quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Os sentidos da vida para o próximo ano


Antes de entrar propriamente no tema proposto anteriormente (fica para outro dia) - sobre as demandas da Educação -, quero aproveitar esse lapso de tempo sem nada o que fazer para pensar alto sobre os sentidos da vida para 2011. É fato que não se deve apontar um sentido único. São muitos os sentidos e sinais que recebemos e encontramos, e desencontramos e desencantamos, e nos encantamos novamente, também, a cada instante. Alguns objetivos alcançados em 2010, antes aparentemente vistos como uma quase impossibilidade, tornam-se agora parte do cotidiano, e como tal, quase imperceptíveis. Pequenas vitórias nem sempre são alcançadas pela percepção imediata.

O mundo se tornou uma imensidão aparente de possibilidades abertas pela propaganda e pela dinâmica cega do mercado, de realizações instantâneas e virtuais, quase sempre fugazes. É comum então que, neste redemoinho, deparemo-nos com a impressão de sentidos radicalmente opostos, quando tudo parece possível e de repente, nada parece fazer sentido. Fora dos contextos concretos, os acontecimentos são apresentados feito recortes sem lógica - quando a lógica de quem reproduz estes recortes midiáticos talvez seja exatamente a de fazer parecer que as coisas são tais como nos apresentam: um universo de retalhos desconectados, sem relação direta entre causa e efeito provocados pelo nosso fazer coletivo e individual cotidiano.

Não que tenhamos que justificar tudo de ruim que acontece no mundo por meio de uma visão totalizadora; ao mesmo tempo em que não devemos desconhecer a ligação estreita entre as ações individuais, especialmente a ação política, e os interesses que movem tais ações. O nosso momento será sempre de resistência e de reconquista, se considerarmos que estamos subordinados a um processo social no qual constantemente somos usados, manipulados, explorados, cuspidos e sacaneados, e etc.

Dentro destas considerações elementares, quais seriam os sentidos para a nossa vida em 2011? São muitos os sentidos e caminhos, dirão. Para alguns, quase sempre não há sentido algum para a maioria das coisas. Que pena! O poeta Pessoa intervem neste momento dizendo mais ou menos assim: tudo vale a pena, quando a alma não é pequena. Em seu auxílio, a sabedoria do filósofo, diante de realidades que aparentam o inferno, acrescenta: porque é, exatamente por ser tal como é, não poderá continuar assim.

Nem morto quero eu ter que carregar nas costas o sentimento de derrotismo e de desânimo em relação às coisas que me cercam. O próximo ano para mim será maravilhoso se eu puder participar das lutas dos educadores de Minas e do Brasil (mesmo que não conquistemos um centavo novo sequer); se eu puder participar de muitas passeatas - como me orgulho de ter atravessado as ruas e avenidas de BH e de Minas, ao lado de milhares de bravos e bravas combatentes educadores/as -, se eu puder estar ao lado da minha família e dos meus amigos nos momentos difíceis e alegres também. Estarei felicíssimo e realizado se puder ouvir as mais belas músicas do mundo (de preferência sem impor o meu gosto musical aos vizinhos) e se puder também continuar irritando os de cima com a mania de participar e questionar e não fugir da luta cotidiana contra aqueles que insistem em confiscar nossos direitos individuais e coletivos.

Minhas realizações materiais cotidianas são importantíssimas - quero comer bem, dormir bem, assistir a filmes, evitar filas de bancos, poder dizer o que penso e andar livremente pelas ruas e praças da cidade (duvido que muita gente famosa tenha essa liberdade). Mas, essas realizações pessoais não preenchem o vazio da alma quando ao meu redor muitas outras pessoas sentem fome, frio, sede e carências outras. E esse é um problema meu também, como parte dessa forma social na qual estou envolvido. Não serei eu a resolver isoladamente os problemas da humanidade - não tenho essa pretensão e não quero ter este peso nas costas -, mas posso dar a minha modesta parcela de contribuição, quando não me omitir, quando não fechar os olhos para os problemas comuns.

Quais são então os sentidos da vida, afinal? Minha resposta é pessoal, e na minha solidão de sentidos, quero estar próximo o mais que puder dos sonhos de uma grande parcela da humanidade. Nas lutas que misturam valores e objetivos imediatos com sonhos que transcendem o agora e buscam encontrar uma forma social onde todos, todos, sem exceção, possam (possamos) desfrutar das muitas possibilidades criadas coletivamente pela humanidade, especialmente pelos de baixo. Pequena não é a luta por um salário mais justo, ou a passeata dos sem-teto, que segundo a mídia burguesa atrapalhou o trânsito; ou a realização de um curso qualquer, ou a viagem planejada para outra cidade, ou qualquer outra realização pessoal ou coletiva. Pequena, para mim, é a esperteza e a canalhice de alguns poucos que usufruem do poder público para fins pessoais e de grupos privados; ou a ação daqueles que tudo fazem para servir aos poderosos em troca de uma bolsa-puxassaquismo muito mais onerosa do que quaisquer investimentos sociais.

Que 2011 traga real e simbolicamente o renascer, em mim e em quantos visitarem este blog, de muitos sonhos e utopias e sentidos para as nossas vidas!

***

Incorporo ao texto central os comentários abaixo, entre os quais o do nosso combativo amigo e colega professor Paulo Miquéias.

"Professor Paulo Miquéias - Blog da Geografia:

Grande Euler;

Um complemento para seus pensamentos:

- Com as eleições para a direção das escolas em 2011, que serve de motivos para promover rachas e disputa pelo poder nas escolas, ou seja, colegas que compartilham das mesmas mixárias quase se estrangulam por um pequeno aumento na "ajuda de custo".

- Com as leis delegadas daquela coisa estranha que agora governa, digo, reina em nosso Estado.

- Com a Renata Vilhena, aquele ser sem alma e sem coração na Sec. de Planejamento.

- Com a nova Sec. de Educação, que parece ter o mesmo perfil desde povinho aí, "pau nos educadores".

- Com muitas perguntas e poucas respostas a respeito da lei de subsídios e também da nova carga horária para o próximo ano.

Pois é meu estimado amigo, infelizmente uma só frase pode complementar nossos pensamentos para o ano que vem e também para as nossas lutas...

"Que Deus nos ajude e esteja sempre conosco".

PS.: Você viu o filhinho de papai do Lafayete Andrade, agora virou Sec. de Governo. Isso explica a atuação dele na votação da lei do subsídio.

Valeu irmão;

Paulo Miquéias
"


"Elaine Betim-MG:

Olá companheiro , puxa que reflexão pertinente a sua. Impossível não fazermos um remake de tudo o que passou, a falta de perspectiva de um ano atrás e o atual cenário, com novas tabelas salariais e muitas dúvidas. Euler, já pensei muito sobre as 30 horas venho tentado raciocinar sobre como será essa nova carga horária. No meu caso , que trabalho com língua portuguesa , acho difícil conseguir chegar a 20 aulas . E vc o que acha ? Na sua opinião as 30 horas será para todos ou somente para os próximos concursos? Um abraço! Ah, não posso deixar de comentar sobre o desânimo de alguns colegas grevistas que bravamente repuseram os dias parados aos sábados e que afirmam categoramente que não farão mais greve. O que é isso pessoal , bola para frente, é agora que temos que lutar mesmo!

Ass:Elaine Betim-MG
"

"Anônimo
:

Olá Euler:

Saiu no portal do servidor o novo posicionamento dos servidores na nova carreira, fiquei no PEB I A, como já previa, tenho sete anos de efetiva concursada, e tenho que esperar mais um ano para ter direito a minha especialização, são necessárias 5 ADE, e as 3 do estágio probatório valem por uma, então, no meu caso são oito anos de espera, o que é um absurdo! Plano de carreira no nossso estado é uma vergonha!

Na dúvida, basta consultar!

Um abraço!
"

Comentário do Blog: Agradecemos aos colegas de luta pelos comentários acima. Seguindo a dica da colega Anônima, consultei meus dados funcionais no Portal do Servidor - para acessá-lo, clique aqui - e de fato constatei que já fui posicionado na nova tabela, como PEB1 - Nível I A, tal como previsto (na atual tabela estou posicionado como PEB III B). Quanto à dúvida da colega Elaine sobre as 30 horas, conforme o Sind-UTE esclareceu em seu site eletrônico, essa questão será definida em nova resolução, ainda sem data para ser publicada.

"S.O.S. Educação Pública:

Caro Euler

Apesar da falta de tempo para deixar comentários, não deixei de acompanhar diariamente o seu blog, que diante da poluição midiática é uma reserva estratégica vital de oxigênio.

