menor, que culpa tem a presidenta Dilma? Todos os membros do conselho da Petrobras na época aprovaram a compra da refinaria, pois parecia a melhor estratégia para aquele momento. Depois, descobriram o pré-sal, que mudou completamente o foco da empresa. Mas a refinaria continua lá, dando lucro para a Petrobras. Situação bem diferente, e que a mídia se esforça para esquecer ou esconder, foi a entrega, por FHC, das estatais brasileiras - Vale do Rio Doce, CSN, Embratel, as linhas da rede feverroviária federal, etc. Todas a preços de banana em promoção. A Vale foi vendida, ops, vendida não, doada por dois ou três bilhões de reais, financiados pelo BNDES. Empresa que valia 10 ou 20 vezes mais do que isso, e cuja venda representou enorme prejuízo para os interesses nacionais e sociais.

Vejam por exemplo o caso do pré-sal. Boa parte dos lucros, além dos impostos, estão comprometidos com investimentos em Educação e saúde pública. Se fosse privatizada, como a Vale, isto jamais aconteceria. Por isto é preciso estar atento a este discurso enganoso, neoliberal, de que a privatização é mais eficiente do que o estado. Eficiente para quem? Para o lucro e vantagens cada vez maiores de uma minoria, certamente. Não para o povão, que depende de escola pública de qualidade, de programas como o Mais Médicos, de todo apoio enfim do estado para se contrapor aos estragos feitos pelo mercado.

Claro que este mesmo estado, ou parcela dele, quando está nas mãos dos neoliberais, é colocado totalmente a serviço dos interesses privados, do chamado mercado. O povo pobre se torna mero detalhe secundário. Esta gente, esta elite não gosta da maioria pobre, a não ser para prestar serviços braçais para eles a preços bem baixos. No fundo, eles odeiam ao PT - li isto em algum lugar, não me lembro agora - porque os programas sociais do governo federal retiraram a mão de obra barata ou de graça que antes estava a serviço desta elite preconceituosa. Hoje, se você não paga o mínimo decente de salário, o trabalhador prefere ganhar o bolsa família, que dá pelo menos para sobreviver. Claro que falta muito ainda para ser feito na área social - na melhoria da Educação - pagando melhores salários aos educadores -, na saúde, na habitação popular, etc. E é lógico que governos neoliberais não farão estas mudanças. Pelo contrário. Outro dia mesmo os jornais deram conta de uma festa feita por empresários em apoio ao candidato dos tucanos, Aecio Neves. E nesta oportunidade, ele não perdeu a chance para reafirmar o seu compromisso com os de cima, ao dizer que tomará as medidas impopulares que forem necessárias, não importam as consequências. Os educadores de Minas conheceram na pele e no bolso as consequências destas "medidas impopulares": corte de direitos, abolição das gratificações, não pagamento do piso dos educadores, etc., etc. É o choque de gestão.

Na era FHC a população experimentou o desemprego, a recessão e a ausência de perspectiva de crescimento. Nos 12 anos de gestão Lula e Dilma, ao contrário, apesar de todas as concessões que eles fizeram para manter a tal "governabilidade", ainda assim o país experimentou um período de pleno emprego, de investimentos em várias áreas, de políticas sociais que praticamente acabaram com a miséria absoluta no país. Felizmente as pessoas hoje podem comer todo dia, têm como sobreviver, ainda que não vivamos nem de longe uma situação de justiça social - coisa que acontecerá de fato quando as bases do atual sistema forem questionadas e a maioria oprimida descobrir sua própria força e capacidade de mudar o mundo.

Por último, no plano local ou regional, o tema principal, pelo menos para os educadores, continua sendo a questão da Lei 100 e os desdobramentos após a decisão tomada pelo STF - de considerá-la inconstitucional. Vamos ver o que o governo fará para corrigir, pelo menos em parte, o grande prejuízo que causou a todos os educadores. Ficou evidenciado, neste processo, que muito mais do que tentar resolver um problema de caixa - caso do dinheiro recolhido e não repassado ao INSS - o governo quis, deliberadamente, dividir a categoria, tirar proveito político da situação. Cabe agora aos educadores não continuarem fazendo o jogo do governo, construírem uma unidade em torno de interesses comuns, sem a qual, todos perderão e somente o governo continuará fazendo o que bem entende. Os educadores de Minas já foram os profissionais do serviço público mais respeitados, e, de certa forma, temidos pelos governantes, pela combatividade. Divididos, não são respeitados e todos os educadores saem perdendo com isso. É hora de repensar as estratégias de luta e voltar a conquistar o respeito alheio e elevar a autoestima enquanto profissionais que fazem a diferença na vida de cada cidadão brasileiro e mineiro.

Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!

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P.S. O próximo post voltará ao novo modelo, com as sugestões de leitura e reflexões.