Concordo com a sua posição de não se deixar levar pelo derrotismo e pelo desânimo. O ano de 2010, foi um ano de vitórias a começar com a histórica greve realizada pela categoria e pela vitória da Dilma, entre outras.

Vencemos batalhas importantes, mas a guerra está somente no começo. O golpe baixo dado pelo Haddad na educação - oficializando a maldita aprovação automática - está entalado nas nossas gargantas e é uma questão a ser incluída na nossa pauta de lutas.

Aproveito a oportunidade para desejar a você e aos seus leitores paz e esperança para a nova década que se inicia.

Grande abraço a todos

Graça Aguiar
"

Comentário do Blog: Agradecemos a valiosa visita e o comentário sempre oportuno e enriquecedor da nossa combativa amiga e colega Graça Aguiar, que mantém um blog imprescindível para a nossa luta, o S.O.S. Educação Pública. Que em 2011 a gente mantenha e fortaleça o intercâmbio entre os educadores de todo o país. Um abraço e muita paz e energia luta.

"Rômulo:

O nosso querido Drummond, no poema "A noite dissolve os homens", do livro Sentimento do Mundo, nos presenteou com doses cavalares de ânimo e disposição.

"Havemos de amanhecer.
O mundo se tinge com as tintas da antemanhã
e o sangue que escorre é doce, de tão necessário
para colorir tuas pálidas faces, aurora."

2010 foi um ano de muitas lutas e aprendizados.
Nada de desânimo ou derrotismo...

Nada de ilusões...

Se a nova Secretária de Estado de Educação (Sra. Gazzola) diz que é socialista, dirigente de um Partido Socialista, que se auto-intitula a expressão particular das aspirações socialistas do povo brasileiro... não nos iludamos!

Os dirigentes do nosso sindicato combatem o neoliberalismo estadual e absolvem a social-democracia populista da esfera federal.

Aprendo com a luta cotidiana. Aprendo no convívio com os companheiros(as). Aprendo com o Blog do Euler e o seu nobre Editor. Sou um simples soldado que quer aprender, sempre!

Aprendi a não ter ilusões e a acreditar cada vez mais que a prática é o critério da verdade. Venho aprendendo que não posso querer ser o dono da verdade.

Um poema de Agostinho Neto que li recentemente mexeu muito comigo, principalmente os versos abaixo:

"Não basta que a nossa causa seja pura e justa. É preciso que haja justeza e pureza dentro de nós".


Um 2011 de lutas e conquistas!

R.
"

Comentário do Blog: O nosso camarada de lutas Rômulo nos ensina, mais do que aprende, quando passa em visita neste espaço - e também no convívio cotidiano, junto aos colegas educadores. Rômulo é presença garantida, imprescindível, nos combates dos próximos anos. Sem ilusões, como ele diz, mas também sem perder a esperança - e porque não dizer, sin perder la ternura jamás. Um abraço, Rômulo e que 2011 nos surpreenda positivamente.

Quero estender os meus cumprimentos também com votos de saúde e paz e energia a todos os que nos visitam, e em especial às bravas lutadoras da Educação, que na nossa maravilhosa revolta / greve de 47 dias em 2010 deram exemplo de resistência e coragem e bravura. Não vou mencionar nomes porque correria certamente o risco de esquecer de muitas (e de muitos), já que somos uma categoria de 200 mil trabalhadores, a maioria formada por bravas guerreiras.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Como será 2011 para a Educação em Minas?


Dou início a este breve texto - ultimamente estou escrevendo pouco, para o bem geral da nação - respondendo a um comentário que acaba de chegar, cujo teor é:

"Anônimo:

Sou graduada em Ciências Contábeis. Fiz inscrição para a designação 2011 para lecionar matemática.

No ato da designação terei que apresentar os documentos comprobatórios da minha escolaridade. Posso apresentar uma cópia autenticada em cartório do meu diploma? Será aceito?

Precisei enviar o original do meu diploma para o CRC-MG.

Aguardo resposta e antecipadamente agradeço."

Agora, sim, respondo: caríssima navegante que nos honra com sua visita, na verdade, teoricamente falando, pela sua formação acadêmica, a menos que tenha realizado alguma complementação com licenciatura, não poderia lecionar qualquer conteúdo. Mas, tendo em vista a realidade do ensino público no Brasil e em Minas, pode ficar tranquila que você conseguirá muitas aulas de Matemática, uma vez que faltam professores, em grande quantidade, especialmente neste conteúdo.

Do ponto de vista prático, sugerimos que você dirija-se à Metropolitana de sua região para conseguir um documento conhecido como CAT, que é uma autorização para lecionar fornecida pela SEE-MG. Mas, acredito que, na ausência de professores habilitados, desde que você apresente um histórico escolar e uma declaração da escola onde se formou, juntamente com a cópia autenticada do seu diploma, muito provavelmente será contratada.

Um outro conselho: tendo em vista a realidade da Educação pública no Brasil, especialmente no ensino básico, e considerando que você se graduou em Ciências Contábeis, seria de bom proveito tentar trabalhar na sua área de formação. Seguramente os salários e as condições de trabalho são muito superiores. Tanto que o Ministro da Educação deste país surrealista promete que, em dez anos, haverá uma "aproximação" da média do vencimento do magistério com a média salarial das outras carreiras de formação equivalente. Dito de outra forma: nós, professores, ganhamos mal em comparação com as demais carreiras profissionais, o que inclui certamente a de Ciências Contábeis.

De qualquer forma, seja como um bico, ou até mesmo por opção, digamos, um tanto quanto idealista, de ingressar na carreira do magistério, desejamos-lhe boas-vindas. E que venha para somar na luta da categoria, inclusive durante as greves, e não para dividir e enfraquecê-la, como tem acontecido com muitos que, de passagem meteórica pela carreira do magistério, dão as costas às justas lutas reivindicatórias dos educadores.

Feito este esclarecimento quase pedagógico e com um certo ar professoral, passemos ao ponto seguinte: o que nos espera para 2011 na Educação pública.

Como se trata de um tema amplo, que vai exigir um esforço de compreensão entre aquilo que devemos esperar que se faça nos limites do governo mineiro e aquilo que depende do governo federal, deixarei para um próximo post. Ahhhhh, dirão alguns, por que parou? Calma, pessoal, isso acontece também em sala de aula, quando estamos num momento mágico (que acontece de vez em quando) explicando o conteúdo da matéria e fazendo um paralelo com as realidades mais próximas, gerando grande expectativa em relação ao desfecho e de repente bate o sinal. O "final" - que nunca é o final - da história fica para a aula seguinte.

NO post seguinte, que será produzido sabe-se lá quando, espero falar sobre as expectativas para 2011: do nosso novo teto salarial de R$ 1.320,00 arrancado na luta - que, gostem ou não representa um reajuste de 41% sobre o teto atual de R$ 935,00 -, passando pelas demandas que não foram atendidas e também por aquilo que se perdeu ou que foi confiscado da categoria. A luta não pára, embora alguns só entendam as coisas de forma não dialética, como um tudo ou nada.

Tenhamos sempre em mente que a nossa maravilhosa revolta-greve dos 47 dias deixou um saldo positivo na nossa luta e na nossa organização. E que é graças a esta demonstração da capacidade de unidade e de luta dos trabalhadores em educação de Minas que poderemos arrancar novas conquistas nos próximos anos. Em Minas e no Brasil.

***

Incorporo ao texto central os comentários a seguir, entre os quais do nosso combativo amigo e colega professor João Paulo, ao qual desejo igualmente - e a seus familiares - um feliz Natal e um Ano Novo cheio de esperanças, de sonhos, de lutas e de vitórias. Desejo este que estendo a todos/as as/os nossos/as ilustres visitantes.

"João Paulo Ferreira de Assis:

Prezado amigo Professor Euler

Quero te parabenizar pela magnífica resposta dada à jovem contabilista, que talvez alimente um sonho dourado com relação ao ato de ser professora. Também desejo a ela muitas felicidades, e a aconselho, se quer mesmo ser professora, a cursar a graduação de Matemática. E aí, sim, depois de praticar o Estágio supervisionado, ela ver se convém mesmo ser professora. Isto de ter autorização para dar aula, também a tenho, para lecionar Filosofia, sendo graduado em História. Um dia conversando com o professor de Filosofia da minha escola (este sim, graduado), vi que estava totalmente errado ao colocar os temas para os alunos. Confesso que fiquei com vergonha. Também no ano em que tive de assumir Filosofia no 3º ano da noite, nem o CBC tinha na escola. Simplesmente a SRE de Barbacena esquecera-se de passá-lo por email. Foi preciso que uma professora de Resende Costa, SRE de São João Del Rei o disponibilizasse para mim, através da minha cunhada, sua colega de curso. A de São João passou para suas escolas ainda em novembro do ano anterior.

Aproveito para desejar ao prezado amigo e familiares, bem como a todos os companheiros que leem e participam deste blog, um Natal pleno de alegrias e muitas felicidades no ano vindouro.

São os votos de João Paulo Ferreira de Assis.
"

"Marcos:

Caro Euler,

Você realmente acredita que este novo teto salarial é bom?
Tenho 17 anos de trabalho que não tenho a mesma simpatia pelo subsídio. Acredito, na verdade, que a greve (quero especificar que não sou contra) ajudou o governo a implementar mais uma de suas maldades.

Não vou aderir ao subsídio, e, não é apenas a minha opinião, mas de muitos outros professores que conheço.
"

Comentário do Blog: Caro Marcos, não disse que tenho simpatia pelo novo teto, mas que ele representa um reajuste de 41% em relação ao teto atual. Claro que merecemos muito mais. E vamos continuar lutando para que a nossa situação melhore.

Não concordo de maneira alguma que a nossa maravilhosa greve ajudou o governo a "implementar mais uma de suas maldades". Se não fosse a greve, só em 2011 o governo começaria a discutir uma nova política salarial, e muito provavelmente passaríamos todo o ano na mesma situação de 2010.

Quanto ao subsídio, temos um tempo ainda de 90 dias após o quinto dia útil de fevereiro de 2011 para fazer a opção entre continuar com o atual plano ou aderir ao novo plano. Até lá será possível ter um quadro mais claro sobre o que é melhor para todos. Por exemplo: o nosso sindicato poderá avançar nas negociações com o governo sobre o tempo de serviço que foi confiscado no novo plano. Há, ainda, uma pendência no STF sobre a questão de mérito acerca do piso salarial do magistério. Se houver interesse do Governo Federal em pressionar o STF para que ele se posicione saberemos muito em breve sobre se o nosso piso é piso mesmo ou se é teto. Muita água vai rolar até o final de abril de 2011.

"Anônimo:

Olá Euler:

Uma das nossas conquistas da greve foi sem dúvida o seu blog, nele podemos compartilhar dúvidas, decepções e alguns avanços, passei seu blog para todos da minha escola, sei que eles são leitores assíduos. Aguardo o próximo post hein!

Desejo a você e seus leitores um ano de muitas conquistas, saúde, paz e amor.

Um abraço!
"

Comentário do Blog: Agradecemos as generosas palavras de apoio e também desejamos os melhores votos de saúde, paz, amor e luta!

"
Angelica Magalhães:

OLA EULER, ESTIVE SUMIDA POR UNS TEMPOS, MAS E QUE COM ESSE SALARIO E A SOBRECARGA DE TRABALHO, MAIS AS EXIGENCIAS DA VIDA ESTIVE "PERRENGUE" COMO DIZIA MINHA AVÓ. STRES PRESSAO ALTA ESSAS COISAS.... A CARA CONTABILISTA QUE QUER SER PROFESSORA COITADA, DEVE ESTAR COMPLETAMENTE POR FORA DO PAPEL QUE O PROFESSOR EXERCE ATUALMENTE. POREM SE A VONTADE DELA FOR MUUUUUUUUUUUUUITO GRANDE DE TRABALHAR NO AMBIENTE ESCOLAR, ELA PODE EXERCER SUA FUNÇÃO CONCORRENDO A UM NOVO CARGO CRIADO AGORA PELA SEE, QUE E DE CONTADOR, PARA TRBALHAR COM AS VERBAS E A PRESTAÇÃO DE CONTAS DAS ESCOLAS. BASTA ELA SE INFORMAR JUNTO A SRE DE SUA REGIAO COMO PROCEDER PARA CONCORRER.

ESPERO QUE 2011 TRAGA BOAS NOTICIAS PARA TODOS NÓS.

UM ABRAÇO

ANGELICA MAGALHAES
"

"
Marcos:

Caro Euler,

Ao que tudo indique, a lei do piso vai passar no STF, se aqueles que têm biênios e quinquênios abdicarem deles, o governo sairá com um lucro enorme e nós com o prejuízo. Pois, as vantagens incidirão sobre o piso.

De qualquer forma, não espero nenhum saco de bondades de tucanos, muito menos do criador do choque de gestão que não passa de manobra contábil para enganar o povo.
"

Dica do Blog: Clique aqui e veja o cartão de boas-festas do Sind-UTE. Gostei, especialmente por conta da imagem.

"
Anônimo:

Olá Euler:

Saiu hoje a resolução para a distribuíção de turmas para 2011, inclusive com cronograma de datas, mas não diz nada sobre as 30 horas do subsídio. Se possível gostaria de tirasse nossas dúvidas a esse respeito.

Um abraço!
"

Comentário do Blog: Ainda não há, pelo que sei, quaisquer orientações sobre a tal jornada de 30 horas. Vamos aguardar. Quem quiser copiar a Resolução
1773/2010, que "estabelece normas para organização do quadro de pessoal nas escolas estaduais
", clique aqui.

"
João Paulo Ferreira de Assis:

Prezado amigo Professor Euler

Acabo de levar (literalmente) um soco na boca do estômago. Até então eu lamentava a reeleição do Anastasia, mas vejo que também não poderíamos esperar algo de positivo do Hélio Costa. Acabo de saber que numa tumultuada reunião, a Câmara de Senhora dos Remédios, que é minha terra natal, revogou a lei 918/95, que instituía uma complementação na aposentadoria dos professores municipais e demais funcionários. Agora, os que irão se aposentar terão um mordisco de até 40% nos valores de suas aposentadorias. A Prefeita de Senhora dos Remédios é do PMDB, e pertence ao grupo político do Hélio Costa. Por conta disso, os tucanos irão voltar em 2012 com força total, numa aliança PT-PSDB, em que lançarão o candidato a vice do PT. O soco no estômago foi porque dias antes eu ingressei no site pessoal da Prefeita e discorri sobre a federalização da educação básica, que agora vejo será mais difícil sua implementação do que eu imaginava. Talvez estaremos pegando o boi se o projeto do Cristovam Buarque, de instituir a carreira nacional do magistério, passar.

Contudo, não desesperemos, pois o desespero não é bom conselheiro. Talvez a luta haja de ser mais renhida da nossa parte. Que cada categoria convença o seu prefeito e os seus vereadores da necessidade de entregar à União, os destinos da Educação Brasileira.

''Educação é tão importante que não pode ficar nas mãos de prefeitos e governadores, sob pena de todo o nosso desenvolvimento converter-se num voo de galinha''. FEDERALIZAÇÃO JÁ.

Cordialmente,
João Paulo Ferreira de Assis. "

Comentário do Blog: Concordamos com o amigo professor João Paulo que a Educação pública não deveria ficar nas mãos de prefeitos e governadores que em muitos casos não têm o menor compromisso com a população de baixa renda. A Federalização seria a melhor solução, não necessariamente de acordo com o projeto de Cristóvam Buarque, que já mudou inúmeras vezes de atitude e de posição - e que ademais, não respeita os atuais professores concursados dos estados e municípios.

Uma outra solução seria a criação de um plano de carreira comum, nacionalmente, para os educadores do ensino básico, contendo: a) piso salarial decente, b) jornada de trabalho comum (podendo ser de 24 ou 30h para quem tenha um cargo e de 40h para quem tenha dois cargos), com um terço de tempo extraclasse, c) política de evolução na carreira contemplando o tempo de serviço e a titularidade, d) gestão democrática da escola, com eleição direta de diretores, autonomia na elaboração da política pedagógica, entre outros.

Juntamente com isso, seria necessário assegurar que as três esferas da União cumprissem o plano de carreira comum, independentemente de Lei de Responsabilidade Fiscal e de recursos financeiros constantes da arrecadação municipal ou estadual. Caberia a União assegurar a complementação de recursos necessária para cada ente federativo.

Sobre a jornada de 30 horas: Lendo rapidamente a Resolução 1773/2010 observamos uma única menção ao novo subsídio e especificamente sobre a jornada de 30 horas. Vejam:

"Art. 48 - A carga horária de trabalho do Vice-Diretor é de 30 (trinta) horas semanais.

§ 1º O servidor designado para a função de Vice-Diretor perceberá gratificação de 20% (vinte por cento) do subsidio estabelecido para o cargo de Professor de Educação Básica, nível I, grau A, de carga horária semanal de 30 (trinta) horas."

Ou seja, o vice-diretor receberá gratificação de 20% sobre o seu subsídio - se for professor P1A, por exemplo, receberá R$ 1.320,00 + R$ 330,00 totalizando R$ 1.650,00.

"
Anônimo:

Tenho uma enorme dúvida quanto ao novo piso, sou professora(Peb4 b e c), contando os pinduricalhos recebo mais que 1320,00 em cada cargo. Isto significa que quem tem situação semelhante a minha não terá aumento?
Obrigada.
"

Comentário do Blog: Não sei dizer qual será o seu posicionamento na nova tabela, mas seguramente você terá pelo menos 5% de reajuste em cada cargo.

"
Carlos - Juiz de Fora:

Queria saber se já é certo que a partir de 01 de Janeiro de 2011 receberemos o novo salário (subsídio) de R$ 1320,00?? Ou tem que ser aprovado mais alguma coisa para podermos, enfim, receber esse salário? Se possível dar alguma informação a respeito da plenaria dos efetivados e se não for abusar, saber se tem alguma informação de concreto a respeito do concurso público? Grato e Feliz Natal!!!
Carlos - Juiz de Fora
"

Comentário do Blog: Caro Carlos, o novo teto de R$ 1.320,00 já virou lei aprovada na ALMG e deve entrar na folha de janeiro de 2011, que é paga no quinto dia útil de fevereiro. Quanto ao concurso ainda não há nenhuma novidade, além do que já foi divulgado: o governo diz que está realizando um levantamento atualizado das vagas realmente existentes para lançar o edital. Quanto aos efetivados, como não pude participar da plenária, nada sei a respeito. Mas, a recente Resolução 1773/2010 sinaliza pela permanência da situação já existente.

"
Rômulo:

Aos companheiros(as) que porventura se interessarem segue o link da mini-entrevista com Fernando Haddad no Jornal Folha de São Paulo de 23/12/2010.

http://mpcidadania.ning.com/profiles/blogs/salario-e-carreira-de

Não farei comentários, estou na fase "Rômulo- paz e amor"...
"

Comentário do Blog: Nosso combativo amigo Rômulo, mesmo de férias e em tempos de paz e amor, traz a sugestão de leitura que confirma nosso post anterior: o ministro Haddad só tem papo e enrolação quando se trata de valorização dos professores do ensino básico. Analisem um trecho da entrevista mencionada e tirem suas conclusões:

"
Folha - O que o novo governo terá de novo na educação?

Fernando Haddad - A novidade é o Plano Nacional de Educação [enviado ao Congresso na semana passada], com 20 metas definidas em 170 estratégias. Tem foco acentuado no professor. (grifo do Blog do Euler - imaginem se não tivesse foco acentuado nos professores...).

Uma das metas é equalizar o salário com os outros profissionais de nível superior [hoje, há diferença de 60%]. Não há experiência internacional bem sucedida quando o professor ganha menos. (Comentário do Blog: grande descoberta! Merece medalhas por isso!)

Folha -Que medidas concretas serão tomadas para isso acontecer?

Haddad- Já tomamos uma medida ao aumentar o investimento em educação. (grifo do Blog: ai, ai, ai, aumentaram o quê? Nada chegou às nossas mãos). É preciso também uma interlocução com Estados e municípios para que as carreiras sejam estruturadas nesse sentido. (grifo nosso: a velha tática de jogar tudo para os estados e municípios.) O PNE prevê uma mesa de negociação permanente sobre o piso salarial [de R$ 1.025].
(Comentário final: essa é que é a grande medida concreta para valorizar a carreira dos professores? Criar uma mesa de negociação? Me poupem! Pena que vamos ter que engolir esse ministro por mais um tempo!)."

"
Rodrigo Maia:

Euler,

Você acredita que a resolução tratando da mudança de carga horária para 30 horas sairá agora em Janeiro? Penso que se sair no meio do ano irá tumultuar a grade e efetivamente acontecerá só em 2012.

Está demorando demais, me planejei pra 2011 considerando essas 30 horas, se nao sair estou lascado.

Obrigado e parabéns pelo Blog.

Rodrigo Maia.
"

Comentário do Blog: Caro Rodrigo, ainda não sabemos ao certo quando serão implantadas as tais 30 horas. Inicialmente o governo acenou com a possibilidade de organizar o quadro com as 30 horas ainda em 2.010, para que a nova jornada entrasse em vigor no início de 2011. Em seguida, nada mais foi dito a respeito. Mas, até para se saber ao certo quantos cargos vagos existem, para fins de concurso público, seria prudente que a questão das 30 horas já estivesse definida.

Os professores de Português e Matemática com cargo completo, por exemplo, teriam
direito automaticamente às 30 horas se fizessem opção pela referida jornada. Aos demais, dependeria de análise da SEE, com o acompanhamento reivindicado pelo Sind-UTE.

Um ponto a ser destacado sobre esta questão é que a lei diz que um terço da jornada de 30 horas será dedicado à atividades extraclasse; mas, o governo acenou com a possibilidade do professor ter que utilizar parte deste tempo extraclasse cobrindo faltas e licenças dos colegas professores, o que não concordamos. Vamos aguardar a definição do novo secretariado e as diretrizes que serão dadas.


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A falácia do novo PNE 2011-2020

Elogiadíssimo pela direita demotucana no Senado, o minstro da Educação do governo Lula - e ao que parece ministro da presidente Dilma, também - jamais enganou ao Blog do Euler. Tal como outro falacioso personagem da área da Educação, o senador Cristóvam Buarque. Enganam a muitos; não a este blog.


No apagar das luzes de 2010, e ao final do mandato de oito anos do atual governo federal, o presidente Lula e seu minstro da Educação, sr. Haddad, enviaram para o Congresso Nacional o novo PNE - Plano Nacional de Educação para o decênio 2011-2020. Na verdade, uma carta de intenções, com muitas promessas vazias, frases soltas e omissão em relação a questões centrais.

Não vou analisar todo o documento, que pode ser lido pelos interessados, copiando-o aqui. Mas, quero me ater ao ponto específico que fala sobre o salário dos educadores.

Antes, porém, é bom relembrar alguns aspectos que este blog tem defendido desde o primeiro dia de funcionamento do mesmo: 1) o governo Lula, apesar de ter realizado um governo superior ao de FHC, infelizmente na Educação básica não realizou praticamente nenhuma melhoria. As escolas técnicas federais, que são ótimo exemplo, representam percentual ínfimo ante à totalidade do ensino básico, especialmente da escola pública frequentada pela maioria pobre do país; 2) se é verdadeiro que o governo Lula investiu mais que os governos demotucanos nas áreas sociais, não é menos verdadeiro que ficou devendo ao não investir adequadamente em Educação pública de qualidade (à exceção do ensino superior e nas escolas técnicas federais), e na Saúde pública, sempre com a desculpa de falta de recursos, embora não tenha deixado de realizar políticas que favoreceram aos banqueiros; 3) Lula manteve no MEC um ministro que não demonstrou compromisso com o ensino básico, especialmente com a valorização profissional dos professores.

Infelizmente, a presidenta Dilma vai manter o mesmo ministro, mestre na falácia vazia que promete agora, após oito anos, "priorizar" a valorização dos professores. Mas, vejamos como esta "valorização" aparece no tal PNE:

"... Meta 17: Valorizar o magistério público da educação básica a fim de aproximar o rendimento médio do profissional do magistério com mais de onze anos de escolaridade do rendimento médio dos demais profissionais com escolaridade equivalente.(grifo do blog)

Estratégias:
17.1) Constituir fórum permanente com representação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos trabalhadores em educação para acompanhamento da atualização progressiva do valor do piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica.

17.2) Acompanhar a evolução salarial por meio de indicadores obtidos a partir da pesquisa nacional por amostragem de domicílios periodicamente divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

17.3) Implementar, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, planos de carreira para o magistério, com implementação gradual da jornada de trabalho cumprida em um único estabelecimento escolar..."
.

Reparem, colegas internautas, educadores de luta, que papo mais furado é este de "aproximar o rendimento médio do profissional do magistério" com os profissionais de formação equivalente? Todos nós sabemos que este negócio de "rendimento médio", que junta salário de diretores e secretários da Educação e professores de uma dada região do país e acaba chegando a valores distanciados da realidade.

Se querem garantir um salário decente para os educadores digam com todas as letras: pagar um piso salarial decente, equivalente a um décimo do salário de um parlamentar federal. Esta conversa oca de aproximar salário médio de profissionais com formação equivalente é conversa pra boi dormir. Afinal, a que profissionais com formação equivalente eles se referem? A um médico? A um engenheiro? A um advogado? E que salário eles tomarão como referência? Uma média destes salários ou ao exemplo menor? E a expressão "aproximar" tem qual alcance? Aproximar um por cento ao ano ou atingir 40% em dez anos? Palavras ocas, senhores, jogadas ao vento.

Em seguida vem essa outra proposta enganadora de se criar um "Fórum Permanente" entre representantes da União, dos estados e municípios, e para enfeitar botam lá um representante dos trabalhadores. Uma verdadeira piada de mau gosto. Imaginem uma reunião deste fórum. O representante do governo federal, querendo se mostrar solidário com os professores diz: senhores gestores, é preciso pagar um salário melhor para os educadores de suas redes de ensino... Ao que os representantes dos estados e municípios respondem: "Mas, como, se estamos quebrados, se a Lei de Responsabilidade Fiscal já foi alcançada, etc., etc., etc". Ou seja: vai ser o Fórum da lamentação, do choro e das promessas de um mundo melhor no além-túmulo. Melhor abrirem logo uma nova igreja.

O outro item parece outra gozação: acompanhar a evolução salarial através dos dados do IBGE. Ora, estão gozando da nossa cara. Por acaso será que o senhor Ministro da Educação não conhece a realidade salarial dos educadores ou de qualquer outra categoria profissional do país? Será que ele sabe pelo menos que o salário mínimo do país gira em torno dos R$ 500 reais e que o salário dos educadores deste país - que cogita se tornar o quinto mais rico do mundo - gravita em torno deste mísero mínimo? Terá ele notícia de que os parlamentares federais aumentaram em cerca de 60% os seus próprios salários, que passaram para R$ 26 mil reais mensais mais os penduricalhos, totalizando algo próximo de R$ 50 mil reais?

Por último, a proposta de planos de carreira que deveriam ser implementados pelos estados e municípios, com uma única orientação, de que "progressivamente" estabeleçam a jornada do professor em uma única escola. Ora, deveriam estabelecer normas comuns para todo o território nacional, com jornada de trabalho, tempo extraclasse, piso salarial e política comum de evolução na carreira. Por que o governo federal não aproveita a política implementada nas Escolas técnicas federais?

Ao contrário disso, preferem manter a mesma lógica que realiza dois tipos de educação pública: uma para uma minoria, bem elitizada - ou voltada para o mercado de trabalho a serviço dos grandes grupos econômicos -, e a outra para a maioria pobre da população.

Claro que o novo PNE é um plano de final de mandato do governo Lula e de seu ministro da Educação, que infelizmente ao que parece será mantido pela presidenta Dilma. Dessas obras de engenharia política criadas para enrolar os educadores e dar tempo ao tempo. Muita ilusão e nada de concreto.

Compete agora aos educadores cobrarem da presidente eleita com o nosso apoio a promessa que ela fez durante a campanha eleitoral: de valorizar os profissionais da Educação, de investir na Educação pública de qualidade para todos e de pagar bons salários aos educadores.

Vamos ter que realizar grandes mobilizações nacionais para arrancar na luta aquilo que os governos nos negam. Os mesmos governos, das três esferas, que gastam bilhões com empreiteiras, banqueiros e com os marajás da política, são aqueles que prometem a valorização dos educadores no discurso, enquanto mantêm na prática salários de fome para os trabalhadores da Educação.

Que eles saibam que não estão nos enganando. Que nós educadores não acreditamos mais em promessas vazias para o futuro: queremos mudanças agora, que garantam um mínimo de condições dignas de trabalho e salários decentes. Que a presidenta Dilma, que ajudamos a eleger para derrotar a direita golpista, não se deixe levar pela pressão dos representantes das elites, dos de cima, dos defensores da mercantilização da Educação. Que faça valer os votos que recebeu investindo de fato numa Educação pública de qualidade para todos, a começar com uma real política de valorização dos educadores e não este conjunto de frases ocas do novo PNE.

* * *

Continuem acompanhando as revelações do WikiLeaks aqui, no site da jornalista Natália Viana (revista Carta Capital).

* * *

Incorporo ao texto central os comentários a seguir, entre os quais do nosso combativo amigo professor Rômulo:


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Priscila:

E agora em janeiro, como sera que vai ficar o reposicionamento?

Grata

Priscila - professora
"

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Rômulo:

Isso mesmo preclaro Euler!

O camarada amarrou muito bem seu texto... apesar da pincelada rápida que eu dei no novo PNE, posso afirmar seguramente que o mesmo não passa de um emaranhado de fraseologias ôcas.

Execelente análise. Esse é o camarada Euler, mata a cobra e mostra o pau!
".

"
Anônimo:

Euler:

Moro no interior, aqui não temos notícias de quase nada, uma colega minha se inscreveu para ir em BH na plenária dos efetivados, mas o sindute da nossa cidade não ofereceu o ônibus por falta de número de pessoas, era uma das poucas oportunidades que tínhamos de nos informar a respeito da Lei 100, o que se tem discutido a respeito, os direitos que nos assiste, e a respeito do concurso que virá e suas implicações em relação as nossas vagas.

Se possível Euler aguardamos ansiosos notícias dessa plenária.

Um abraço!
"

"
Luciano História
:

Se o interesse é melhorar a educação o primeiro ponto é a valorização do profissional com o estabelecimento do cargo único de 40 horas com no máximo 24 aulas com um vencimento básico de no mínimo 5 salários e com a valorização do tempo de serviço. O governo poderia estabelecer que até 2012 esse tipo de carreira seria implantada em todo o territorio nacional mas assim como a lei do piso o ministro não estabelece nada claro e o governo não exige o cumprimento de suas próprias leis. "

"
Anônimo
:

COM ESSE MINISTRO DA EDUCAÇÃO QUE SÓ FICA FILOSOFANDO, FAZENDO JUS A SUA FORMAÇÃO, VAI SER DIFÍCIL ARRANCAR ALGUMA COISA A NOSSO FAVOR. E OUTRA, SINTO QUE O GOVERNO DO AFILHADO ESTÁ QUIETO DEMAIS, ESTÁ ESPERANDO A GENTE ENTRAR DE FÉRIAS PRA SOLTAR AS BOMBAS DE 2011. AGUARDEM E VERÃO. HÁ ALGO DE PODRE NO REINO DA DINAMARCA. "


terça-feira, 14 de dezembro de 2010

WikiLeaks e a liberdade de imprensa para inglês ver


Recentemente, com o vazamento de milhares de documentos confidenciais de governos, especialmente entre a diplomacia dos EUA e outras nacões aliadas (ou subalternas), o site WikiLeaks, e seu fundador o australiano Julian Assange, preso na Inglaterra, têm sido atacados pelo império.

Os documentos vazados, que não representam nem um por cento de todo o material em poder do WikiLeaks, revelam aquilo que a esquerda sempre denunciou: de como os Estados e grandes empresas não passam de escritórios de negociatas para interesses de rapina de grupos privados, do lucro fácil para estes grupos, e do massacre de povos inteiros em favor dos interesses dessa minoria.

Para que os nossos amigos internautas possam acompanhar uma parte do debate em curso sobre o fenômeno WikiLeaks, divulgamos a seguir os links para algumas matérias sobre o tema. Antes, contudo, reafirmamos: a hipocrisia e o cinismo da mídia burguesa e dos governantes serviçais do grande capital imperam nesse jogo sujo contra as comunidades do mundo inteiro, incluindo o Brasil.

Nós, os de baixo, queremos saber sim o que os governantes tratam às escondidas em nosso nome. Temos direito à liberdade de informação, de imprensa e de expressão, direito este que a mídia brasileira, que se diz defensora, cala-se, como sempre, curvando-se aos interesses dos de cima. E as grandes nações ditas democráticas rasgam os mais comezinhos direitos democráticos individuais que se diziam defensoras.


P.S.: Foi só o nosso blog dar destaque a este tema e a Justiça inglesa mandou libertar o ativista Assange. Ou seja, o blog continua assustando os de cima... Brrrrrrrrr


- RS Urgente: "Entrevista com Julian Assange"

- Vi o mundo: "
Cadê a liberdade de expressão, de imprensa e a do escambau-a-quatro?"

- Blog do Miro: "WikiLeaks escancara o lobby do pré-sal"

- CMI: "Ato pela liberdade de Julian Assange"

- Wikipédia: "
WikiLeaks"

- Brasil de Fato: "Wikileaks: operação revanche"

- Carta Capital: "
WikiLeaks"

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Incorporo ao texto central o comentário da nossa combativa colega professora Ivone, que não desiste nunca da luta!

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Ivone:

Poxa Colega Professor Euler."Nosso" blog é poderoso, assusta ingleses, americanos, suecos, suíços, suínos,... Será que se recorrermos ao supra sumo das ameaças...( Vc diz que vai colocar uma foto minha e espalhar em vários blogs amigos...rs) assustaria a turma do "EGITO" não???

Terminando 2010 na "lona" e sem nenhuma esperança em termos profissionais para 2011. :-(.

E parodiano uma música.... em homenagem à profissão.... hoje estou cantarolando assim "...e eu, gostava tanto de você!!!".

Depois de 32 anos na profissão, entreguei os pontos. Nem vou enumerar os 1001 motivos!!! Só vou gritar: SOCORRO, SALVEM A PROFESSORINHA!! ( Mesmo que o tom seja meio brincalhão... a situação é muiiiiiito séria"). Chamamos o Chapolim Colorado??? Ou a liga da justiça??? Porque a sociedade, inocentemente insiste em pensar que o problema é NOSSO, não da mesma.

Só desabafo mesmo... tipo, escrevo por cansaço de ficar falando sozinha.

Abraços a todos e bom final de ano, para aqueles que ainda acreditam e tem forças para lutar e acreditar em dias melhores!!!


Ivone
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Anônimo:

Caso algum professor da rede estadual tenha forças, seria bom que fóssemos à Assembleia para participar da discussão sobre a novela do concurso público. Veja informativo do Sind-ute abaixo.

SIND-UTE PARTICIPARÁ DE AUDIÊNCIA SOBRE CONCURSO PÚBLICO

Está confirmada para amanhã (15/12), às 10:30 hs, no Plenarinho 2 da Assembleia Legislativa de Minas Gerais a Audiência Pública sobre o concurso público da Rede Estadual de Minas Gerais. Na pauta de discussão está a ausência de concurso para as áreas de Filosofia, Sociologia e Ensino Religioso. Além disso, o Sind-UTE/MG debaterá também a ausência de publicação do edital do concurso, cujo compromisso do Governo de Estado era publicá-lo em julho de 2010. É importante a mobilização da categoria neste debate. Para isso solicitamos a presença de, no mínimo, um representante de cada subsede.

Contamos com o empenho de todos.

Participe!
"

Comentário do Blog: quem puder estar presente, será importante. Não poderei me deslocar nesta data e horário para BH, mas vou tentar pelo menos colocar um link para a transmissão via TV Assembléia aqui no blog (se é que vão transmitir a audiência). Pessoalmente, acho difícil que tomem qualquer decisão nesta etapa final do ano. Mas, que pelo menos para 2011 sejam encaminhadas as demandas pendentes, entre as quais: o concurso público, o pagamento do novo teto salarial de R$ 1.320,00; a questão das 30 horas; o terço de tempo extra-classe para a jornada de 24 horas; o posicionamento na carreira de acordo com o tempo de serviço prestado, etc. e etc.

Eis os links para a TV Assembléia online: aqui ou aqui ou aqui.


domingo, 12 de dezembro de 2010

PORQUE SOMOS PROFESSORES


Um colega professor, o combativo Moacir, enviou-me esta carta e me pediu para publicá-la no blog. Eis a seguir o teor da mesma, que entre outras justas reflexões e críticas narra a indignação contra a brutal morte do professor de Educação Física Kássio.

* * *

"PORQUE SOMOS PROFESSORES

Tarcísio Mauro Vago e Rodolfo Novellino Benda
(Professores da EEFFTO/UFMG)


Para o Professor de Educação Física Kássio Vinícius Castro Gomes, em honra de sua VIDA, e aos que compartilham a imensa dor de sua perda.

“Me diz como pode acontecer, um simples canalha mata um Rei, em menos de um segundo...”

Há exatos 30 anos, Milton Nascimento cantou este verso para Lennon.

Agora, tristes, dilacerados pela dor, perplexos e indignados, cantamos o mesmo verso para Kássio Vinícius Castro Gomes, o Filho, o Esposo, o Pai de 2 Crianças, o Amigo querido e generoso, o Professor de Educação Física de tantos Alunos e Alunas.

É impossível dimensionarmos racionalmente o tamanho desta perda...

Kássio era para nós também um Rei, mas um Rei escolhido por nós, do nosso jeito. E nós o perdemos tão cedo, quando tanta VIDA havia ainda para viver. Tantos sonhos, tantas histórias...

Como pode acontecer? Por que isso pôde acontecer?

É um “desenredo”, é esta “vida que a morte anda armando”, é esta “morte que a vida anda tendo...”, como cantaram dolorosamente Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro.

Mas, Kássio era daqueles que queriam a VIDA DA VIDA. Por isso, foi um Rei à sua maneira.

O nosso carinho por ele, a nossa homenagem para ele, é CONTINUAR A VIDA: SER KÁSSIO por aí afora, por onde estivermos, diante de crianças, de jovens, de adultos, enfim, diante dos humanos, em todos os seus sentimentos, asperezas e contradições.

É o que a VIDA de Kássio nos inspira. É o que sua VIDA nos exige. Porque foi isso que ele sempre fez: Viveu e quis ver a vida nascer, e a alegria se espalhar.

Kássio “ficou encantado”, diria Guimarães Rosa, e agora é Estrela, é Luz, é Saudade, é Inspiração. Uma Estrela a indicar caminhos, nos pedindo para insistir na Esperança, no Afeto, na Solidariedade, na Amorosidade, na Justiça.

Brilhe para nós, Kássio, que precisamos tanto, para CONTINUAR A VIDA.

E para CONTINUAR A VIDA é preciso EXIGIR que seja realizado o Direito de Kássio, de sua Família e de seus Amigos à Justiça. É o mínimo que lhe devemos, em honra de sua VIDA.

E nós estamos aqui para EXIGIR JUSTIÇA.

Como pode acontecer?

Este absurdo acontecimento, que causou comoção à população de Belo Horizonte e de Betim, onde Kássio morava, e estarreceu o Brasil, não pode ficar impune.

Um Professor chega para exercer seu Ofício em seu lugar de trabalho, o Instituto Izabella Hendrix. Em seu interior, é atacado por um estudante do Curso de Educação Física, que conseguiu entrar armado com faca nesta Instituição que se diz ‘protegida’. Em instantes, este Professor está morto. Um crime traiçoeiro, covarde, premeditado.

Infelizmente, foi também uma tragédia anunciada, e que poderia ter sido evitada: este aluno já havia causado problemas na Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO), de Belo Horizonte, à qual esteve matriculado em 2008. Lá, ameaçou e perseguiu Professores e Estudantes, foi denunciado à Polícia, e sua família ‘convidada’ a retirá-lo de lá – expediente usado para não caracterizar expulsão.

Pelo Direito à Justiça, conclamamos que as autoridades desta Instituição, e também seus Professores e Estudantes, venham a público dar conhecimento dos problemas então causados por este aluno, enquanto esteve lá. Uma atitude que poderá ser decisiva.

Após ser ‘retirado’ da UNIVERSO, lamentavelmente, outra Instituição de Ensino Superior de Belo Horizonte, o Instituto Izabella Hendrix, recebeu este aluno com uma simples transferência, sem realizar procedimentos acadêmicos rigorosos para o ingresso em seu corpo discente. Atitude que caracteriza descuido e irresponsabilidade acadêmicas. Ainda mais em uma Instituição que usa como propaganda o fato de ser centenária. Este tempo, por si só, não é garantia de qualidade. Mas, exatamente por ser centenária, esta Instituição tem como obrigação zelar por uma Educação Superior de qualidade. Infelizmente, parece mais evidente que orientou-se por interesses econômicos.

O que se exige e se espera desta Instituição, se ela quer respeitar sua própria História, e não maculá-la ainda mais, é que não se preocupe tanto em preservar seu nome, mas em assumir atitude digna diante da gravidade do acontecimento: expor à Justiça os fatos, com depoimentos de suas autoridades sobre todo o histórico escolar deste aluno e entregando todas as provas indiciárias de que dispuser.

E, principalmente, que ofereça, de fato e não por mera retórica, à Família do Professor Kássio, todo o amparo jurídico para realizar seu Direito à Justiça. Contratar Advogados e assumir seus custos são suas obrigações mínimas. O silêncio desta Instituição (o mesmo silêncio que pediu a seus Professores por mensagem eletrônica), as tentativas de tomar o fato como “caso isolado” e de procurar manter seu cotidiano em normalidade (procedimento mais que artificial, desumano), poderão ser vistos como sinônimos de cumplicidade com a violência. Será outra barbaridade contra o Professor Kássio e à sua Família.

Este lamentável acontecimento também exige ser analisado tendo em vista as circunstâncias em que se realiza o ensino superior privado no Brasil. É evidente a crise que muitas dessas Instituições experimentam, depois de anos de crescimento desordenado, em que critérios acadêmicos mínimos foram e são atropelados, em uma busca desesperada por alunos (mais verdadeiro será dizer ‘clientes’). A absoluta falta de rigor acadêmico em processos seletivos para ingresso expressa mensagem de que o que importa e acaba decidindo a entrada e a permanência de alunos em tais instituições é aumentar o efetivo que paga suas mensalidades. Sim, sabemos de exceções, sabemos que existem instituições privadas idôneas, mas elas apenas confirmam a regra.

A Educação Superior é direito de todos, e somos desde sempre favoráveis às ações que o ampliem, especialmente àqueles que sempre foram excluídos dele. No entanto, a realização deste direito há que ser simultânea à garantia da qualidade acadêmica da Educação Superior, o que só se consegue com princípios e práticas acadêmicas rigorosas, que não se deixam capturar nem tampouco reduzir aos interesses de uma indústria de diplomas – que não tem escrúpulos quando se trata de obter lucros.

A conseqüência é a banalização da Educação Superior, em que o ingresso, a permanência e a aprovação se dão a qualquer preço – ou melhor (ou pior), ao preço de uma mensalidade paga em dia. Sem critérios, sem rigor, sem procedimentos acadêmicos, o que temos? Temos isso que está aí...

Uma das conseqüências perversas disso que temos aí sob o nome de “ensino superior privado” é a exposição de Professores e Estudantes à insegurança, à violência, à barbárie. O Professor Kássio foi mais uma vítima destas circunstâncias. Importa compreender que tais circunstâncias não são obras do acaso: são produto do modus operandi predominante em instituições de ensino superior privado.

Particularmente, o Professor se vê desprotegido, desamparado e desautorizado no exercício de seu Ofício. É o maior prejudicado. Todos os dias a morte o espreita: a morte de sua vontade, a morte de seu ímpeto, a morte de seu desejo de se envolver com a Educação. E a morte mesmo, crua e bárbara. Temos morrido um pouco a cada dia...

No entanto, é preciso enfrentar essas mortes. Enfrentar a barbárie. Para que ela não se repita. A barbárie não pode ser maior que nós.

Por isso, a nossa dor de agora se expressa também em nossa rebeldia. Não é hora de calar.

Nos rebelamos contra o aviltamento de nosso Ofício de Professor. Nos rebelamos contra as precárias condições em que nosso trabalho se realiza, em que o salário humilhante é apenas a parte mais visível. Nos rebelamos contra a mercantilização da Educação.

Repudiamos este intolerável atentado à nossa condição de Professores.

Há algo de muito errado em uma sociedade em que Professores são mortos dentro de escolas...

Os Professores queremos isso: respeito à nossa condição.

O que temos feito?

Contra todas as dificuldades, e ainda que também estejamos sujeitos ao erro, temos nos esforçado para oferecer com o nosso trabalho uma contribuição para a Cidadania, procurando formar profissionais de várias áreas, todas necessárias ao País. Mas, nossa Profissão tem sido constantemente desvalorizada.

Tentamos primar pelo rigor acadêmico, valorizar a aquisição de conhecimentos fundamentais à formação e a intervenção profissionais. É o que a sociedade, com toda razão, espera de nós.

Porque somos Professores, trabalhamos com a palavra, o argumento, os conhecimentos vindos das ciências e das culturas para olhar a realidade que nos envolve.

Porque somos Professores, procuramos agir para potencializar o que é bom, e para enfrentar as nossas muitas dores sociais.

Porque somos Professores, assumimos compromissos com os problemas que afligem nosso País, nossas crianças, nossos jovens, nossos adultos.

Porque somos Professores, continuaremos trabalhando para a construção do presente, e do futuro. Não importa o quanto distante esteja. Importa é que estamos aqui.

Porque somos Professores, pedimos apenas isso: RESPEITO E DIGNIDADE PARA A NOSSA PROFISSÃO.

Porque somos Professores, exigimos JUSTIÇA: para o Kássio, para toda a sociedade.

Porque somos Professores, são estas as nossas maneiras de amar este nosso País tão querido.

Professores são aqueles que “escrevem cartas para o futuro”, alguém disse – escrevem cartas no presente para que exista futuro...

O Professor Kássio vinha escrevendo suas cartas, e elas eram tão bonitas. E nós sabíamos disso. Todos os seus alunos e alunas sabem disso. Sua Família sabe disso.

Nós, seus amigos Professores de Educação Física, sentimos muito orgulho de tê-lo tido entre nós.

Porque somos Professores, PORQUE SOMOS KÁSSIO, continuaremos a escrever cartas. Não nos matem. Tratemos de cuidar da VIDA.

Pelo Kássio. Por nós. Pela própria VIDA.

A VIDA CONTINUA."


* * *

"
Anônimo:

Olá Euler:

Pelo que tenho notado a mídia está denunciando a violência generalizada nas escolas, principalmente as públicas. Muitas pessoas estão nos vendo como heróis, não sabem como ainda temos coragem e determinação para enfrentar essa realidade, e principalmente, esperança de melhorias não só salarial mas de condições de trabalho e de segurança.

Euler, uma dúvida que eu tenho, como será a distribuição do cargo de 30 horas nas escolas? Ouvi dizer que a SRE é que irá determinar quem poderá mudar para ele.

Um abraço!
"


Comentário do Blog: A questão das 30 horas e outras também serão objeto ainda de regulamentação por parte da SEE-MG. Ainda não foi divulgado nada a respeito após as eleições.

"
João Paulo Ferreira de Assis:

Prezado amigo Professor Euler

Nesse momento em que estamos fechando os resultados dos Estudos Orientados Presenciais, uma fábula (que não sei se é de La Fontaine), a lebre e a tartaruga fica muito bem. Certa feita os bichos da floresta resolveram promover uma corrida entre eles para definir o mais apto. Na primeira hora do primeiro dia a lebre se inscreveu, certa de que eram favas contadas. Na última hora do último dia, a tartaruga se inscreveu. A lebre deitou no chão para rir. Eis que chega o dia tão esperado. A lebre, logo disparou na frente. Certa da vitória, dava uma corridinha, comia alguma coisa, bebia água e dormia. Dava outra corridinha, bebia água, comia e dormia. Até que ela dormiu mais do que devia. Ao acordar, viu pelo relógio de sol que havia dormido demais, e danou a correr. Mais apavorada ficou ao se inteirar de que a tartaruga a havia ultrapassado! Correndo, correndo, correndo, quase a deitar o coração pela boca, ela finalmente avista a tartaruga... cruzando a linha de chegada, sob intensos aplausos dos outros bichos.

Vamos agora aplicar esta fábula aos personagens da Educação.
A promoção da corrida e as regras da mesma = a legislação e os atos para facilitar as coisas para os alunos.
papel da lebre = representado pelos alunos relapsos diante de tantas facilidades.
papel da tartaruga = é o resultado final que os alunos relapsos obtiveram depois de malandrar durante todo o ano letivo.
Papel dos organizadores da corrida = representado pelos professores que marcam o resultado final obtido pelos seus alunos.
sentimento da lebre = é a vergonha que o aluno deve sentir depois de ainda ter conseguido a reprovação diante de tantas facilidades hoje existentes.

Atenciosamente João Paulo Ferreira de Assis.
"

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Termina amanhã, dia 10, o prazo da inscrição para as designações



Alô colegas da educação: termina amanhã, dia 10 de dezembro, o prazo para quem desejar se inscrever para as designações (contratações) para o ano de 2011. Como até o momento o governo de Minas não sinalizou nada sobre o concurso público, a alternativa imediata para os interessados é participar do processo de designação.

O Sind-UTE lançou um novo Boletim informativo - número 23 - contendo as principais informações sobre a Resolução 1724/2010. Clique aqui para lê-lo. Outras informações - e a inscrição - estão no site da Secretaria Estadual de Educação - SEE - MG. Clique aqui para acessá-las.

No mencionado boletim do Sind-UTE o destaque é para a campanha salarial de 2011, cujas reivindicações já devem ser discutidas na base para que no próximo ano possamos "amarrar" uma pauta que unifique ainda mais a nossa luta e dê prosseguimento às conquistas e às demandas pendentes que foram discutidas durante a nossa maravilhosa revolta-greve dos 47 dias.

Estamos em ritmo de fechamento de diários, das escritas, dos EOPs e EIs e etc e tal, mas ao mesmo tempo em ritmo de férias, merecidíssimas para todos nós. Esperamos que a nova etapa do governo reeleito em Minas Gerais estabeleça um novo patamar de conversação com o nosso sindicato e com a nossa categoria. E que a Educação pública na modalidade ensino básico, sob o governo da presidenta Dilma, receba um olhar diferente daquele que até agora vem acontecendo.

Estaremos aqui, prontos para o combate e para voltar às ruas com o nosso instrumental de luta quantas vezes forem necessárias para conquistar cada palmo dos direitos que nos foram (ou são) sonegados, surrupiados, apropriados indevidamente pelas elites dominantes deste país e do mundo.

***

Incorporo ao texto central os comentários a seguir:

"Luciano História
:

O que eu não entendo é o sindicato questionar tanto o cargo de 30 horas e não mencionar o desrespeito que é o não cumprimento de 1/3 extra classe no cargo de 24 horas. Estamos trabalhando 2 até 4 horários a mais do que é o correto pela lei do piso. O cargo de 30 é uma boa para quem tem apenas um cargo e são muitos colegas que se encontram nessa situação. O exagero é um cargo de 24 e outro de 30 quando o certo na minha opnião é ter no maximo 2 de 20 . "


"João Paulo Ferreira de Assis:


Prezado amigo Professor Euler

Sabe as perseguições que estão fazendo contra o Julian Assange, há uma petição que pretende chegar ao milhão de assinaturas. Eu já assinei quando estava em 188000. Presentemente está em 350.093, e do jeito que vai, indo a cada minuto cerca de 30 a 40 assinaturas, o milhão logo vai ser alcançado. Eu estava lendo o blog do Eduardo Guimarães, quando me deparei com o link para josecarloslima76.blogspot.com. Aí abriu a página para o mural do Spin. E o link é Avaaz.org.WikiLeaks:P... (que eu não sei se é de Petition on-line ou de Parem a Perseguição. Nós professores precisamos marcar presença nesta nobre batalha. Eu percebi que o Mundo todo está nela. Tem assinatura da China, da Polinésia Francesa, das Filipinas, Japão, Níger, Austrália (principalmente), Alemanha, França, Reino Unido, Espanha (também tem muito), Itália, Portugal, Suíça, Noruega, Brasil (tem muito), Argentina, Uruguai, Chile, Equador, Colômbia, Venezuela, México, Estados Unidos, Canadá entre outros.

Saudações. João Paulo Ferreira de Assis.

Post Scriptum:


Vi agora Albânia, Irlanda, Coreia do Sul, Barbados, Bélgica, Montenegro, Nepal, Peru, Bolívia, Martinica, Nova Zelândia, Panamá, Israel, Finlândia, Nicarágua, Costa Rica, Guadalupe, Turquia, Polônia (sabe quem? Lech Walesa, meus senhores!) Dinamarca, Tailândia, Hungria...

Ainda não vi assinaturas de Honduras.
"

"João Paulo Ferreira de Assis:


Sabe, agora são 352 mil assinaturas. "


"Rômulo:

O Sind-UTE/MG convocou uma Plenária Estadual dos Efetivados para o dia 19/12 (domingo), a partir das 09hs no Hotel Normandy, centrão de BH.

Iniciativa importante e necessária, haja vista a cortina de fumaça que paira sobre a nossa categoria no que se refere a vida funcional.

Entendo que mesmo a Plenária recebendo o nome de "Plenária dos Efetivados", todos os trabalhadores em educação estão convocados, sejam efetivos, efetivados ou contratados. É preciso fazer diferente do governo e seus asseclas (leia-se nesse caso APPMG) que insistentemente dividem a nossa categoria.

Estou colocando pilha na necessidade de comparecermos, mas eu mesmo estou um pouco agarrado. A cada ano, no domingo que antecede o Natal, acontece uma tradiconal "pelada" de fim de ano do Conjunto IAPI. O famoso Casados X Solteiros. Eu que vivo trocando de time, ora nos casados, ora nos solteiros, esse ano sou o bajulado quarto-zagueiro do time dos Solteiros.

Com tanta qualidade técnica vai ser dificil explicar pra "turma" que não poderei ir pois tenho uma reunião sindical.

Fazer o quê? A luta em primeiro lugar.

Caso de fato não compareça é por que a "turma" fez um "piqute invertido" para não perder seu quarto-zagueiro (Luizinho) para uma atividade sindical domingo de manhã.

Em tempo: Alguém poderia me dar uma explicacão contundente de porque o Sr. Luiz Inácio vetou a lei que coloca 05 vacinas obrigatórias para crianças de 0 a 5 anos no calendário do SUS ????

Sem ilusões, meus camaradas!
"

"Luciano História:

Sem ilusões meu caro Rõmulo, Lulismo muito menos socialismo vão resolver nosso problema, a mobilização da categoria é um dos meios para adquirirmos alguma coisa. Em países desenvolvidos os professores lutam ao lado dos mais baixos mas sabem que eles não pertencem a essa classe, em paises pobres é que isso acontece. Não sou defensor da igualdade social mas sim da justiça social, acho que todos deveriam ter acesso a saúde e educação de qualidade (direitos naturais do homem) mas cada profissão deveria receber de acordo com sua importância perante a sociedade e professor aqui no Brasil não é valorizado como deveria ser. Pior que ser colocado pelo governo na classe de baixo é se sentir como tal. Somos professores, trabalhamos em uma função de grande importância social, temos que lutar para que NOSSA PROFISSÃO receba o devido valor que possui.
"


Comentário do Blog: Todos nós, professores, estamos sim entre os assalariados-explorados, e nossa luta é contra os de cima, a minoria rica que nos explora e abocanha as riquezas que todos os de baixo produzem. Nossa luta por salário mais justo, necessária, é uma forma imediata de arrancar de volta dos de cima uma parte desta riqueza, conquistando um pouco mais de distribuição de renda e de espaço, dentro de um sistema cuja reprodução esmaga os de baixo.


"Luciano História:

Calma amigo Euler, quando eu disse se sentir como um tal (de baixo) queria me referir as pessoas que acham que greve não adianta, que salário de professor sempre foi baixo e isso não vai mudar, que a estabilidade no emprego e salário no quinto dia util são suficientes e que a lei 100 é uma maravilha. Pessoas (professores?) que todos os dias chegam nas escolas reclamando mas que não fazem nada pra melhorar a situação pois se conformaram em estar POR BAIXO (sentir como tal nesse sentido) e que professor é uma profissão para pessoas que não tiveram outra opção. "


Comentário do Blog: Ah, bom... Em sendo assim, amigo Luciano, estou de acordo: nada de nos sentir "por baixo" no sentido moral ou mental. Somos os de baixo, mas estamos de cabeça erguida e prontos para o combate e essa turma que só vê derrota e desânimo, do tipo: "ó céus, ó dor, ó vida..." precisa acordar para a vida, e para a luta.


"João Paulo Ferreira de Assis:

Prezado amigo Professor Euler

Quero daqui apoiar alguns pontos referidos pelo amigo, Professor Luciano. Isto de trabalharmos dois a quatro horários a mais é uma realidade. Tem vezes que eu não consigo terminar a escrituração dos diários de classe, e por isso sou obrigado a ir à Escola fora do meu horário para fazê-lo. Terça-feira passada, fiquei de 12 horas até 22 e 30 na minha escola, em jornada que o ESTADO NÃO ME PAGA. TRABALHO DE GRAÇA PARA ELE. E assim outros colegas. Nós deveríamos ser remunerados por isso. E mesmo assim, ainda somos cobrados até pelos alunos, que reclamaram comigo de terem perdido média. Mas eu lhes perguntei se não cabia a eles a tarefa de vir apresentar os seus cadernos com as tarefas resolvidas para eu apor-lhes o visto e as correções de praxe. E não de eu CORRER ATRÁS DELES.

Nós precisamos nos mobilizar, mas, parafraseando Padre Vieira, que dificultoso empenho! Além dos exemplos já colocados pelo Prof. Luciano, ainda temos o fato de muitas colegas serem casadas com empresários de sucesso, e por isso não estarem sensíveis à nossa luta. Numa confraternização houve um diálogo entre várias professoras. Era pouco antes do 2º turno. Uma colega manifestava sua desconfiança para com o governo do PT, inclinando-se mais para o lado do Serra. Outra então lembrou que no tempo de FHC, o marido ficara desempregado e fora obrigado a se desfazer de alguns bens. Fico pensando, como deveríamos fazer para que essas colegas se solidarizassem com a causa do Magistério.

Mudando um pouco o assunto, soube que várias prefeituras não irão pagar o 13º antes do Natal aos seus professores. Que belo argumento para buscarmos todos o apoio desses prefeitos para a federalização. EDUCAÇÃO É MUITO IMPORTANTE PARA FICAR NAS MÃOS DE PREFEITOS E GOVERNADORES, porquanto cabe a nós FORMAR os profissionais que hão de nos atender futuramente. Mesmo porque muitos erros já acontecem.

No fim de contas acho que toda vez que formos À Escola VOLUNTARIAMENTE, FORA do nosso horário, deveríamos ter um caderno para REGISTRAR O TEMPO EM QUE LÁ FICAMOS. E pedirmos à direção da Escola e aos representantes da SRE que referendassem. E que isto CONSTASSE DO PGDI.

Saudações, João Paulo Ferreira de Assis. "



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